José Castellani

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José Castellani
Nascimento 29 de maio de 1937
Araraquara
Morte 21 de novembro de 2004
Cidadania Brasil
Ocupação escritor, médico

José Castellani (Araraquara, 29 de maio de 193721 de novembro de 2004)[1] foi um médico oftalmologista, escritor, jornalista e historiador brasileiro. Foi Secretário-Geral de Educação e Cultura e Presidente do Conselho Federal de Cultura.[2]

Maçonaria[editar | editar código-fonte]

Foi iniciado na maçonaria em 9 de novembro de 1965 na Loja Comércio e Ciências em São Paulo, Grande Oriente de São Paulo, tendo atingindo o 33º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nas várias atividades exercidas obteve inúmeros prêmios e destaques, tendo deixado um legado cultural e importantes realizações para a sociedade.[3] Foi Secretário de Cultura e Relações Públicas do Grande Oriente do Brasil. Fundou a Associação Brasileira de Imprensa Maçônica e a Academia Maçônica de Artes, Ciências e Letras.[2]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

É homenageado pelas lojas maçônicas Augusta e Respeitável Loja Simbólica José Castellani, nº 3.883 e Augusta e Respeitável Loja Simbólica Fraternidade Acadêmica Dr. José Castellani, 3979, esta última em sua cidade natal, Araraquara,[4] federada ao Grande Oriente do Brasil e jurisdicionada ao Grande Oriente do Distrito Federal, fundada em 25 de outubro de 2007.

Pelo décimo aniversário de sua passagem para o Oriente Eterno, a loja homônima teve aprovada pelo Grande Oriente do Brasil a Comenda do Mérito Literário Maçônico José Castellani, a qual será outorgada a personalidades maçônicas destacadas no meio literário. Marca também essa passagem a elaboração de Peça de Arquitetura com seu legado, José Castellani: uma coletânea da Rede Mundial.[5]

Obra[editar | editar código-fonte]

Castellani é um dos principais historiadores da maçonaria no Brasil.[6][7] De acordo com Michel Goulart da Silva, sua obra História do Grande Oriente do Brasil (1993) é um clássico e "um dos trabalhos mais completos publicados a respeito da maçonaria no Brasil. [...] Pode-se afirmar que, enquanto síntese da história do GOB, localizando sua participação em alguns acontecimentos políticos ocorridos no Brasil, a obra de José Castellani [...] é uma importante contribuição para que se possa conhecer a atuação da maçonaria na política brasileira e um primeiro passo fundamental para estudos posteriores".[2] Para Benijohnson Silva, sua obra Os Maçons e a Abolição da Escravatura (1998) "foi de extrema importância, pois atentou-se na questão de imaginar onde esses personagens negros, como é caso de Luís Gama e Joaquim Nabuco, conseguiram ganhar destaque tanto dentro do âmbito dos movimentos abolicionistas, quanto dentro do cenário maçônico".[8] Foi o responsável pela recuperação da contribuição de Antônio Bento ao movimento abolicionista.[9] Também de grande importância neste tópico é a obra A Maçonaria Brasileira na Década da Abolição (2000).[10]

Na opinião de Ricardo Mário Gonçalves, Castellani é um dos poucos historiadores que "possuem suficiente bagagem cultural e espírito crítico para apresentarem contribuições de peso para o avanço da historiografia maçônica",[11] mas alguns autores como Thiago Gonçalves e Marcos Silva criticam sua tendência a fazer uma apologia à maçonaria e supervalorizar a participação da organização na história nacional.[6][12]

Publicações[editar | editar código-fonte]

  • Os Maçons que Fizeram a História do Brasil (1973);
  • A Ciência Maçônica e as Antigas Civilizações (1977);
  • Shemá Israel - A Civilização Hebraica e sua Influência no Mundo Atual (1977);
  • São Paulo na Década de 30 (1978);
  • A Maçonaria e sua Política Secreta (1981);
  • Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz Maçom (1985);
  • A Maçonaria Moderna (1986);
  • Liturgia e Ritualística do Grau de Companheiro Maçom (1986);
  • Liturgia e Ritualística do Grau de Mestre Maçom (1987);
  • Consultório Maçônico - Volume I-V (1987 - 2000);
  • José Bonifácio: Um Homem Além do seu Tempo (1988);[13]
  • O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática (1988);
  • A Maçonaria e o Movimento Republicano Brasileiro (1989);[14]
  • O Mestre Instalado (1989);
  • Dicionário Etimológico Maçônico - Volume I-VI (1990-1994);
  • Curso Básico de Liturgia e Ritualística (1991);
  • Origens Históricas e Místicas do Templo Maçônico (1991);
  • Manual do Rito Moderno (1991);
  • O Mestre Secreto (1991);
  • Rito Moderno: A Liberdade Revelada (1991);
  • A Conjuração Mineira e a Maçonaria que não Houve (1992);
  • Cartilha do Aprendiz (1992);
  • História do Grande Oriente do Brasil (1993);
  • Os Maçons na Independência do Brasil (1993);[15]
  • A Cadeia Partida (1994);
  • A Maçonaria e sua Herança Hebraica (1994);
  • História do Grande Oriente de São Paulo (1994);
  • A Cisão de 1927 do Grande Oriente do Brasil (1995);
  • Análise da Constituição de Anderson (1995);
  • Manual Heráldico do Rito Escocês Antigo e Aceito - Volume I-II (1995-1997);
  • Do Pó dos Arquivos - Volume I-II (1995-1996);
  • Origens do Misticismo na Maçonaria (1995);
  • Amizade: A Primeira Loja Maçônica na História de São Paulo (1996);
  • Grande Oriente de São Paulo - 75 Anos (1996);
  • Os Maçons e a Questão Religiosa do Século XIX (1996);
  • Histórias Pitorescas de Maçons Célebres (1997);
  • O Cavaleiro Rosa-Cruz (1997);
  • Cartilha do Grau de Companheiro (1998);
  • Os Maçons e a Abolição da Escravatura (1998);
  • Fragmentos da Pedra Bruta (1999);
  • Manual do Mestre Instalado (1999);
  • Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito no Brasil (2000);
  • A Ação Secreta da Maçonaria na Política Mundial (2001);[16]
  • Maçonaria e Astrologia (2004);
  • A Maçonaria na Década da Abolição e da República
  • Piratininga: História da Loja Maçônica Tradição de São Paulo

Referências

  1. «Cópia arquivada». Consultado em 15 de julho de 2012. Arquivado do original em 16 de dezembro de 2012 
  2. a b c Silva, Michel Goulart da. "Os maçons brasileiros e sua história". In: Revista de Estudios Históricos de la Masonería, 2010; 2 (1)
  3. http://www.samauma.biz/site/portal/conteudo/opiniao/g004castellani.htm[ligação inativa]
  4. Mario Chaves (25 de outubro de 2007). «ARLS JOSÉ CASTELLANI». Mario Chaves. Consultado em 9 de setembro de 2014 
  5. http://www.lojajosecastellani3883.mvu.com.br/site/noticias-e-publicacoes/ntd.aspx
  6. a b Gonçalves, Thiago Werneck. Periodismo maçônico e cultura política na Corte imperial brasileira. (1871-1874). Universidade Federal Fluminense, 2012, pp. 19-20
  7. Barata, Alexandre. "A Maçonaria e a Ilustração Brasileira". In: História, Ciências, Saúde, 1994; 1 (1)
  8. Silva, Benijohnson Albuquerque. Atuação da maçonaria no processo de abolição da escravidão no Brasil. Universidade Federal de Campina Grande, 2019, p. 11
  9. Francisco, Renata Ribeiro. "Os heróis maçônicos na historiografia da abolição em São Paulo". In: História da Historiografia, 2020; 13 (34)
  10. Siqueira, Luan Mendes de Medeiros. "Um breve panorama da historiografia maçônica: de sua criação à atuação na proclamação da República". In: Revista Eletrônica Discente História, 2014; 2 (3)
  11. Gonçalves, Ricardo Mário. Quintino Bocaiúva: a trajetória de uma loja maçônica paulistana, 1923-1998. Arquivo do Estado de São Paulo, 1998, p. 15
  12. Silva, Marcos José Diniz. "Maçonaria, Teosofia e Esperanto: afinidades espiritualistas em redes intelectuais no Ceará dos anos de 1920". In: Locus, 2015 (20): 191-211
  13. Castellani, José (1990). José Bonifácio: um homem além do seu tempo. [S.l.]: A Gazeta Maçônica 
  14. Castellani, José (1989). A maçonaria e o movimento republicano brasileiro. [S.l.]: Traço Editora 
  15. Castellani, José (1993). Os Maçons na independência do Brasil. [S.l.]: Editora Maçônica A Trolha 
  16. Castellani, José (2001). A ação secreta da maçonaria na política mundial. [S.l.]: Landmark. ISBN 978-85-88781-02-3