Katazome

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Quimono de verão (yukata, início do século 19), com Ilustrações de Tōkaidōchū Hizakurige, um romance de 1802 pelo escritor Jippensha Ikku: técnica katazome aplicada a um tecido de algodão liso com forro crepe de seda (Los Angeles County Museum of Art)

Katazome (型染め?) é uma técnica Japonesa de tingimento de tecidos que usa uma pasta de arroz aplicada através de um estêncil para formar padrões e desenhos no tecido. A pasta de arroz age como um bloqueador de pigmento: onde ela cobre e permeia o tecido, o pigmento aplicado não penetra.

Processo[editar | editar código-fonte]

Os estêncis são feitos de camadas de papel artesanal, tratado com taninos naturais e fumaça para tornar-se à prova d'água. Já a pasta de arroz, é feita com uma mistura de farinha de arroz gelatinosa (餅粉 mochiko?) e farelo de arroz ( nuka?). A pasta de arroz é aplicada no tecido nos lugares onde o pigmento não é desejado. Depois, o pigmento (em geral em tons de azul ou indigo) é aplicado por um pincel largo, e depois de seco, o tecido é lavado em água corrente, retirando a pasta de arroz e revelando o desenho.[1][2]

História[editar | editar código-fonte]

Esta técnica se tornou popular devido a ser uma maneira barata para se decorar tecidos de algodão com detalhes tão ricos quanto os tecidos brocados, que, por serem feitos em seda colorida e com relevos bordados geralmente a ouro ou prata, são caros.[3]

Como várias outras técnicas artesanais japonesas, o katazome desenvolveu-se em uma respeitada forma de arte própria. Além de tecidos de algodão, a técnica de katazome foi utilizada para gravuras e pinturas.[4][5][6]

Artesões famosos[editar | editar código-fonte]

Keisuke Serizawa (芹沢 銈介?) foi um artesão natural de Shizuoka que foi honrado com o título de tesouro nacional vivo (人間国宝 Ningen Kokuhō?) em 1956 pelo governo Japonês em reconhecimento por seu trabalho artístico usando a técnica katazome.[7][4]

Sadao Watanabe (渡辺 禎雄?) foi aprendiz de Keisuke Serizawa, e suas gravuras, com temáticas dos evangelhos em contextos japoneses, eram também feitas utilizando a técnica katazome. Este artista foi reconhecido internacionalmente, com suas gravuras sendo exibidas em vários museus importantes.[5]

Mika Toba (鳥羽 美花?) é uma pintora graduada na Universidade Municipal de Artes de Kyoto e famosa por seu estilo único de pintura utilizando o Katazome. Suas pinturas, com temáticas e paisagens do Vietnã, foram reconhecidas e premiadas pelo governo Vietnamita e Japonês: pelo governo Vietnamita foi premiada com o prêmio "Cultural Testimonial Award",[8][6] e o primeiro ministro das relações exteriores do Japão recebeu um prêmio por promover a amizade entre o Japão e o Vietnã por meio da arte.[6][9]

Veja também[editar | editar código-fonte]

  • Shibori, outro método Japonês de tingimento.
  • Ise-Katagami, o método tradicional Japonês de fazer estêncis para tingir tecidos.

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. (Nakano & Stephan 1982)
  2. (Bodini 2012)
  3. (Ahmet et al. 2016)
  4. a b Bunshō, Jukagu; Yoshitake, Mika (2006). «The Origins of "A Don Quixote Picture Book"». University of Hawai'i Press. Review of Japanese Culture and Society 
  5. a b Pyle, Anne H. H. (2000). A Christian Faith in the Tradition of Japanese Folk Art. New York: American Bible Society. Printing the Word: the Art of Sadao Watanabe 
  6. a b c «Toba Mika Official Site». Consultado em 9 de novembro de 2018 
  7. «Shizuoka City Serizawa Keisuke Art Museum». Consultado em 10 de novembro de 2018 
  8. «Mika TOBA». Palace Hotel Tokyo. Consultado em 9 de novembro de 2018 
  9. «平成24年度大臣表彰受賞者リスト(個人)» (PDF). 平成24年度大臣表彰受賞者リスト(個人). Ministry of Foreign Affairs Japan. Consultado em 9 de novembro de 2018 

Referências[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]