Joaquim Sinel de Cordes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Joaquim Sinel de Cordes
Nascimento 1890
Oeiras
Morte 1936
Lisboa
Cidadania Portugal
Ocupação militar

Joaquim Sinel de Cordes MPBSMPCEMVMCC (Oeiras, Barcarena, Ribeira Abaixo, Quinta de Nossa Senhora da Conceição ou Quinta Sinel de Cordes, 11 de Novembro de 1890[1]Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 12 de Agosto de 1936)[2] foi um militar e governador colonial português.

Família[editar | editar código-fonte]

Filho segundo de José Maria Sinel de Cordes (Oeiras, Barcarena, Ribeira Abaixo, Quinta de Nossa Senhora da Conceição ou Quinta Sinel de Cordes, 12 de Março de 1860[3] – Oeiras, Barcarena, Ribeira Abaixo, Quinta de Nossa Senhora da Conceição ou Quinta Sinel de Cordes, 20 de Março de 1938), de ascendência Holandesa, Espanhola, Alemã, Italiana e novamente Holandesa, Senhor da Quinta de Nossa Senhora da Conceição ou Quinta Sinel de Cordes, onde foi morador,[4] e ao qual, por morte de seus pais, lhe foi adjudicado, entre outros bens, o Jazigo do Cemitério de Barcarena e as courelas da Formiga, do Cheira e de Valmeiro, em Alcabideche, Cascais, e de sua mulher (Oeiras, Barcarena, Ribeira Abaixo, Quinta de Nossa Senhora da Conceição ou Quinta Sinel de Cordes, 2 de Setembro de 1888,[5] divorciados[6]) Carlota Maria Manzoni de Sequeira (Lisboa, São Sebastião da Pedreira, 9 de Julho de 1869[7] – a. 12 de Agosto de 1936), de ascendência Italiana. Sobrinho paterno de João José Sinel de Cordes.[8][9][10]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Monarquia Constitucional[editar | editar código-fonte]

Assentou Praça como Voluntário no Grupo de Artilharia da Guarnição N.º 2, sendo incorporado a 20 de Agosto de 1910.[11]

Primeira República[editar | editar código-fonte]

Sendo Aspirante a Oficial no Regimento de Infantaria N.º 1, foi promovido a Alferes por Decreto de 2 de Setembro de 1916[12] e colocado no Regimento de Infantaria N.º 21[13]. Fazendo parte do Corpo Expedicionário Português, embarcou para França a 21 de Janeiro de 1917. Foi promovido a Tenente por Decreto de 9 de Fevereiro de 1918[14]. Foi Louvado pelo Presidente da Comissão incumbida de apresentar as propostas necessárias para adaptar a Escola de Companhia de Regulamento Tático de Infantaria, a atual constituição dessa Unidade tendo em vista os atuais meios de ação de Infantaria e os modernos processos de ataque, pela inteligência, qualidades de estudo e dedicação pelo serviço, revelados na elaboração das referidas propostas.[15] Foi colocado no R.I.O. do Q.G.C.[16]. Foi agraciado com a Medalha Comemorativa da Campanha do Corpo Expedicionário Português com a legenda "França, 1917-1918" pelo Decreto N.º 5.400[17] e com a Medalha da Vitória. Foi colocado novamente no Regimento de Infantaria N.º 1[18]. Foi agraciado com a Medalha Militar de Prata de Bons Serviços Letra C e louvado pela forma inteligente e dedicada como exerceu as funçőes de Oficial Granadeiro durante o tempo que o Batalhão de Infantaria N.º 21 esteve na frente, manifestando no Comando da Formação, especialmente no período difícil que se seguiu a 9 de Abril de 1918, uma energia serena e um zelo notável, revelando sempre muito bom e levantado espírito militar, sendo tais serviços considerados extraordinários e importantes[19]. Foi colocado no Regimento de Infantaria N.º 5[20], no Estado-Maior de Infantaria. Foi agraciado com a Medalha Militar de Prata de Comportamento Exemplar[21]. Foi nomeado Ajudante-de-Campo de seu tio paterno o General João José Sinel de Cordes[22]. Promovido a Capitão por Decreto de 16 de Fevereiro de 1923, com antiguidade desde 11 de Março desse ano[23], foi nomeado Ajudante-de-Campo do Quartel-Mestre-General de 19 de Outubro de 1923 a 20 de Dezembro de 1924[24], renomeado Ajudante-de-Campo de seu tio paterno o General João José Sinel de Cordes entre 20 de Dezembro de 1924 e 29 de Maio de 1925,[25][26] encontrando-se ao seu serviço aquando da sua participação na Revolta de 18 de Abril, de que foi um dos Chefes, nomeado Comandante da 5.ª Companhia do Regimento de Infantaria N.º 12 a 21 de Novembro de 1925 e novamente renomeado Ajudante-de-Campo de seu tio paterno o General João José Sinel de Cordes a 5 de Dezembro de 1925,[27] encontrando-se ao seu serviço aquando da sua participação na Revolução de 28 de Maio de 1926, de que foi um dos organizadores.[11]

Ditadura Militar[editar | editar código-fonte]

Foi colocado na Escola de Oficiais Milicianos entre ? de ? de 1927 e 30 de Junho de 1928[28][29]. Foi nomeado Adido Militar por Decreto de 17 de Novembro de 1927[30] por ter sido requisitado para desempenhar uma Comissão de Serviço dependente do Ministério das Colónias. Foi nomeado 43.º Governador Residente da Fortaleza de São João Baptista de Ajudá, para onde embarcou a 8 de Novembro de 1927, tendo desembarcado no Porto de Cotonou a 7 de Dezembro do mesmo ano, e tomou posse do cargo a 13 de Dezembro de 1927.[8][11][31]

Ditadura Nacional[editar | editar código-fonte]

Casou em Oeiras, Barcarena, Ribeira Abaixo, na Capela da Quinta de Nossa Senhora da Conceição ou Quinta Sinel de Cordes a 10 de Outubro de 1928 com sua tia materna Helena de Santa Bárbara Manzoni de Sequeira (Lisboa, São Sebastião da Pedreira,[32] - ?), filha de Joaquim Augusto Teixeira de Sequeira e de sua mulher Maria do Carmo Eufémia Manzoni, de ascendência Italiana, sem descendência.[10][33]

Atingiu o posto de Major de Infantaria.[34]

Embarcou no mesmo Porto de Cotonou de regresso à Metrópole a 13 de Outubro de 1931. Regressando ao Ministério da Guerra a 16 de Novembro de 1931, foi colocado a 27 de Janeiro de 1932 no Batalhão de Caçadores N.º 7[35] e nomeado Diretor e Professor da Escola Regimental do Batalhão[36].[11]

Estado Novo[editar | editar código-fonte]

Foi de novo nomeado Adido Militar por ter sido requisitado para desempenhar serviço dependente do Ministério das Colónias por Portaria de 15 de Julho de 1933[37] e colocado na Colónia da Guiné Portuguesa, para onde embarcou a 8 de Julho de 1933, desembarcando no Porto de Bolama a 19 de Julho desse ano e sendo colocado como Comandante da Companhia de Polícia Indígena[38][39]. Foi louvado por Sua Excelência o 32.º Governador da Colónia da Guiné Luís António de Carvalho Viegas pela disciplina e conduta das forças do seu comando durante a insurreição dos Felupes da região de Cauchungo em Novembro de 1933, não se poupando, ainda, nem a fadigas nem a perigos para bem desempenhar a sua missão[40][41] e louvado pelas suas boas qualidades de Oficial do Exército, tendo demonstrado ponderação, energia, zelo, competência e dedicação com que desempenhou o cargo de Chefe da Repartição Militar e ainda a de Comandante de Polícia Indígena, tendo evidenciado as suas qualidades de comando na ilha de Canhabaque onde, por ocasião da revolta do gentio, por várias vezes, até como exemplo, expôs briosamente a sua vida, por Portaria do Governo da Colónia da Guiné de 9 de Março de 1936[42].[11]

Referências

  1. Nasceu às nove horas da manhã e foi batizado na Igreja de São Pedro da mesma Freguesia a 18 do mesmo mês e do mesmo ano.
  2. Gonçalo de Andrade Pinheira Monjardino Nemésio (2005). Histórias de Inácios. 1. Lisboa: Dislivro Histórica. 455 
  3. Nasceu às sete horas da manhã e foi batizado na Igreja de São Pedro da mesma Freguesia a 19 de Março do mesmo ano pelas três horas da tarde.
  4. A 28 de Julho de 1928 foi participante com seus irmãos Maria da Conceição Sinel de Cordes e José Maria Sinel de Cordes numa Escritura realizada em casa da dita sua irmã, na Rua de Santa Marta, N.º 218, Freguesia do Coração de Jesus, Lisboa. Era nesta data divorciado e morador em Barcarena.
  5. Ela moradora à data do casamento em Barcarena.
  6. Entre 5 de Outubro de 1910 e 12 de Agosto de 1936.
  7. Nasceu pelas oito horas da noite no sítio de Campolide de Cima e foi batizada na Igreja de São Sebastião da mesma Freguesia a 18 de Agosto do mesmo ano.
  8. a b "Os Sanches de Vila Viçosa", José Rodrigo Dias Sanches, Lisboa, 1970, p. 83
  9. Gonçalo de Andrade Pinheira Monjardino Nemésio (2005). Histórias de Inácios. 1. Lisboa: Dislivro Histórica. 454-5 
  10. a b Jorge Eduardo de Abreu Pamplona Forjaz. Os Monjardinos. 1.ª Edição, Angra do Heroísmo, 1987. [S.l.]: Edição do autor. 246-8 
  11. a b c d e Gonçalo de Andrade Pinheira Monjardino Nemésio (2005). Histórias de Inácios. 1. Lisboa: Dislivro Histórica. 456 
  12. "Ordem do Exército", N.º 18, 2.ª de 11 de Setembro de 1916
  13. "Ordem do Exército", N.º 24, 2.ª de 30 de Dezembro de 1916
  14. "Ordem do Exército", N.º 3, 2.ª de 28 de Fevereiro de 1918
  15. "Ordem de Serviço do Batalhão de Infantaria N.º 21", N.º 231, de 22 de Agosto de 1918
  16. "Ordem de Serviço", N.º 35, de 6 de Fevereiro de 1919
  17. "Ordem do Exército", N.º 12, 1.ª de 30 de Abril de 1919
  18. "Ordem do Exército", N.º 19, 2.ª de 6 de Setembro de 1919
  19. "Ordem do Exército", N.º 10, 2.ª de 10 de Julho de 1920
  20. "Ordem do Exército", N.º 20, 2.ª de 19 de Novembro de 1920
  21. "Ordem do Exército", N.º 5, 2.ª de 18 de Março de 1921
  22. "Ordem do Exército", N.º 13, 2.ª de 19 de Julho de 1921
  23. "Ordem do Exército", N.º 3, 2.ª de 17 de Março de 1923
  24. "Ordem do Exército", N.º 18, 2.ª de 19 de Outubro de 1923
  25. "Ordem do Exército", N.º 26, 2.ª de 20 de Dezembro de 1924
  26. "Ordem do Exército", N.º 9, 2.ª de 20 de Dezembro de 1924
  27. "Ordem do Exército", N.º 27, 2.ª de 5 de Dezembro de 1925
  28. "Ordem do Exército", N.º 17, 2.ª de ? de ? de 1927
  29. "Ordem do Exército", N.º 8, 2.ª de ? de ? de 1927
  30. "Ordem do Exército", N.º 17, 2.ª de 24 de Novembro de 1927
  31. Worldstatesmen.org. «Forte de São João Baptista de Ajudá (Fortress of Saint John the Baptist of Whydah)». Consultado em 27 de Janeiro de 2015 [ligação inativa]
  32. Batizada na Igreja de São Sebastião da mesma Freguesia.
  33. Gonçalo de Andrade Pinheira Monjardino Nemésio (2005). Histórias de Inácios. 1. Lisboa: Dislivro Histórica. 455-6 
  34. Jorge Eduardo de Abreu Pamplona Forjaz. Os Monjardinos. 1.ª Edição, Angra do Heroísmo, 1987. [S.l.]: Edição do autor. 248 
  35. "Ordem do Exército", N.º 1, 2.ª de 27 de Janeiro de 1932
  36. "Ordem de Serviço do Batalhão", N.º 152, de 30 de Maio de 1932
  37. "Ordem do Exército", N.º 11, 2.ª de 31 de Julho de 1933
  38. "O.G.C.", N.º 9, de ? de ? de 1933
  39. "O.F.A.", N.º 7, de ? de ? de 1933
  40. "O.G.E.", N.º 7, de ? de ? de 1933
  41. "O.F.A.", N.º 7, de 31 de Julho de 1934
  42. "Boletim Oficial", N.º 10