João Augusto Marchante

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João Augusto Firmino Marchante
Governador Civil de Portalegre
Período 1947 - 1951
Antecessor(a) António Afonso Salavisa
Sucessor(a) Joaquim Pires dos Santos Jr.
Presidente da Junta Nacional de Produtos Pecuários
Período 1951 - 1959
Presidente da Câmara Municipal de Sousel
Período 1940 - 1947
Antecessor(a) António Gomes de Almeida
Sucessor(a) Luciano Dordio Namorado
Dados pessoais
Nascimento 12 de março de 1897
Sousel
Morte 20 de maio de 1988 (91 anos)
Lisboa
Nacionalidade português
Cônjuge Maria Luísa Firmino Costa Pinto
Partido União Nacional
Profissão Médico e político

João Augusto Firmino Marchante (Sousel, Sousel, 12 de Março de 1897 - Lisboa, Santa Isabel, 20 de Maio de 1988) foi um médico, administrador, lavrador, proprietário e político, deputado à Assembleia Nacional, Governador Civil do Distrito de Portalegre entre 1947 e 1951, presidente da Junta Nacional dos Produtos Pecuários entre 1951 e 1959 [1] e presidente do conselho de Administração dos Nitratos de Portugal.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Oriundo de uma família de proprietários rurais locais[2][3]. Licenciou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, em 1926. Foi presidente da Comissão Concelhia de Sousel da União Nacional; deputado à Assembleia Nacional (1957-1961); governador civil do Distrito de Portalegre (1947-1951), do qual foi exonerado por vontade própria e com louvores para presidir à Junta Nacional dos Produtos Pecuários (1951-1959); presidente da Câmara Municipal de Sousel (1940-1947); vice-presidente da Câmara Municipal de Sousel (1928-1940); presidente do Grémio da Lavoura de Sousel; comandante de Lança da Legião Portuguesa; vereador da Santa Casa da Misericórdia de Sousel; presidente do Conselho de Administração dos Nitratos de Portugal; presidente da Junta Nacional dos Produtos Pecuários e vogal da Junta da Província do Alto Alentejo[4][5].

Durante os anos em que integrou o executivo da Câmara Municipal de Sousel, entre os finais dos anos 20, enquanto vice-presidente de José Gomes de Almeida e finais dos anos 40, enquanto presidente da câmara, cargo que desempenhou até 1947, foi responsável pelos notáveis melhoramentos da instalação da luz eléctrica, do alcatroamento das estradas e da renovação da rede de saneamento. No número comemorativo do jornal O Condestável (1930), escreve-se "Os homens da Câmara, activos, cheios da melhor boa vontade, têm posto todo o interesse na realização de grandes melhoramentos e de grandes acometimentos. Na verdade, tudo o que se disser em favor da sua obra é pouco, tal é a acção e tenacidade com que têm trabalhado os srs. Dr. José Gomes de Almeida e Dr. João Augusto Marchante". Da acção deste binário administrativo resultou para Sousel ter sido, entre as circunvizinhas sedes de concelho, a primeira que viu satisfeitas as suas necessidades elementares: luz eléctrica, telefone, ligações rodoviárias, instalações escolares e distribuição de água domiciliária.

Em 1949, por altura das eleições para o Governo Civil de Portalegre, disputou o cargo com Pequito Rebelo, cuja lista incluía André de Melo e Castro Ribeiro, João Picão Caldeira, Jorge Bastos, originando uma intensa polémica de artigos e respectivas respostas no Diário de Lisboa, posteriormente publicada sob o título de As Eleições de Portalegre (Lisboa, 1949).

Em 1950, ainda enquanto Governador Civil de Portalegre, preside às comemorações dos 400 anos de elevação a cidade.

Após o casamento, com a sua prima-direita D. Maria Luísa Firmino da Costa Pinto, corta o seu apelido Firmino e passa a assinar apenas João Augusto Marchante. O seu filho, Mário da Costa Pinto Marchante (Lisboa, 13 de Fevereiro de 1933 - Lisboa, 28 de Janeiro de 2007), também ocupou o cargo de Governador Civil de Portalegre, por conveniência urgente do serviço público, entre 29 de Fevereiro de 1972 e 25 de Abril de 1974, data em que foi exonerado pelo Decreto-Lei nº170/74.

Exerceu clínica na sua terra natal. Recebeu louvores como médico da GNR. Publicou diversos artigos nos boletins e anais da Sociedade de Geografia de Lisboa, da União Nacional e do CADC. Fez parte da Comissão de Melhoramento das Plantas de 1972, juntamente com Quartin Graça, Azevedo Coutinho e Pereira Lucas, da qual existe um relatório. Joaquim Veríssimo Serrão cita-o na sua História de Portugal[6].

Família[editar | editar código-fonte]

Casou com D. Maria Luísa Firmino da Costa Pinto (Monforte,Vaiamonte, 15.06.1907 - Lisboa, Santa Isabel, 22.12.1991), sua prima-direita, filha de Mariano Moreira da Costa Pinto (Sousel, São João Baptista da Ribeira, 31.10.1868 - Monforte, Vaiamonte, 26.04.1930), político, lavrador, rendeiro principal da Herdade de Torre de Palma, presidente da Junta de Paróquia de Vaiamonte e de sua mulher D. Catarina Rosa Firmino da Costa Pinto (19.07.1872 - 9.11.1941), proprietários das herdades de Samarruda, Nora, Palhinha, Gis, Picão, Vale dos Homens, Tapadão de Alter, Esquerdos, Relvácho, Asseca, Pintas, Torradas e Sernila, com geração. Teve quatro filhos, dos quais três chegaram a idade adulta: Artur Costa Pinto Marchante, médico, casado com D. Maria Emília da Silva Santos; Ruy Costa Pinto Marchante, arquitecto, casado D. Maria Helena de Albuquerque Pimentel e Vasconcelos de Figueiredo Alves e Mário Costa Pinto Marchante, advogado, também Governador Civil de Portalegre, casado com D. Maria Helena Mansir Charters, filha de D. Helen Gerturde Mansir e de José Maria de Sousa Charters de Azevedo, neto de José Maria Henriques de Azevedo, 1º visconde de São Sebastião e de sua mulher D. Maria Isabel Charters, sobrinho de Luís Henrique Charters de Azevedo, 2º visconde de São Sebastião.

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]

http://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-1974/html/pdf/m/marchante_joao_augusto.pdf

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

- Álbum Alentejano, de Pedro Muralha, edição Imprensa Beleza, Lisboa, 1931

- Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, edição Editorial Enciclopédia, Limitada, Lisboa e Rio de Janeiro, 1936-1960;

- Pelas Searas da Vida, de Felizardo António Martins, edição Câmara Municipal de Sousel, Sousel, 1992;

- Dicionário Biográfico Parlamentar (1935-1974), de Manuel Braga da Cruz e António Costa Pinto, co-edição Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Assembleia da República, Lisboa, 2005;

- Governantes de Portugal desde 1820 até ao Dr. Salazar, de António Manuel Pereira, edição Manuel Barreira, Porto, 1959

Lista de Referências[editar | editar código-fonte]
  1. «ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA - Biografia e carreira parlamentar». app.parlamento.pt. Consultado em 2 de setembro de 2015 
  2. «Portaria 411/76, de 10 de Julho». Diários da República. Consultado em 3 de maio de 2016 
  3. Pires de Almeida, Maria Antónia. Dicionário Biográfico do Poder Local em Portugal. [S.l.: s.n.] 
  4. «isbn:9892036638 - Pesquisa Google». books.google.pt. Consultado em 2 de setembro de 2015 
  5. «isbn:9892039882 - Pesquisa Google». books.google.pt. Consultado em 2 de setembro de 2015 
  6. Serrão, Joaquim Veríssimo (1977). História de Portugal, v. 17. [S.l.: s.n.]