Igreja de São Vicente de Paulo (Manhattan)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Igreja de São Vicente de Paulo

Igreja de São Vicente de Paulo
Estilo dominante Neorromânica, neoclássica (fachada)
Início da construção 1839
Fim da construção 1841
Religião católica
Diocese Arquidiocese de Nova Iorque
Geografia
País  Estados Unidos
Região Nova Iorque
Coordenadas 40° 44' 37" N 73° 59' 37" O

Igreja de São Vicente de Paulo foi uma igreja católica localizada em Manhattan, em Nova Iorque vinculada à Arquidiocese de Nova Iorque fundada no ano de 1841, visando atender os imigrantes franceses nos Estados Unidos, portanto as missas e celebrações eram realizadas em francês.[1]

Operante por mais de 170 anos, a igreja paroquial foi fechada em janeiro de 2013.[2]

História[editar | editar código-fonte]

Origem[editar | editar código-fonte]

Com o processo histórico da Revolução Francesa, o Estado francês passou pro um processo de laicização, buscando diminuir a influência religiosa na organização estatal francesa instituindo os valores de democracias liberais e dos princípios iluministas presentes nos ideários da Revolução.[3][4][5]

Anterior ao processo revolucionário, o catolicismo era a religião oficial do Estado francês, porém com o processo revolucionário o status quo da Igreja passou a ser questionado pelos revolucionários.[6] Pautas de costumes avançaram na sociedade à contragosto dos valores católicos, como a aprovação do divórcio em 1792, durante a Assembleia Nacional Legislativa.[7] Para além das pautas de costumes, a Igreja detentora de grandes propriedades na França, teve parte apropriadas pelo Estado francês, especialmente em áreas rurais.[3]

Em declínio, a resposta católica foi um processo de novo processo de evangelização da sociedade francesa. Em 1808, o bispo Jean-Baptiste Rauzan fundou em Lyon a ordem Padres da Misericórdia, onde formaram-se grupos de padres católicos que iam de porta em porta, se necessário, para convidar as pessoas para as missões paroquiais que pregariam, buscando recuperar a credibilidade da Igreja muito afetada pelo processo revolucionário.[6][8]

Com essa expertise acumulada no processo de evangelização após a Revolução Francesa, vários bispos católicos dos Estados Unidos convidaram os membros dos Padres da Misericórdia a vir como missionários para a nação, então um vasto território de missão. Em outubro de 1839, um dos fundadores da Sociedade, Charles Auguste Marie Joseph, Conde de Forbin-Janson, o bispo exilado de Nancy na França, chegou à cidade de Nova Iorque para iniciar uma viagem nacional de pregação para a qual havia sido autorizado pelo Papa Gregório XVI.[9] Não encontrando um local de culto para o povo francófono da cidade, ele soube que a população francófona estava começando a frequentar os cultos nas igrejas protestantes huguenotes, pois eram realizados em francês. Em seu sermão em francês em uma missa que celebrou na Igreja de São Pedro, em Manhattan, ele desafiou a comunidade católica francesa da cidade a estabelecer uma igreja de língua francesa.[10] Para ajudar na empreitada, ele contribuiu com 6.500 dólares de sua vasta fortuna para iniciar a construção da igreja.[9][11][12]

A propriedade foi adquirida na esquina noroeste da Canal Street com a Broadway. Forbin-Janson voltou à cidade em várias ocasiões durante sua missão para verificar o andamento da construção.[12] Enquanto isso, com a ajuda de outra doação significativa de seus fundos pessoais, os Padres da Misericórdia adquiriram o recém-fundado Spring Hill College da Diocese de Mobile, no Alabama.[13] Com isso, Os Padres de Misericórdia estabeleceram-se nos Estados Unidos.[12]

A paróquia[editar | editar código-fonte]

Bispo Charles Forbin-Janson, fundador da paróquia.
Jean-Baptiste Rauzan, fundador do Padres da Misericórdia.

Dois anos depois, John Hughes, arcebispo de Nova Iorque, convidou estes padres a virem do Alabama à sua diocese para servir os imigrantes de língua francesa que afluíam à cidade, na igreja construída pelo bispo francês.[11] A paróquia foi inaugurada no ano de 1841, com a igreja sendo dedicada por Forbin-Janson antes de ele voltar para a França em 8 de dezembro daquele ano.[12] Hughes nomeou Annet Lafont como primeiro presbítero da paróquia.[14]

Para além de seus deveres paroquiais, Lafont fundou o Orfanato de São Vicente de Paulo, com sedes na cidade de Nova York e Tarrytown, bem como lares para idosos e residências para jovens solteiras que vinham à cidade em busca de trabalho.[15] Também era um forte defensor dos direitos da comunidade afro-americana da cidade, que sofria discriminação até das poucas igrejas católicas então abertas.[16] Os serviços da Igreja de São Vicente de Paulo foram integrados desde o início, assim como a escola paroquial, a primeira na Região Norte a ensinar os alunos independentemente da etnia.[17]

Quando as famílias europeias ameaçaram retirar seus filhos da escola como resultado de suas políticas, Lafont trouxe as crianças negras para sua própria residência para ensiná-las ele mesmo.[18] Nisso teve o apoio financeiro de Pierre Toussaint. Ele era um nativo do Haiti que foi trazido para os Estados Unidos como escravo e acumulou uma grande fortuna como cabeleireiro.[19] Ele usou sua fortuna para educação e filantropia, e agora está sendo considerado para canonização pela Igreja Católica.[19] Lafont também organizou a St. Ann Society, a primeira missão para afro-americanos em Nova Iorque. Por meio da sociedade, as famílias recebiam aulas semanais de instrução religiosa no porão da igreja.[19]

Chelsea[editar | editar código-fonte]

Por volta de 1856, a paróquia tomou a decisão de se mudar para o bairro Chelsea da cidade, onde muitos residentes franceses se estabeleceram, atraídos pelo desenvolvimento da industrialização da área.[20] A propriedade foi adquirida pela Igreja e o engenheiro Henry Engelbert foi contratado para construir uma nova igreja. A construção foi interrompida pela Guerra de Secessão, mas a nova igreja foi concluída e inaugurada em 1869.[21] A presença da igreja ajudou a estabelecer o bairro como um polo da presença francesa na cidade, atraindo várias instituições para a área, como como o antigo Hospital Francês.[20]

Após a Primeira Guerra Mundial, o Memorial aos Veteranos Franceses e Americanos foi construído na igreja em memória dos membros da Esquadrilha Lafayette e outros americanos que morreram lutando pela França.[22]

No dia 6 de junho de 1944, no Dia D, mais de mil exilados franceses e soldados franceses compareceram à missa do meio-dia na Igreja de São Vicente de Paulo em Nova York para rezar pela vitória enquanto as tropas aliadas iniciavam a libertação da França da ocupação nazista.[23] A igreja foi reinaugurada após a Segunda Guerra Mundial, com a presença do presidente francês, Charles de Gaulle.[24]

Anos posteriores e fechamento[editar | editar código-fonte]

A fachada da igreja em 2017.

Os Padres da Misericórdia retiraram-se da paróquia em 1960, transferindo a administração para a Arquidiocese de Nova York.[25] A paróquia manteve uma missa semanal realizada em francês desde a sua fundação, atendendo a uma série de imigrantes na cidade de vários países de língua francesa do mundo, representando cerca de sessenta e cinco nações.[26] Desde o final do século XX, a maioria desses imigrantes vem de nações da África Ocidental.[26]

No ano de 2007, a Arquidiocese de Nova York, iniciou sinalizações de interesse em fechar a paróquia.[11]

Na contramão dos interesses da arquidiocese, em 2006, preservacionistas e outros que desejavam preservar a igreja solicitaram o tombamento para o prédio da igreja, procurando preservar a memória do local.[27][11] Foi fundado um grupo sem fins lucrativos chamado Save St. Vincent de Paul.[11][28] O movimento recebeu o apoio do presidente francês Nicolas Sarkozy, que escreveu diretamente ao cardeal Timothy Michael Dolan, arcebispo de Nova York, e a Michael Bloomberg, prefeito da cidade de Nova Iorque, para expressar o interesse do governo francês em preservar a igreja.[28][11][29] O deputado democrata Richard N. Gottfried apoiou publicamente o pedido.[30] No entanto, em 2012, o órgão de preservação patrimonial de Nova Iorque, determinou que o pedido não merecia uma audiência pública formal, com uma porta-voz dizendo: "Nossa decisão de não recomendar sua designação para toda a comissão foi baseada em uma análise cuidadosa da arquitetura do edifício. e qualidades históricas. Descobrimos que a fachada existente, uma fachada neoclássica que substituiu a fachada original do Renascimento românico em 1939, foi projetada por um arquiteto pouco conhecido e carecia de distinção arquitetônica".[11]

Em agosto de 2011, o Furacão Irene atingiu o telhado da igreja; por causa do fechamento planejado, a Arquidiocese de Nova York não reparou os danos à igreja, levando a um renovado impulso preservacionista.[11][31][32] A igreja fechou em 2013, embora ex-paroquianos, muitos francófonos, mantenham um anexo ao prédio da igreja.[33]

Os paroquianos contestaram sem sucesso a decisão da Arquidiocese de Nova York de fechar a igreja por meio do sistema de direito canônico da Igreja Católica. Em janeiro de 2016, o Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, o mais alto tribunal do Vaticano, emitiu sua decisão final recusando-se a considerar o recurso dos paroquianos.[34]

A igreja sofreu danos em um bombardeio na 23rd Street em setembro de 2016; "seu vitral central em forma de rosa foi estourado e dois outros painéis de vitrais foram danificados" na explosão.[33][35] O prédio foi vendido em novembro de 2016.[1]

Eventos notáveis[editar | editar código-fonte]

A Paróquia de São Vicente de Paulo serviu como um centro da cultura francesa desde a sua fundação. Além de fornecer serviços sociais para imigrantes da Europa e da África, foi um notável centro cultural para o mundo francófono. Exemplos são:

  • A missa fúnebre do famoso cantor de ópera francês Armand Castelmary (1834-1897), falecido no palco do Metropolitan Opera House em 10 de fevereiro de 1897;[36]
  • O funeral de Louis Keller, editor do New York Social Register, em fevereiro de 1922;[37]
  • O casamento de Édith Piaf, que contou com Marlene Dietrich como sua dama de honra, em 20 de setembro de 1952.[38][39]

Referências

  1. a b Lynch, Dennis (23 de novembro de 2016). «Lots of Land: Hotelier's Purchase Includes W. 23rd St. Church | amNewYork». amNY (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 27 de março de 2023 
  2. «Adam Neumann JV closes $75M bridge loan on Chelsea church site». Real Estate Weekly (em inglês). 16 de julho de 2020. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 28 de janeiro de 2022 
  3. a b «França». Universidade Federal Fluminense. Observatório da Laicidade na Educação. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 7 de dezembro de 2022 
  4. Egan, Timothy (12 de setembro de 2022). «An Epic Struggle for the Soul of Catholicism». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 23 de dezembro de 2022 
  5. Werebe, Maria José Garcia (dezembro de 2004). «A laicidade do ensino público na França». Revista Brasileira de Educação (27): 192–197. ISSN 1413-2478. doi:10.1590/s1413-24782004000300014. Consultado em 27 de março de 2023 
  6. a b Betros, Gemma (2010). «The French Revolution and the Catholic Church». History Today. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 18 de março de 2023 
  7. «Divorce and Women in France». Universidade de Ohio. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 17 de setembro de 2016 
  8. «Congregation of the Fathers of Mercy | Institute on Religious Life». Religious Life. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2021 
  9. a b Royer, Fanchón (1953). «Charles de Forbin-Janson, Missionary Bishop». The Americas (2): 179–196. ISSN 0003-1615. doi:10.2307/978760. Consultado em 27 de março de 2023 
  10. The Manhattan and de la Salle Monthly (em inglês). [S.l.]: New York Catholic Protectory. 1875 
  11. a b c d e f g h Dunlap, David W. (5 de abril de 2012). «A French Church Nears Its End, but Not Without a Contretemps». The New York Times (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 8 de novembro de 2022 
  12. a b c d «Biography – FORBIN-JANSON, CHARLES-AUGUSTE-MARIE-JOSEPH DE – Volume VII (1836-1850)». Dictionary of Canadian Biography. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 4 de março de 2016 
  13. «Spring Hill College». Encyclopedia of Alabama (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2022 
  14. Statz, Olga (18 de maio de 2009). «Of a Childhood, a City and a Church's 'Douceur de Vivre'». Women's Voices For Change (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 25 de janeiro de 2022 
  15. «Orphan Asylum of St. Vincent De Paul». Biblioteca Pública de Nova Iorque (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023 
  16. University, Catholic. «Black Catholic History Month». Universidade Católica da América (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 15 de novembro de 2022 
  17. Fernanda, Maria (31 de maio de 2013). «The Fight to Save NYC's last Francophone Catholic Church from Demolition». Untapped New York (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 31 de julho de 2013 
  18. Morrone, Francis (17 de abril de 2008). «St. Vincent de Paul Faces a Sad Fate». The New York Sun (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 27 de março de 2023 
  19. a b c «Dining, Superbly, to Save St. Vincent de Paul Church». HuffPost (em inglês). 21 de junho de 2010. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 18 de setembro de 2020 
  20. a b York, Untapped New (14 de julho de 2022). «Little France: A Lost Ethnic Enclave in Soho». Untapped New York (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2022 
  21. Avila, Arthur Lima de (3 de novembro de 2020). «O que foi a Guerra Civil Norte-americana (1861-1865)?». Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 3 de novembro de 2022 
  22. «Browse Items · Archives of the Archdiocese of New York Digital Collections». Omeka (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 27 de março de 2023 
  23. Sorene, Paul (7 de junho de 2017). «Photos Of New Yorkers After Learning About The D-Day Invasion - June 6, 1944». Flashbak (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 25 de julho de 2019 
  24. Lloyd, Craig (1 de janeiro de 2006). Eugene Bullard, Black Expatriate in Jazz-Age Paris (em inglês). [S.l.]: University of Georgia Press 
  25. Seymour, Liz (1 de outubro de 2001). «Driven by the Ignored Child Within». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 27 de agosto de 2017 
  26. a b Hellman, Rick (18 de junho de 2020). «African immigrants adapt well». Universidade do Kansas (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 24 de junho de 2020 
  27. «St. Vincent de Paul Church Historical Marker». The Historical Marker Database (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 18 de outubro de 2022 
  28. a b «Save St. Vicent de Paul». Save St. Vicent de Paul. Consultado em 27 de março de 2023. Arquivado do original em 11 de abril de 2012 
  29. «St. Vincent de Paul Church». Tourmet (em inglês). 27 de dezembro de 2014. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 27 de março de 2023 
  30. Tierney, Robert (23 de setembro de 2009). «Letter Concerning St. Vincent de Paul Church». New York State Assembly. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 24 de dezembro de 2010 
  31. Clark, Meghan J. «Vincent de Paul's Recipe for Solidarity». Consultado em 27 de março de 2023 
  32. Short, Aaron (6 de dezembro de 2011). «Catholics save relics from out-of-business W'burg church». Brooklyn Paper (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 17 de abril de 2020 
  33. a b Schmidt, Samantha (21 de setembro de 2016). «After Explosion, Chelsea's 23rd Street Slowly Comes Back to Life». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 21 de junho de 2016 
  34. West, Melanie Grayce (7 de fevereiro de 2018). «Battle to Save New York's St. Vincent de Paul Ends in Rome». Wall Street Journal (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 8 de fevereiro de 2016 
  35. Brown, Jordan (15 de setembro de 2018). «St. Vincent de Paul Church officially closes its doors». WETM - MyTwinTiers.com (em inglês). Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 29 de setembro de 2020 
  36. «FUNERAL OF CASTELMARY; Impressive Services for the Famous Singer at the Church of St. Vincent de Paul. CALVE'S FLORAL TRIBUTE. She Impulsively Laid a Large Bouquet on the Casket -- M. Plancon and Mme. Litvinne Sang -- Many Operatic Stars Present.». The New York Times (em inglês). 15 de fevereiro de 1897. ISSN 0362-4331. Consultado em 27 de março de 2023 
  37. «LOUIS KELLER'S FUNERAL.; Services for Publisher in Church of St. Vincent de Paul.». The New York Times (em inglês). 19 de fevereiro de 1922. ISSN 0362-4331. Consultado em 27 de março de 2023 
  38. «Edith Piaf church in New York closes after final French mass». Rádio França Internacional (em inglês). 8 de janeiro de 2013. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 24 de novembro de 2019 
  39. «the church where edith piaf was married Chelsea History». New York Press (em inglês). 3 de agosto de 2015. Consultado em 27 de março de 2023. Cópia arquivada em 27 de março de 2023