João Vatatzes (século XIV)

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 Nota: Para outros significados, veja João Vatatzes.
João Vatatzes
João Vatatzes (século XIV)
Nacionalidade Império Bizantino
Ocupação Oficial
Principais trabalhos
Moeda de prata de João VI Cantacuzeno (r. 1347–1354)

João Vatatzes ou Batatzes (em grego: Ἰωάννης Βατάτζης ;m. 1345) foi um magnata e oficial bizantino do segundo quarto do século XIV, com papel proeminente na Guerra civil bizantina de 1341-1347.

História[editar | editar código-fonte]

Nascido de uma família sem prestígio, Vatatzes conseguiu acumular uma grande fortuna e comprou a posição de apografeu (apographeus; oficial de impostos) de Tessalônica em 1333. No mesmo ano, também foi nomeado protocínego (protokynegos; caçador-chefe da corte).[1] Com a irrupção da guerra civil em 1341, inicialmente se aliou com João VI Cantacuzeno (r. 1347–1354), comandando as tropas de Demótica (Didimoteico), mas, no início de 1342, mudou para o lado da imperatriz-mãe Ana de Saboia.[2][3] Recebeu o cargo de grande cartulário em 1342 e foi por um breve período o governador de Tessalônica em 1343. Vatatzes cimentou sua aliança com a regência também por laços matrimoniais: seu filho se casou com uma filha do patriarca de Constantinopla João XIV Calecas e uma de suas filhas se casou com o filho do poderoso mega-duque Aleixo Apocauco. Apesar disso, no verão de 1344, desertou novamente para o lado de Cantacuzeno, rendendo diversas fortalezas a ele. Em gratidão, Cantacuzeno nomeou-o grande estratopedarca.[1][4][5]

Logo depois, Vatatzes derrotou um exército da regência sob um tal Aplesfares e casou uma de suas filhas com o emir dos sarucânidas, um dos aliados turcos de Cantacuzeno.[1][4] Após a morte de Apocauco em 1345, Vatatzes tentou mais uma vez se reaproximar da regência prometendo trazer consigo uma aliança com o Beilhique de Saruhan. De acordo com o relato das memórias de Cantacuzeno, ele próprio enviou-lhe por duas vezes mensagens rogando que parasse com essas articulações traidoras, oferendo-lhe perdão e honras. Vatatzes recusou-se, cruzou o Dardanelos e invadiu a Trácia com um exército turco e ordenou-lhes que atacassem algumas cidades mantidas por Cantacuzeno. Os turcos se recusaram e o assassinaram em Garela, levando seu filho e toda a sua corte como escravos de volta para casa.[4][6][7]

Referências

  1. a b c de Vries-Van der Velden 1989, p. 108.
  2. Guilland 1967, p. 509.
  3. de Vries-Van der Velden 1989, p. 69, 108.
  4. a b c Trapp 1977, "2518. Βατάτζης Ἰωάννης".
  5. Guilland 1967, p. 509–510.
  6. de Vries-Van der Velden 1989, p. 108–109.
  7. Guilland 1967, p. 510.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Guilland, Rodolphe (1967). Recherches sur les Institutions Byzantines (em francês). I. Berlim: Akademie-Verlag 
  • Trapp, Erich; Hans-Veit Beyer; Katja Sturm-Schnabl (1977). «2518. Βατάτζης Ἰωάννης». Prosopographisches Lexikon der Palaiologenzeit (em alemão). 2. Viena: Verlag der Österreichischen Akademie der Wissenschafte