Jurandir Salvarani

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Jurandir Salvarani
5º Prefeito de Itapevi
Período 1 de março de 1977
a 31 de janeiro de 1983
Antecessor(a) Romeu Manfrinatto
Sucessor(a) Silas Manoel de Oliveira
7º Prefeito de Itapevi
Período 1 de janeiro de 1989
a 1 de janeiro de 1993
Antecessor(a) Silas Manoel de Oliveira
Sucessor(a) João Caramez
Dados pessoais
Nascimento 12 de fevereiro de 1947 (77 anos)
Santo André, São Paulo
Alma mater Faculdade de Direito de Itu[1]
Cônjuge Sonia Salvarani
Profissão Advogado

Jurandir Salvarani (Santo André, 12 de fevereiro de 1947) é um advogado e político brasileiro que foi prefeito e vereador do município de Itapevi.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Eleição municipal de 1976[editar | editar código-fonte]

Salvarani foi eleito prefeito, com uma pequena diferença de votos sobre o segundo colocado, Silas de Oliveira, ambos do MDB. Naquele pleito, a Arena obteve resultados decepcionantes, com seus candidatos somados não atingindo a metade dos votos de Salvarani. O resultado também foi favorável ao MDB na câmara municipal, com o partido elegendo nove dos treze vereadores.[2] Apesar da esmagadora vitória do MDB, Salvarani mais tarde passou a apoiar o governador Maluf, do PDS (ex- Arena).[3]

Prefeito de Itapevi (1ª Gestão)[editar | editar código-fonte]

O primeiro mandato foi conturbado com Salvarani enfrentando dois processos de cassação, o primeiro em 1976 com uma suposta acusação de racismo a um candidato [4] e o segundo em 1979. No fim, foi absolvido em ambos. Apesar de possuir a maior bancada (nove dos treze vereadores eram do partido de Salvarani, o MDB), a relação entre Salvarani e o legislativo foi conflituosa durante todo o seu mandato, com denúncias de corrupção ao prefeito levadas à câmara tendo seus requerimentos aprovados por unanimidade.[5][6]

Em 1978, cansados de esperar ações da prefeitura, dezenas de moradores da Vila Santa Rita apoiados pelo vereador Cid de Oliveira realizaram um mutirão de limpeza da Estrada Julio Ribeiro.[7] Naquele mesmo ano, a prefeitura de São Paulo desativou a pedreira de sua propriedade existente em Itapevi desde a década de 1930 e dispensou seus funcionários. A desativação causou prejuízos para a economia local. Apesar de promessas de doação da área para a prefeitura de Itapevi implantar um parque em seu lugar, dez anos depois a área continuava abandonada e esquecida pelas autoridades municipais e estaduais.[8]

Um dos vereadores da bancada do MDB, Luiz Orlando de Almeida, acusou o prefeito Salvarani de perseguição política aos críticos de sua gestão. Mais tarde, em junho de 1979, Almeida foi indiciado por extorsão a um comerciante, proprietário de um restaurante em construção na cidade, por conta do pedido de aprovação do alvará de funcionamento do estabelecimento.[9] Salvarani (que chegou a ser apontado como testemunha de acusação) acabou envolvido no escândalo, sofrendo o seu segundo pedido de cassação, no qual acabou inocentado.[10]

Em 1980 a proposta de ampliação do salário do funcionalismo foi considerada baixa pelos funcionários e parte da câmara.[11] Após a enchente que inundou parte do Parque Paulista em 1982, a população protestou contra a gestão. Nesse momento, ocorreu o rompimento entre o prefeito Salvarani e o MDB local, que considerou o prefeito fraco e “cooptado” pelo PDS do governador Maluf .[12] No final de seu mandato anunciou que não iria conseguir regularizar os loteamentos da cidade por falta de recursos, apesar de cobrar o IPTU nessas localidades. Sem a regularização, esses loteamentos não poderiam receber ligações oficiais de água e esgoto.[13] Apesar das diversas promessas de construção de ligações de água, esgoto, iluminação pública, do ginásio municipal e da rodoviária da cidade, Salvarani chegou ao final do seu mandato questionado e com poucas dessas obras realizadas.[14]

Ainda assim, o MDB conseguiu eleger a nova gestão municipal em 1982, com Silas de Oliveira vencendo o vice-prefeito João Caramez (também do MDB) por um voto. [15]

Segunda eleição[editar | editar código-fonte]

Em 1983, Jurandir casa-se com Sônia Salvarani e vai passar alguns anos em sua fazenda no Paraná,Jurandir volta a Itapevi em 1987 e se reelege prefeito de Itapevi desta vez pelo PFL e contra o seu ex-amigo João Caramez.

Ocupações atuais[editar | editar código-fonte]

Entre 2005 e 2012 Salvarani foi secretário do governo de Itapevi das duas gestões de Maria Ruth Banholzer (2005-2012) depois de ser derrotado nas eleições para prefeito em 2000.[1]

Referências

  1. a b Alex Deive e Nilton Ramos (12 de fevereiro de 2011). «Cada prefeito que passou aqui deu sua contribuição para esses 52 anos de crescimento do município». Itapevi Notícias. Consultado em 15 de maio de 2022 
  2. Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. «Elelição Municipal de Itapevi de 1976». Fundação SEADE. Consultado em 15 de maio de 2022 
  3. «Maluf fiz que é preciso governar junto com o povo». Diário da Noite (SP), ano LIV, edição 16531, página 2/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 22 de outubro de 1979. Consultado em 15 de maio de 2022 
  4. Regional (30 de agosto de 1977). «Itapevi:Absolvição». Folha de S.Paulo, ano LVI, edição 17681, página 25. Consultado em 15 de maio de 2022 
  5. «Denúncias contra o prefeito em Itapevi». Folha de S.Paulo, ano 57, edição 18117, Seção Interior página 24. 9 de novembro de 1978. Consultado em 15 de maio de 2022 
  6. «Líder de prefeito justifica comissões». O Estado de S. Paulo, ano 99, edição 31797, página 7. 11 de novembro de 1978. Consultado em 15 de maio de 2022 
  7. Antonio Martins Filho (30 de maio de 1978). «Itapevi:povo faz estrada esquecida pela prefeitura». Folha de S.Paulo, ano LVII, edição 17954, Seção Interior página 29. Consultado em 15 de maio de 2022 
  8. «Prefeitura esquece pedreira em Itapevi». Jornal do Brasil, ano XCIX, edição 44, página 5/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 22 de maio de 1989. Consultado em 15 de maio de 2022 
  9. «Vereador do MDB foi indiciado por extorsão». Folha de S.Paulo, ano 58, edição 18336, Seção Local, página 10. 16 de junho de 1979. Consultado em 15 de maio de 2022 
  10. «Prefeito de Itapevi poderá ser afastado». O Estado de S. Paulo, ano 100, edição 32058, página 2. 16 de setembro de 1979. Consultado em 15 de maio de 2022 
  11. «Aumento não agradou aos funcionários». Folha de S.Paulo, ano 59, edição 18770, Seção Interior, página 13. 23 de agosto de 1980. Consultado em 15 de maio de 2022 
  12. «Bairro de Itapevi volta a sofrer com inundações». Folha de S.Paulo, ano 61, edição 19297, Seção Interior, página 15. Consultado em 15 de maio de 2022 
  13. «Itapevi não vai regularizar lotes». Folha de S.Paulo, ano 61, edição 19531, Seção Comunidade, página 17. 23 de setembro de 1982. Consultado em 15 de maio de 2022 
  14. José Aparecido (26 de maio de 1981). «Assaltos ameaçam bairros de Itapevi». Folha de S.Paulo, ano 61, edição 19046, Seção Comunidade, página 17. Consultado em 15 de maio de 2022 
  15. Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. «Elelição Municipal de Itapevi de 1982». Fundação SEADE. Consultado em 15 de maio de 2022 

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Jornal da Gente - Entrevista João Caramez
  • Jhonatan Costa entrevista - Jurandir Salvarani
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