Inglês de Samaná

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O inglês de Samaná é uma variedade da língua inglesa falada por descendentes de afro-americanos. É aparentado com o inglês vernáculo afro-americano, mas tem variações exclusivas. É descrito como uma língua crioula ou um dialeto do inglês, semelhante aos crioulos ingleses do Caribe, especialmente ao crioulo falado nas Turcas e Caicos e nas Bahamas.

A 15ª edição (2005) do Ethnologue excluiu o inglês de Samaná da sua lista de idiomas, mas os linguistas ainda o consideram como variante linguística.

História[editar | editar código-fonte]

A partir de 1824, negros livres migraram dos Estados Unidos para a ilha de Hispaniola - então sob a administração haitiana - motivados por campanhas de emigração patrocinadas pelo então presidente do Haiti, Jean-Pierre Boyer. Esses imigrantes se estabeleceram na península de Samaná, formando uma espécie de enclave, e ficaram conhecidos como "americanos de Samaná".[1]

Relatos da época referem-se a naufrágios de embarcações provenientes dos Estados Unidos, trazendo negros livres que pretendiam se estabelecer ilha, atraídos por facilidades oferecidas pelo governo haitiano aos imigrantes: pagamento dos custos da viagem, terrenos férteis para cultivo, alimentos, ferramentas, além de liberdade e igualdade.[2]

Situação atual[editar | editar código-fonte]

Embora seja difícil estimar o número atual de "americanos de Samaná", em razão da exogamia e da emigração da península, o número de falantes do inglês de Samaná declinou, desde o censo da República Dominicana de 1950, quando 0,57% dos habitantes do país (12 200 pessoas) declararam que sua língua materna era o inglês.[3] Em 2005, observadores americanos estimaram que houvesse 8 000 descendentes dos primeiros migrantes - falantes de uma variante do inglês americano do início do século XIX.[1]

Há dificuldade em encontrar falantes do inglês de Samará, mesmo entre os mais velhos,[4] e todos os que ainda falam a lingua também falam espanhol: não há monolíngues.

Dada a influência dominante da cultura dominicana e, especialmente, a obrigatoriedade de se falar espanhol nas escolas, muitos marcadores da cultura dos chamados americanos de Samará estão desaparecendo.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Weeks, John M.; Zabala, Virginia Ramirez. The Samana Americans. Expedition Magazine, Penn Museum, 47.1 (2005)
  2. Sthephens, Jean.Emigración de negros libres norteamericanos a Santo Domingo. Santo Domingo: Universidad Nacional Pedro Henríquez Ureña, 1974.
  3. «Historia, Metodología y Organización de los Censos en República Dominicana: 1920-1993» (PDF) (em espanhol). Consultado em 21 de março de 2015 
  4. Davis, Martha Ellen (2007). «La historia de los inmigrantes afro-americanos y sus iglesias en Samaná según el reverendo Nehemiah Willmore» (PDF). Boletín del Archivo General de la Nación. 159: 237–245 
  5. Soraya Aracena, Los inmigrantes norteamericanos de Samaná. Santo Domingo: Helvetas - Asociación Suiza para la Cooperación Internacional, 2000.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]