Iliá Selvínski

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Iliá Selvínski (em russo : Илья Львович Сельвинский) é um poeta soviético, nascido na Crimeia, a 11 de outubro de 1899 em Simferopol, então pertencente à Rússia, morto em 22 de março de 1968 em Moscou.

Vida[editar | editar código-fonte]

Filho de um peleteiro, Iliá Selvínski teve uma vida movimentada por campanhas militares e também por uma expedição científica ao Ártico. Antes de estudar Direito e Ciências Sociais na Universidade de Moscou, já havia participado das tropas do Exército Vermelho durante a Guerra Civil.

Enquanto estudava exerceu diferentes ofícios, como marinheiro, operário numa usina de conservas, instrutor esportivo e também a mesma profissão de seu pai.

Em 1933-34 parte como correspondente do Pravda na expedição polar de Tchelúskin, nome famoso que batiza hoje o Cabo Tcheliuskin.

No período da II Guerra Mundial, combateu em operações em diversas frentes.

Fundador do chamado grupo construtivista de escritores, do qual veio a tornar-se líder em 1924.

Obra[editar | editar código-fonte]

A poesia de Selvínski, predominantemente narrativa, com utilização constante da língua coloquial, caracterizou-se também por um gosto pela experimentação verbal, o que chegou a criar-lhe dificuldades com os seguidores das normas soviéticas para a literatura. Após a morte do "poeta oficial" da Revolução Russa, Maiakóvski, o poeta não conseguiria mais publicar a parte mais inovadora de sua obra, o que lhe causaria uma certa amargura expressa em poemas como "Estudo alemão, de raiva.", escrito em 1933, em "Cabo Ricárpi", em plena expedição ao Ártico (Tradução Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman). No poema traduzido, Selvinski afirma "Não adianta ser Colombo...", indicando um paralelo entre o pioneirismo expedicionário e seu pioneirismo construtivista como poeta.

Afastando-se no decorrer da década de 1930 de suas experiências mais arrojadas, as quais chega a renegar, propõe, no entanto, um dito "Simbolismo Socialista" para substituir o chamado "Realismo socialista" como estética literária oficial.

No final de sua carreira, porém, reelabora e reedita boa parte dos seus poemas da fase arrojada e construtivista de 1920 e 1930.

Apesar do arrojo formal inicial, ao final não abandonado por completo, sua temática não usa de muitas surpresas, em comparação com os poetas de gerações anteriores como Maiakóvski, e inclui retratos de judeus da Crimeia durante a Guerra Civil e descrições de sua terra nativa, bem como algumas sátiras e histórias de heroísmo permitidas pelos ditames políticos de sua época e lugar[1][2].


Referências

  1. CAMPOS, A. de e CAMPOS, H. de. Poesia russa moderna: nova antologia. 5a edição, com a revisão ou colaboração de Boris Schnaidermann, prefácio e notas de Boris Schnaidermann. São Paulo: Editora Brasiliense, 1987.
  2. Jewish Virtual Library. SELVINSKI, ILYA LVOVICH. American-Israeli Cooperative Enterprise; 2013.

Outras fontes[editar | editar código-fonte]