Jacopo Stefaneschi

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Cardeal Giacomo Gaetani Stefaneschi

Jacopo Caetani degli Stefaneschi (c. 127023 de junho de 1343) foi um cardeal diácono italiano da Igreja Católica.

Vida[editar | editar código-fonte]

Giacomo era filho do senador Pietro Stefaneschi e sua esposa, Perna Orsini. Nasceu em Roma; Seu ano de nascimento é contestado, com historiadores colocando-o em 1260 ou 1260.[1]

Stefaneschi recebeu sua educação inicial em Roma, e foi enviado para a Universidade de Paris para prosseguir estudos superiores. Após três anos recebeu o grau de Mestre em Artes, e pretendia dedicar-se ao estudo da filosofia e da Sagrada Escritura, tendo já começado a lecionar na universidade, quando seus pais o chamaram para a Itália, a fim de que ele estudasse direito canônico e civil.[2]

O Papa Celestino V fez de Stefaneschi cônego de São Pedro e auditor da Rota. Ele foi criado cardeal-diácono da Igreja titular de San Giorgio in Velabro em 17 de dezembro de 1295 pelo Papa Bonifácio VIII, que também o enviou como legado para Cesena, Forlì, Faenza e Bolonha em 1296 para suprimir distúrbios civis. O Papa João XXII nomeou-o protetor dos minoritas em 23 de julho de 1334. Nunca foi ordenado sacerdote.

Stefaneschi morreu em Avignon em 23 de junho de 1343.[2]

Obras[editar | editar código-fonte]

Opus Metricum[editar | editar código-fonte]

Stefaneschi é mais conhecido como o autor do Opus Metricum, a mais antiga biografia de Celestino V. A obra está organizada em três partes, compostas em hexâmetro dactilico, e baseadas na breve autobiografia de Celestino. A primeira parte, escrita antes de Stefaneschi se tornar cardeal, é um relato em três volumes da eleição, reinado e abdicação de Celestino. A segunda parte, escrita cinco anos depois, dá conta da eleição e coroação de Bonifácio VIII A parte final, em três volumes, descreve a vida de Celestino após sua abdicação, sua canonização e vários milagres.[2]

Em 1319, Stefaneschi uniu as três partes e as enviou, juntamente com uma epístola dedicatória, ao prior e aos monges de San Spirito em Sulmona, a casa-mãe dos celestinos. Foi publicado junto com uma introdução em prosa dando detalhes sobre a vida de Stefaneschi, e editado pela primeira vez por Papebroch, Acta Sanctorum, IV, maio, 436-483.[2]

A Enciclopédia Católica descreve o Opus Metricum como um importante recurso histórico, mas "desprovido de toda a excelência literária" e "extremamente desajeitado e bárbaro".[2]

Outros trabalhos[editar | editar código-fonte]

As outras obras de Stefaneschi são:[2]

  • Liber de Centesimo sive Jubileo, editado por Quattrocchi em "Bessarione" (1900), um relato do primeiro Jubileu Romano, realizado em 1300
  • Liber ceremoniarum Curiæ Romanæ, um livro de cerimônias a ser observado na Corte Romana
  • Vita S. Georgii Martyris, uma hagiografia de São Jorge, o padroeiro da igreja titular de Stefaneschi
  • "Historia de miraculo Mariæ facto Avinione", uma breve narrativa de um jovem, condenado à morte em Avinhão, sendo milagrosamente libertado pela Virgem Maria

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Heikkilä, Tuomas, ed. (12 de outubro de 2020). Time in the Eternal City: Perceiving and Controlling Time in Late Medieval and Renaissance Rome (em inglês). [S.l.]: BRILL. p. 60. ISBN 978-90-04-43625-1. Consultado em 12 de abril de 2024 
  2. a b c d e f Este artigo incorpora texto da Catholic Encyclopedia, publicação de 1913 em domínio público.