João Batista Pereira Souto

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João Batista Pereira Souto (Rio Grande do Sul ?, 18 de julho de 1849 — Porto Alegre ?, depois de 1º de março de 1918) foi um militar, político, maçom, funcionário público e intelectual brasileiro.

Nascido em 18 de julho de 1849, filho de J. J. Souto,[1][2] foi latifundiário,[3] político republicano e um dos próceres do Clube Júlio de Castilhos,[4] coronel da Guarda Nacional,[5] destacou-se na Guerra do Paraguai,[6] onde lutou como ajudante do 19º Corpo de Voluntários com a patente de tenente, e depois como capitão do 50º Corpo.[7][8] Em 1874 era major honorário do Exército e comandante do Arsenal de Guerra de Porto Alegre,[9] em 1876 comandava a Companhia de Operações Militares,[10] e em 1885 foi nomeado adjunto do Arsenal de Guerra.[11]

No mesmo ano foi nomeado para os cargos de escrivão do cível, comércio e crime e tabelião do 3º Cartório de Notas do Termo de Porto Alegre,[12] e em 1886 recebeu portaria dando-lhe posse vitalícia dos ditos cargos,[13] sendo atestado em atividade até 1º de março de 1918,[14] seu último registro na imprensa. Deixou pelo menos duas filhas, Clementina e Ermelinda Souto.[15][16]

Foi membro da prestigiosa Irmandade da Santa Casa de Misericórdia,[17] sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul,[18] e participou das atividades do Partenon Literário, sendo citado por Guilhermino César como um dos seus membros de maior relevo.[19] Desde a década de 1890 foi um dos dirigentes do Grande Oriente do Rio Grande do Sul,[3] em 1905 era 2º grão-mestre adjunto,[20] e foi grão-mestre em 1906 e 1907. Segundo Eliane Colussi, "o Partenon, além de servir de ponto de aglutinação da intelectualidade gaúcha e de ter sido responsável pela difusão da sociedade, serviu também como referência cultural para a própria maçonaria gaúcha. Os maçons passaram a ter uma atuação fora dos círculos de convívio interno, reforçando e divulgando seus posicionamentos políticos e ideológicos em círculos mais amplos, com o que aumentou sua capacidade de influir na formação de opinião e na difusão da ideia de sociedade laicizada. [...] Dos sócios elencados durante o período de duração da sociedade, 33 foram dirigentes maçons, principalmente nos seus primeiros anos".[3]

Referências

  1. "Fazem annos depois d'amanhã". A Federação, 16/07/1910
  2. "Editaes". A Federação, 27/04/1904
  3. a b c Colussi, Eliane Lucia. Plantando ramas de acácia: a maçonaria gaúcha no século XIX. Doutorado. PUCRS, 1998, s/pp.
  4. "Registro mortuario". A Federação, 21/06/1906
  5. "Hoje". A Federação, 14/08/1905
  6. Duarte, Paulo de Queiroz. Os Voluntários da Pátria na Guerra do Paraguai, Volumes 3-4. Biblioteca do Exército Editora, 1990, p. 91
  7. Exercito em Operações na Republica do Paraguay. Ordens do Dia, vol. 2. Alves de Souza, 1877, p.74
  8. Exercito em Operações na Republica do Paraguay. Ordens do Dia, vol. 1. Alves de Souza, 1877, p. 314
  9. Junqueira, João José de Oliveira. Relatorio apresentado á Assembléa Geral Legislativa na terceira sessão da décima-quinta Legislatura. Laemmert, 1874, s/pp.
  10. Relatorio com que o exm. sr. dr. José Antonio de Azevedo Castro passou a administração desta provincia em 5 de abril de 1876 ao exm. sr. conselheiro Tristão de Alencar Araripe. Typographia do Rio Grandense, 1877, p. 11
  11. "Por portaria...". A Federação, 29/09/1885
  12. "Cousas municipaes". A Federação, 20/08/1885
  13. "Fez-se mercê..." A Federação, 25/10/1886
  14. "3º notário desta capital". A Federação, 02/03/1918
  15. "Registro social". A Federação, 28/01/1913
  16. "Registro social". A Federação, 04/07/1913
  17. "S. Casa de Misericordia". A Federação, 17/03/1891
  18. "Votação". In: Revista do Instituto Histórico e Geográphico do Rio Grande do Sul, 1924; 4: 202
  19. Apud Moreira, Maria Eunice. A poesia de Apolinário José Gomes Porto Alegre: recuperação e estabelecimento de texto. Doutorado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2011, p. 443
  20. "Chronica". In: Rodrigues, Alfredo Ferreira (org.). Almanak Litterario e Estatistico do Rio Grande do Sul. Pinto & Cia., 1906, p. 33