João (rebelde)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja João.
João
Rei do Reino Mauro-Romano
Reinado fl. 545–546
Antecessor(a) Estútias
Sucessor(a) Próximo citado: Garmul
 
Morte Primavera de 546
  Constantinopla

João (em grego: Ἱωάννης; romaniz.:Io̱ánnes; em latim: Ioannes), referido como João, o Tirano e Estútias, o Jovem (em latim: Stutias Iunior) foi um oficial bizantino do século VI ativo na prefeitura pretoriana da África durante o reinado do imperador Justiniano (r. 527–565).

Vida[editar | editar código-fonte]

Nome e origem[editar | editar código-fonte]

João deriva do latim Ioannes, que por sua vez decorre do hebraico Johannan, "Deus favoreceu".[1] Também é referido nas fontes como Estútias, o Jovem em referência a seu antecessor Estútias. Dado o seu nome João, provavelmente, como Estútias, de ascendência bizantina e apenas comandou brevemente o seu exército contra o Império Bizantino.[2]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Soldo de Justiniano (r. 527–565)

João aparece pela primeira vez no outono de 545, após a morte do rebelde Estútias, quando foi nomeado pelas tropas bizantino-berberes em revolta como seu novo líder. Por esta época, controlou um contingente de mil soldados, formado por 500 bizantinos, 80 hunos e 420 vândalos.[3] Segundo Conde Marcelino, no fim de 545, encorajou Guntárico a revoltar-se contra o governador Areobindo. Acompanhou, ao lado de seus homens, o governante mouro Antalas em sua marcha em direção a Cartago e quando a cidade foi conquistada por Guntárico em março de 546, cooperou com o assassinato de Areobindo. Em seguida, com o retorno de Antalas à lealdade imperial, João apressou-se para juntar-se a Guntárico em Cartago.[4]

Em Cartago, recebeu ordens de acompanhar Artabanes, Uliteu e o líder mouro Cusina na perseguição de Antalas em Bizacena. Durante a missão, contudo, permaneceria estacionado com Uliteu e parte do exército no acampamento deles perto de Hadrumeto, enquanto Artabanes e Cusina deram continuidade à perseguição. De volta à capital provincial, alegadamente estava na casa de Pasífilo na noite do assassinato de Guntárico e quanto tomou conhecimento do ocorrido, reuniu-se com alguns vândalos e procurou refúgio numa igreja próximo. Procópio e Conde Marcelino afirmam que ele apenas aceitou deixar o templo quando recebeu garantias de salvo-conduto de Artabanes. Apesar disso, foi preso, amarrado em correntes e enviado à capital imperial de Constantinopla, onde seria morto por crucificação. Sugere-se que sua execução tenha ocorrido na primavera de 546, não muito tempo depois da execução de Guntárico.[4]

Referências

  1. «João». Dicionário Infopédia de Nomes Próprios 
  2. Sarantis 2016, p. 16.
  3. Martindale 1992, p. 643-644.
  4. a b Martindale 1992, p. 644.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Sarantis, Alexander (2016). «Justinian and Africa, 533–548». The Encyclopedia of Ancient Battles. Hoboquém, Nova Jérsei: Wiley-Blackwell 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambrígia e Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 0-521-20160-8