Jeannette Nolen

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Jeannette Nolen
Nome completo Jeannette Ulrica Smit-Nolen
Nascimento 10 de agosto de 1930
Alblasserdam
Morte 6 de janeiro de 2016 (85 anos)
São Pedro do Estoril
Nacionalidade  Países Baixos
Ocupação Arqueóloga

Jeannette Ulrica Smit-Nolen, mais conhecido apenas como Jeannette Nolen (Alblasserdam, Holanda, 10 de Agosto de 1930 - São Pedro do Estoril, 6 de Janeiro de 2016), foi uma arqueóloga holandesa.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascimento[editar | editar código-fonte]

Jeannette Ulrica Smit-Nolen nasceu em 10 de Agosto de 1930 em Alblasserdam, na Holanda.[1]

Ruínas romanas de São Cucufate.

Carreira profissional[editar | editar código-fonte]

Cerca dos princípios da década de 1970, Jeannette Nolen fazia parte da American School of Classical Studies at Athens, serviço com o qual o seu esposo, William Nolen, não concordava, devido à grande distância em relação à sua residência.[2] Desta forma, o casal veio a Portugal para visitar as ruínas da cidade romana de Conímbriga, e verificar se Jeannette podia encontrar emprego no país, ficando desta forma mais perto da Holanda.[2] Em Conímbriga, conheceu o casal Alarcão, que a lançou na arqueologia portuguesa, tendo um dos seus primeiros trabalhos sido na escavação da Necrópole de Santo André, em Montargil, com João Viegas e Maria Luísa Ferrer Dias.[2] Depois trabalhou em Conímbriga com Maria Dias, na restauração e análise dos materiais, e em seguida nos sítios arqueológicos da Vila romana de São Cucufate e do Monte da Cegonha, na Vidigueira.[2] Também colaborou no estudo dos materiais em Vila Viçosa, como parte da preparação para a reorganização do museu.[1] Trabalhou várias vezes com Abel Viana.[1]

Em 1990, esteve com Catarina Viegas numa escavação arqueológica no Vale da Arrancada, a pedido da Comissão Instaladora do Museu de Portimão.[2] Em 2012, já nos finais da sua carreira profissional, analisou os instrumentos de vidro encontrados em Tongóbriga, em Marco de Canavezes, a convite de Lino Augusto Tavares Dias.[1]

Jeannette Nolen criou uma ligação duradoura no Algarve, onde o casal passava habitualmente as férias, tendo sido uma das fundadoras da Associação Arqueológica do Algarve, no Centro Cultural de São Lourenço, em Almancil, que tinha como fim divulgar e estudar os sítios arqueológicos da região.[1] Colaborou activamente na associação, tendo por várias vezes conseguido angariar fundos para várias actividades, como obras de emergência, organização de conferências e atribuição de bolsas.[1] Também trabalhou como arqueóloga no Algarve, tendo estudado a fundo os vestígios da antiga cidade romana de Balsa no Museu Nacional de Arqueologia,[1] na Década de 1990.[3] Foi fundadora e colaboradora do Grupo de Amigos daquele museu, tendo organizado várias viagens e visitas de estudo.[1] Também foi uma das sócias fundadoras da Associação Cultural de Cascais, na qual estudou as cerâmicas encontradas nas sondagens do Alto do Cidreira.[1]

O casal viveu na Casa da Malveira, na Serra de Sintra, desenhada pelo arquitecto José Ferraz.[1] Eram apoiantes da Associação de Defesa do Património de Mértola, que estava envolvida no desenvolvimento cultural e social de Moçambique e Cabo Verde, através da construção de escolas e maternidades, entre outras obras.[1] Em 2008, Jeannette Nolen viajou até Moçambique com Jorge Revez, da ADPM, onde se encontrou com Jorge Ferraz, e planeou uma visita a Cabo Verde, que não se concretizou devido a problemas de saúde.[1]

Falecimento[editar | editar código-fonte]

Jeannette Nolen faleceu no dia 6 de Janeiro de 2016, na casa de repouso The British Retirement Home, em São Pedro do Estoril.[1] Após o seu falecimento, o casal doou a sua propriedade à Associação de Defesa do Património de Mértola.[1]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • A grave group from Monte dos Irmãos (Montargil) (1981)
  • A necrópole de Santo André (1981) (em cooperação com João Rosa Viegas e Luísa Ferrer Dias)
  • A villa romana do Alto do Cidreira em Cascais (Boletim cultural do município de Cascais, 1982) (em cooperação com José de Encarnação e Guilherme Cardoso)
  • Cerâmica comum de necrópoles do Alto Alentejo (1985)
  • Vidros de S. Cucufate (1988)
  • A villa romana do Alto do Cidreira (Alcabideche - Cascais): Os materiais (1988)
  • A villa romana do Alto do Cidreira (Alcabideche - Cascais): os materiais. (1990)
  • Cerâmicas e Vidros de Torre de Ares: Balsa (1994)
  • Acerca da cronologia da cerâmica comum das necrópoles do Alto Alentejo: Novos elementos (O Arqueólogo Português, 1995-1997)
  • Um grafito sobre a mulher de Úrbico (1997) (em cooperação com José de Encarnação)
  • Um grafito romano de Torre de Palma (1997) (em cooperação com José de Encarnação)
  • Grafito num púcaro de Torre de Palma (1997) (em cooperação com José de Encarnação)
  • Prato com grafito da Tapada das Eirozes (Marco de Canaveses) (1997) (em cooperação com José de Encarnação)
  • Um grafito romano da Tapada das Eirozes (Marco de Canaveses) (1997) (em cooperação com José de Encarnação)
  • 220 – Urna cinerária; 221 – Urna cinerária; 222 – Taça (As Religiões da Lusitânia, 2002)
  • Roteiro do Museu de Arqueologia do Castelo de Vila Viçosa (2004)
  • A presença romana em Cascais: um território da Lusitânia ocidental (1997) (em cooperação com José de Encarnação et al)
  • O museu de arqueologia de vila viçosa (2008-2009)

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n ENCARNAÇÃO, 2016:16-17
  2. a b c d e ENCARNAÇÃO, 2016:14-15
  3. FABIÃO, 2003:14-15

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FABIÃO, Carlos; et al. (2003). Tavira: Território e Poder. Lisboa e Tavira: Museu Nacional de Arqueologia e Câmara Municipal de Tavira. 359 páginas. ISBN 9727761801 
  • ENCARNAÇÃO, José de (2016). MONGE, Maria de Jesus, ed. Actas da Jornada Abel Viana (1896-1964), paixão pela arqueologia. Caxias: Fundação da Casa de Bragança. 110 páginas. ISBN 978-972-9195-42-6 


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