José Perácio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
José Perácio
Informações pessoais
Nome completo José Perácio Berjun
Data de nascimento 2 de novembro de 1917
Local de nascimento Nova Lima, Minas Gerais, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Data da morte 10 de março de 1977 (59 anos)
Local da morte Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Altura 1,76 m
destro
Informações profissionais
Posição meia
atacante
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1932–1936
1937–1940
1941
1942–1949
1950–1951
Villa Nova
Botafogo
Canto do Rio
Flamengo
Canto do Rio
00000 0000(0)
00000 0000(0)
00000 0000(0)
00119 000(98)[1]
00000 0000(0)
Seleção nacional
1938 Brasil 00006 0000(4)[2]

José Perácio Berjun (Nova Lima, 2 de novembro de 1917Rio de Janeiro, 10 de março de 1977[1]), foi um pracinha e futebolista brasileiro que atuou como meia ou atacante.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Revelado pelo Villa Nova em 1932, Perácio chegou ao Botafogo em 1937. No alvinegro carioca, conseguiu vaga na Seleção Brasileira e foi à Copa do Mundo de 1938, na França. Perácio era tido como uma figura folclórica. Semianalfabeto, mal sabia assinar seu próprio nome. No navio que levava a delegação brasileira para a Copa de 38, Perácio usava binóculo, pois queria "ver a linha do Equador de pertinho". Outro episódio marcante de Perácio foi quando abastecia seu veículo Packard num posto de gasolina, acendeu um cigarro e jogou o fósforo no chão, para desespero de seu companheiro Martim Silveira. Perácio respondeu para Martim: "Desculpa, desculpa, eu não sabia que você era supersticioso". O jogador também ficou famoso por outro causo. Ele costuma estacionar seu Packard próximo do estádio com o volume do rádio no máximo pois gostava de ouvir:

"Gooool! Goooool de Perácio
— Locutores de rádio

Deixou o Botafogo em 1940, para no ano seguinte defender o Flamengo. Jogou no rubro-negro até 1949, pelo qual foi tricampeão carioca, entre 1942 e 1944. Serviu na F.E.B. durante a Segunda Guerra Mundial. Terminou a carreira em 1951, um ano depois de ir para o Canto do Rio FC.

Apesar de ter jogado por dois grandes do futebol carioca, Perácio, que tem um capitulo inteiro dedicado a ele no livro "Histórias do Flamengo", de Mario Filho, foi enterrado com a bandeira do Flamengo. [3]

O Clássico da Bengala[editar | editar código-fonte]

Em um confronto direto que decidiria o Campeonato Mineiro de 1934, Villa Nova e Atlético faziam o clássico no campo do Villa, em Nova Lima, que em 1935 passaria a se chamar Estádio Castor Cifuentes, após o falecimento deste lendário presidente leonino, o jogo terminou empatado no primeiro tempo por 0x0. Este placar decidiria o campeonato a favor do Galo, então o treinador do Leão, Zé de Deus, colocou o jovem Perácio, à época com apenas 16 anos, durante o intervalo para o segundo tempo. Predestinado, aos 24 minutos, após o cruzamento do ponta esquerda Tonho, Perácio anotou o tento de cabeça, fazendo 1x0 para o Villa e dando início a uma confusão total. Os jogadores do Atlético alegaram que um torcedor impediu a bola de sair pela linha de fundo com sua bengala, e Tonho cruzou para Perácio marcar o gol. Os jogadores do Leão alegaram que era uma artimanha dos jogadores do Atlético para anular o gol e acabar com a partida, já que caso o Galo perdesse, o título ficaria em Nova Lima, além do Estádio não ter luz na época, dando outro motivo para o final do jogo. Por outro lado, os jogadores do Atlético juraram estar com a verdade. O jogo terminou, e a decisão ficou nos tribunais. A Associação Mineira de Futebol, atual Federação Mineira de Futebol, decidiu terminar os 21 minutos deste jogo em um campo neutro, a Praia do Ó, estádio do Siderúrgica, que alguns anos depois viria a se tornar um grande rival de Villa Nova e Atlético. O Villa Nova segurou o placar de 1x0 a seu favor e consagrou-se tricampeão mineiro com o gol do jovem Perácio, com seus 16 anos, de forma consecutiva e também o terceiro título mineiro da história do clube.[4]

Curiosidade: O Villa Nova joga até hoje neste estádio, e o gol da polêmica ocorreu na meta que está do lado dos vestiários, onde fica a torcida adversária, e o alambrado fica bem próximo da linha de fundo.

Títulos[editar | editar código-fonte]

Villa Nova[1][2]
Botafogo[1][2]
Flamengo[1][2]

Referências

  1. a b c d e «Perácio... Ex-atacante do Flamengo e Seleção Brasileira». Terceiro Tempo. Consultado em 1 de setembro de 2018 
  2. a b c d «Todos os brasileiros». Folha de S.Paulo. 9 de dezembro de 2015. Consultado em 30 de agosto de 2018 
  3. https://flamengoalternativo.wordpress.com/2017/11/02/o-centenario-de-peracio-craque-do-flamengo-personagem-de-anedotas-e-pracinha-brasileiro/referência
  4. «Perácio e o gol da bengala». Portal UOL. 26 de janeiro de 2022. Consultado em 11 de março de 2023 
  • AUGUSTO, Sérgio - Botafogo: entre o céu e o inferno; p. 120 (Editora Ediouro, 2004)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]