Insurgência Naxalita

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Insurgência Naxalita

Mapa mostrando os distritos onde o movimento naxalita está ativo (2007)
Data 1967– presente
Local Corredor Vermelho
Desfecho Conflitos em andamento.
Beligerantes
 Índia

Grupos paramilitares de direita:

Naxalitas
Comandantes
Draupadi Murmu
VK Singh
PV Naik
Vikram Srivastava
Ganapathy
Anand
Kosa
Ankit Pandey
Kishenji  
Sabyasachi Panda (capturado)
Prashant Bose (capturado)
Yalavarthi Naveen Babu  
Narmada Akka  
Shamsher Singh Sheri 
Forças
80,000 6,500–9,500 membros da milícia
Baixas
Desde 1999: 2,461 mortos Desde 1999: 2,708 mortos

A insurgência Naxalita é um conflito armado em curso [13] entre os grupos maoístas, conhecidos como naxalitas ou Naxals, e o governo da Índia .[14]

A insurgência começou como uma revolta camponesa no vilarejo indiano de Naxalbari em 1967 e atualmente tem se espalhado para uma grande área na parte central e o leste do país, conhecido como "Corredor Vermelho".[15] O conflito em sua forma atual começou após a formação, em 2004, do Partido Comunista da Índia (Maoista) (PCI-Maoista), um grupo rebelde composto pelo Grupo de Guerra Popular e o Centro Comunista Maoista. Em janeiro de 2005, as negociações entre o governo do estado de Andhra Pradesh e o PCI-Maoista foram interrompidas e os rebeldes acusaram as autoridades de não atender suas demandas por uma trégua escrita, libertação de prisioneiros e redistribuição de terras.[16] O conflito ocorria em um vasto território (cerca de metade dos 29 estados da Índia), com centenas de pessoas sendo mortas anualmente em confrontos entre o PCI-Maoista e o governo todos os anos desde 2005.[16][17]

O braço armado dos naxalitas-maoístas é chamado de Exército de Guerrilha da Libertação do Povo e estima-se que tenha entre 6 500 e 9 500 quadros, a maioria armados com armas de pequeno porte. [16][18]

Em 2006, o primeiro-ministro Manmohan Singh chamou os naxalitas de "o maior desafio de segurança interna único que nunca enfrentado por nosso país." [14] Em 2009, ele disse que o país estava "perdendo a batalha contra os rebeldes maoístas".[19]

A pretensão dos naxalitas é serem apoiados por populações rurais mais pobres, especialmente os dalits e adivasis.[20] Frequentemente atacam a polícia tribal e funcionários do governo em uma ação na qual reivindicam ser uma luta pela melhoria dos direitos à terra e mais empregos para os trabalhadores agrícolas negligenciados e para os pobres,[21] seguindo uma estratégia de revolta rural semelhante ao da guerra popular prolongada contra o governo.[22]

No entanto, são frequentes os assassinatos de aldeões,[23][24][25] que são acusados de proteger operações de mineração ilegal em troca de dinheiro,[26] e ataques a escolas e projetos de infra-estrutura.[27][28][29] Os naxalitas também foram acusados pelas Nações Unidas e outras organizações de recrutamento de crianças de até seis anos de idade.[30] Outras acusações referem-se ao uso de crianças e mulheres como escudos humanos[31] e a estupros cometidos contra mulheres de áreas rurais e tribais. [32]

Em fevereiro de 2009, o governo central indiano anunciou uma nova iniciativa nacional chamada de Plano de Ação Integrado para amplas operações coordenadas destinadas a lidar com o problema naxalita em todos os estados afetados, nomeadamente Karnataka, Chhattisgarh, Odisha, Andhra Pradesh, Maharashtra, Jharkhand, Bihar, Uttar Pradesh e Bengala Ocidental. Este plano incluía o financiamento de projetos de desenvolvimento econômico grassroots em áreas afetadas pelos naxalitas, bem como o aumento do financiamento especial da polícia para melhor contenção e redução da influência naxalita. [33][34] Após o primeiro ano completo de implementação desse programa nacional, Karnataka foi removido da lista de estados afetados pela atividade naxalita em agosto de 2010.[35] Em julho de 2011, o número de áreas afetadas por naxalitas foi reduzida para (incluindo a inclusão proposta de 20 distritos) 83 distritos em nove estados.[36][37][38] Em dezembro de 2011, o governo nacional informou que o número de mortes e feridos relacionados aos naxalitas em todo o país diminuiu quase 50% em relação aos níveis de 2010.

Em 2010, o ministro do Interior da Índia, Gopal Krishna Pillai, declarou reconhecer que há reivindicações legítimas no que diz respeito ao acesso da população local as áreas florestais e a produção e distribuição dos benefícios da mineração e da energia hidrelétrica, porém afirma que que os naxalitas planejam a longo prazo a criação de um estado marxista. Igualmente afirmou que o governo decidiu confrontar os naxalitas e recuperar grande parte das áreas perdidas.[39]

A insurgência naxalita-maoísta ganhou atenção da mídia internacional depois que um ataque naxalita em 2013 no vale de Darbha resultou na morte de cerca de 24 líderes do Congresso Nacional Indiano, incluindo o ex-ministro de Estado Mahendra Karma e o chefe do Congresso Chhattisgarh Nand Kumar Patel.[40]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Namrata Goswami (27 de Novembro de 2014). Indian National Security and Counter-Insurgency: The use of force vs non-violent response. [S.l.]: Routledge. pp. 126–. ISBN 978-1-134-51431-1 
  2. «A new twist to Ranvir Sena killings». Cópia arquivada em 30 de Abril de 2018 
  3. Narula, Smita; (Organization), Human Rights Watch (1999). Broken People: Caste Violence Against India's "untouchables". [S.l.: s.n.] ISBN 9781564322289. Cópia arquivada em 25 de dezembro de 2017 
  4. a b c d «Pakistan and the Naxalite Movement in India». Stratfor. 18 de Novembro de 2010. Cópia arquivada em 30 de março de 2018 
  5. a b «A crackdown in Tamil Nadu». Frontline. 20 de dezembro de 2002 
  6. "Philippine reds export armed struggle" Arquivado em 2012-04-14 no Wayback Machine. Atimes.com. 22 April 20104.
  7. «'Bangla Maoists involved in plan to target PM'». The Sunday Guardian. 9 de Junho de 2018. Cópia arquivada em 7 de Setembro de 2018 
  8. «Maoists building weapons factories in India with help from North Korea». India Today. 26 de Abril de 2012. Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2018 
  9. «The Naxalites: India's Extreme Left-Wing Communists» (PDF). Central Intelligence Agency. 26 de outubro de 1970. Cópia arquivada (PDF) em 30 de março de 2018 
  10. «Maoists building weapons factories in India with help from North Korea». India Today. 26 de Abril de 2012. Cópia arquivada em 23 de janeiro de 2018 
  11. «The Naxalites: India's Extreme Left-Wing Communists» (PDF). Central Intelligence Agency. 26 de outubro de 1970. Cópia arquivada (PDF) em 30 de março de 2018 
  12. https://www.business-standard.com/article/current-affairs/maoists-in-india-enjoy-regular-support-from-pak-china-bjp-training-manual-118090200272_1.html
  13. «India's Naxalites: A spectre haunting India». The Economist. 12 de abril de 2006. Consultado em 13 de julho de 2009 
  14. a b «Armed Conflicts Report - India-Andhra Pradesh». Ploughshares.ca. Consultado em 13 de julho de 2009 
  15. By FRANCE 24 (with wires)  (text). «Indian Maoists briefly hijack train during national elections». France 24. Consultado em 13 de julho de 2009. Arquivado do original em 2 de novembro de 2009 
  16. a b c Uppsala Conflict Data Program, Conflict Encyclopedia, India: government, Government of India - CPI-Maoist, Formation of CPI-Maoist and continued conflict «Cópia arquivada». Consultado em 20 de julho de 2019. Cópia arquivada em 3 de fevereiro de 2013 
  17. Handoo, Ashook. «Naxal Problem needs a holistic approach». Press Information Bureau. Arquivado do original em 8 de setembro de 2009 
  18. «Primer: Who are the Naxalites?: Rediff.com news». Us.rediff.com. Cópia arquivada em 4 de Maio de 2009 
  19. «India is 'losing Maoist battle'». BBC News. 15 de setembro de 2009. Consultado em 20 de maio de 2010 
  20. «Primer: Who are the Naxalites?: Rediff.com news». Us.rediff.com. Consultado em 13 de julho de 2009 
  21. «CENTRAL/S. ASIA - 'Maoist attacks' kill Indian police». Al Jazeera English. 15 de março de 2007. Consultado em 13 de julho de 2009 
  22. «Communists Fight in India « Notes & Commentaries». Mccaine.org. Consultado em 13 de julho de 2009 
  23. 150 Naxals attack village, kill 10 in Bihar - MSN News[ligação inativa] 18 de fevereiro de 2010.
  24. The Hindu | News - National | Naxals kill six villagers in Chhattisgarh 16 de maio de 2010.
  25. Naxals kill 2 villagers - World News 17 de abril de 2011.
  26. NDTV - Naxals turn mining mafia in Jharkhand 20 de abril de 2010.
  27. UN expresses concern over Naxals targetting school - Rediff.com India News 12 de maio de 2011.
  28. Naxals attack school building at Taliya - Times Of India 18 de novembro de 2009.
  29. Naxal attack near tribal school 2 students among 4 killed 8 de outubro de 2010.
  30. Naxals increasingly using child soldiers to swell its ranks | North India Today 8 de maio de 2011.
  31. Maoists Using Children, Women as Shields: CRPF, news.outlookindia.com (25 de maio de 2011)
  32. State to rehabilitate abused naxal women - The Times of India (21 de novembro de 2010)
  33. «Special project for Naxal areas to be extended to 18 more districts». The Times Of India. India. 8 de dezembro de 2011. Cópia arquivada em 29 de Abril de 2013  Times of India describes some details of ongoing nationwide Naxalite containment program, its "Integrated Action Plan".
  34. Co-ordinated operations to flush out Naxalites soon Arquivado em 2009-02-10 no Wayback Machine The Economic Times, 6 de fevereiro de 2009.
  35. «Karnataka no longer Naxal infested». The Times Of India. India. 26 de agosto de 2010. Cópia arquivada em 2 de setembro de 2011 
  36. Centre to declare more districts Naxal-hit Arquivado em 2014-01-07 na WebCite. Indian Express (2011-07-05).
  37. Press Information Bureau English Releases Arquivado em 2012-09-05 no Wayback Machine. Pib.nic.in. Retrieved on 2014-05-21.
  38. «Development plan for Naxal-hit districts shows good response». The Times Of India. India. 23 de junho de 2011. Cópia arquivada em 2 de setembro de 2011 
  39. 'Maoists looking at armed overthrow of state by 2050' - The Times of India 6 de março de 2010.
  40. «Kidnapped Chhattisgarh Cong chief, son found dead». The Hindu. 26 de maio de 2013. Cópia arquivada em 10 de Junho de 2013