Jorge Querobosco

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Jorge Querobosco (em grego: Γεώργιος Χοιροβοσκός; romaniz.:Geórgios Choiroboskós; em latim: Georgius Choeroboscus) foi um gramático e sacerdote bizantino do século IX.

Vida[editar | editar código-fonte]

Pouco se sabe sobre sua vida. Ele manteve as posições de diácono e cartofílax (protetor dos arquivos) no Patriarcado de Constantinopla, e é também referido em algumas de suas obras como didáscalo ecumênico (οἰκουμενικὸς διδάσκαλος), ou seja, um dos três professores da Escola Patriarcal de Santa Sofia. Estudiosos mais antigos costumaram datá-lo no século VI, mas ele é agora situado no começo do século IX, durante o segundo período da Iconoclastia (ca. 815–843) ou logo depois.[1][2]

Isso também explicaria seu apelido pejorativo (Querobosco, ou seja, "guardador de porcos"), bem como o único fragmento sobrevivente de suas obras, como ele tendo sido um aderente da iconoclastia. Sua reputação foi certamente obscurecida, de modo que o bispo e estudioso do século XII Eustácio de Salonica, que cita-o frequentemente em suas obras, fulmina contra aqueles que deram ao "professor sábio" esse apelido por inveja, e portanto condenou-o ao esquecimento. De fato, muitas de suas obras foram mais tarde atribuídas aos autores iconófilos.[2]

Obras[editar | editar código-fonte]

Jorge Querobosco escreveu algumas obras sobre gramática, que frequentemente sobreviveram em fragmentos, bem como em notas de seus pupilos.[2] Escreveu um comentário sobre os cânones de Teodósio de Alexandria sobre declinação e conjugação, que sobrevivem completos; comentários sobre as obras de Apolônio Díscolo, Élio Herodiano, Heféstio de Alexandria e Dionísio, o Trácio, que sobreviveram em fragmentos; um tratado sobre ortografia, também fragmentado; um conjunto de epimerismos, análise gramatical do Livro dos Salmos, que foram utilizados nas escolas bizantinas; e um tratado sobre poesia, mais tarde traduzido em eslavônico antigo e incluso no Izbornique de Esvetoslau II.[1][3]

Segundo Robert Browning no Dicionário da Oxford de Bizâncio, "os tratados secos e detalhados de Querobosco desempenham um grande papel na transmissão da doutrina gramatical antiga para o mundo bizantino", e foram mais tarde minados pelos estudiosos do Renascimento como Constantino Láscaris e Urbano de Belluno para informação da literatura grega.[1][3]

Referências

  1. a b c Browning 1991, p. 425.
  2. a b c Winkelmann 2000, p. 7-8.
  3. a b Chisholm 1911.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Browning, Robert (1991). «Choiroboskos, George». In: Kazhdan, Alexander P. Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. p. 425. ISBN 978-0-19-504652-6 
  • Chisholm, Hugh (1911). «Choeroboscus, Georgius». Enciclopédia Britânica. 11. [S.l.]: Cambridge University Press 
  • Winkelmann, Friedhelm; Ralph-Johannes Lilie; Claudia Ludwig; Thomas Pratsch; Ilse Rochow; Beate Zielke (2000). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit: I. Abteilung (641–867), 3. Band: Leon (#4271) – Placentius (#6265) (em alemão). Berlim, Alemanha e Nova Iorque, EUA: Walter de Gruyter. ISBN 978-3-11-016673-6