Indústria Brasileira de Embalagens

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Ibesa
Razão social Indústria Brasileira de Embalagens S/A
Atividade Eletrodomésticos
Fundação 1945
Encerramento 1968
Sede São Paulo, SP,  Brasil
Produtos Refrigeradores a querosene
Antecessora(s) Mauser & Cia.
Sucessora(s) Indústrias Pereira Lopes

A Indústria Brasileira de Embalagens, ou simplesmente Ibesa, foi uma empresa fundada em 1945, na cidade de São Paulo, pioneira na fabricação de refrigeradores a querosene da marca Gelomatic.

História[editar | editar código-fonte]

Propaganda da geladeira Gelomatic, veiculada em 1954.

A Ibesa surgiu em 1945 após a compra da fábrica alemã de tambores Mauser & Cia., que operava desde 1938. Desde então, produzia recipientes para gás GLP e tambores de aço. Devido a motivos políticos referentes a Segunda Guerra Mundial, o terreno onde ficava a antiga fábrica alemã foi embargado e leiloado. O galpão estava situado na Rua Clélia, 93, no bairro paulistano da Pompeia, onde hoje é o SESC Pompeia.[1]

Em 1952, a empresa começa a fabricar refrigeradores a querosene, sob a marca Ibesa Gelomatic. A ideia principal era produzir geladeiras para utilização em áreas rurais, onde a eletricidade ainda não havia chegado. No entanto, acabaram sendo utilizadas também em muitos locais de São Paulo onde não tinha luz elétrica. O galpão da Pompeia produzia as carcaças das geladeiras e serviu como linha de montagem durante muitos anos.

Nessa época, a Ibesa tinha apenas dois pontos de venda de seus produtos: a Mesbla, situada na Rua 24 de Maio,141 e na Rádios Assumpção, na rua Líbero Badaró, 406.

Não demorou muito para que a Gelomatic fabricasse refrigeradores elétricos e frigobares, conhecidos como "Ibesinhas", além de expandir sua rede de pontos de vendas, conseguindo assim expandir seu mercado, chegando a serem exportadas para diversos países.[2][3]

Em 1968, a Ibesa é comprada pelas Indústrias Pereira Lopes de São Carlos, que na época fabricavam os refrigeradores da marca Climax e era dona de um grande complexo que abrigava também a Companhia Brasileira de Tratores (CBT). Com essa absorção de marca, passa a se chamar "Pereira Lopes Ibesa Industria e Comércio". Mesmo com a compra da Ibesa, os refrigeradores Gelomatic continuaram a ser produzidos na fábrica de São Carlos, interior de São Paulo. Entretanto, os resultados não foram os melhores e a produção foi descontinuada em meados de 1975.

Em 1983, a empresa altera o nome para Climax Indústria e Comércio, após ter seu controle acionário passado a Refripar. Posteriormente foi absorvida pela Electrolux, que mantém até os dias atuais.

Venda da fábrica e reforma para o Sesc Pompeia[editar | editar código-fonte]

Após a absorção da marca Ibesa pelas Indústrias Pereira Lopes, a linha de montagem da Pompeia foi desativada e leiloada em 1971, passando a ser propriedade do Estado. Em 1977, iniciam-se as obras para abrigar as instalações do Sesc Pompeia, inaugurado em 1982 e que continua aberto até hoje. A restauração do antigo galpão foi idealizada pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi,[4] que foi a responsável pelo projeto do MASP.[5]

Referências

  1. «Portal Macamp - Ibesa» 
  2. «A Tribuna (SP) - Edição 0112 - Geladeiras do Brasil seguem para Portugal». memoria.bn.br. A Tribuna de Santos. 1 de agosto de 1970. p. 11 - 1º Caderno. Consultado em 30 de janeiro de 2022 
  3. «A Tribuna (SP) - Edição 0339 - Geladeiras a querosene seguem para a Nigéria». memoria.bn.br. A Tribuna de Santos. 4 de março de 1975. p. 14. Consultado em 30 de janeiro de 2022 
  4. Liana Paula Perez de Oliveira (2007). «. A capacidade de dizer não: Lina Bo Bardi e a fábrica da Pompeia.» (PDF). Universidade Presbiteriana Mackenzie. Arquivado do original (PDF) em 27 de abril de 2015 
  5. Fabre Rolim, J. Henrique (18 de fevereiro de 1982). «A Tribuna (SP) - Edição 0330 - Novos espaços culturais». memoria.bn.br. A Tribuna de Santos. Consultado em 30 de janeiro de 2022