Língua salar

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Salar

Salırça
سالارچا

Falado(a) em: China
Região: Qinghai, Gansu
Total de falantes: 60 mil
Família: Turcomana
 Oguz
  Salar
Escrita: Árabe, Escrita chinesa, Pinyin, Latina
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: ---
ISO 639-3: slr

Salar é uma língua turcomana falada pelos salares que vive principalmente nas províncias chinesas Qinghai e Gansu, havendo ainda falantes em Gulja, Sinquião. Dos cerca de 105 mil salares étnicos, 60 mil falam o salar, e os demais 45 mil falam o chinês.

Os salares chegaram a sua atual área durante o século XIV, tendo vindo do oeste, de Samarcanda, conforme lenda local. Evidências linguísticas indicam que a origem da língua esteja nas línguas turcomanas faladas pelos oguzes. A língua salar de hoje foi muito influenciada pela língua tibetana e pelo chinês.

Status oficial[editar | editar código-fonte]

A língua Salar tem algum status oficial somente nas areas autônomas do povo salar,[1] como os condados autônomos de Xunhua Salar e de Jishishan Bonan, Dongxiang .

Fonologia[editar | editar código-fonte]

A fonologia salar foi influenciada pelas línguas Tibetana e Chinesa. Além disso, os sons consoantes /k, q/ e /g, ɢ/ passaram a ser fonemas separados por causa de palavras de origem externa, como ocorreu em outras línguas turcomanas.[2]

Consoantes
Labial Dental Retroflexa Alvéolo-palatal Velar Uvular Glotal
Oclusiva p b t d k ɡ q ɢ
Africada t͡ʂ d͡ʐ t͡ɕ d͡ʑ
Fricativa f v s z ʂ ɕ x ʁ h
Nasal oclusiva m n
Aproximante l r j

As vogais do Salar seguem a fonologia das línguas turcomanas, com as vogais posteriores a, ɨ, o u e as correspondentes vogais frontais e, i, ø, y.[3]

Influências chinesa e tibetana[editar | editar código-fonte]

Em Amdo, a língua salar é muito influenciada pelas línguas chinesa e tibetana. Mesmo sendo uma língua turcomana, as principais estruturas da língua foram absorvidas do chinês. Cerca de 20% do vocabulário é de 0rugem chinesa e 10% de origem tibetana. Tambem são percebidas influências de outros idiomas chineses das proximidades,[4] bem como palavras Salar inflenciam essas línguas..[5]Porém, oficialmente o Governo Comunista Chinês incentiva estudos acadêmicos enfatizando as origens turcomanas da língua e ignorando influências chinesas na língua.[6] O Salar usa os caracteres chineses como uma alternativa por não ter escrita própria.[7]

Escrita[editar | editar código-fonte]

A escrita tradicional do salar foi durante muito tempo a árabe e ainda é usada, sendo preferida à também utilizada uma escrita latina de forma local e não oficial,[8] a chamada “Salır Latin Oğış”. Essa escrita latina apresenta 25 letras (não há o W) e ainda sete dessas letras com diacríticos.

Há reidinvicações para que se escreva padronizem as escritas árabe e latina especificamente para o Salar, porém o governo da República Popular da China vem rejeitando essas solicitações o que mantem a língua sem uma escrita oficial. [9]

Mesmo havendo um alfabeto latino não oficial para o Salar, cuja base é uma ortografia turcomama, essa escrita não é popular e não conseguiu se impor. A escrita árabe é bem mais aceita, mas o governo prefere que não haja nenhuma escrita para língua. [10] This lack of an official script has led the Salar to use Chinese writing.[11]Essa escrita árabe teve significativa presença no passado, tendo sido descobertos documentos com vários séculos de idade que foram escritos dessa forma Árabe.[12]


Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Fèlix Martí (2005). Fèlix Martí, ed. Words and worlds: world languages review. Volume 52 of Bilingual education and bilingualism illustrated ed. [S.l.]: Multilingual Matters. p. 123. 328 páginas. ISBN 1853598275. Consultado em 6 de março de 2011 
  2. Dwyer & 2007 (96)
  3. Dwyer (2007):121
  4. Raymond Hickey (2010). Raymond Hickey, ed. The Handbook of Language Contact illustrated ed. [S.l.]: John Wiley and Sons. p. 664. 863 páginas. ISBN 140517580X. Consultado em 28 de junho de 2010 
  5. Raymond Hickey (2010). Raymond Hickey, ed. The Handbook of Language Contact illustrated ed. [S.l.]: John Wiley and Sons. p. 664. ISBN 140517580X. Consultado em 6 de março de 2011 
  6. William Safran (1998). William Safran, ed. Nationalism and ethnoregional identities in China. Volume 1 of Cass series--nationalism and ethnicity illustrated ed. [S.l.]: Psychology Press. p. 72. 197 páginas. ISBN 071464921X. Consultado em 28 de junho de 2010 
  7. Thammy Evans (2006). Great Wall of China: Beijing & Northern China illustrated ed. [S.l.]: Bradt Travel Guides. p. 42. 296 páginas. ISBN 1841621587. Consultado em 28 de junho de 2010 
  8. Ainslie Thomas Embree, ed. (1988). Encyclopedia of Asian history, Volume 4 2 ed. [S.l.]: Scribner. p. 154. 1532 páginas. ISBN 0684189011. Consultado em 1 de janeiro de 2011  |coautores= requer |autor= (ajuda)(Original from the University of Michigan)
  9. William Safran (1998). William Safran, ed. Nationalism and ethnoregional identities in China. Volume 1 of Cass series--nationalism and ethnicity illustrated ed. [S.l.]: Psychology Press. p. 77. 197 páginas. ISBN 071464921X. Consultado em 1 de janeiro de 2011 
  10. Islam in China. [S.l.]: 五洲传播出版社. 2004. p. 55. 205 páginas. ISBN 7508505336. Consultado em 28 de junho de 2010  |coautores= requer |autor= (ajuda)
  11. Thammy Evans (2006). Great Wall of China: Beijing & Northern China illustrated ed. [S.l.]: Bradt Travel Guides. p. 42. 296 páginas. ISBN 1841621587. Consultado em 1 de janeiro de 2011 
  12. Arienne M. Dwyer (2007). Salar: a study in Inner Asian language contact processes. Phonology, Page 1. [S.l.]: Otto Harrassowitz Verlag. p. 91. 336 páginas. ISBN 3447040912. Consultado em 1 de janeiro de 2011 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Em língua inglesa

  • Hahn, R. F. 1988. Notes on the Origin and Development of the Salar Language, Acta Orientalia Hungarica XLII (2–3), 235–237.
  • Dwyer, A. 1996. Salar Phonology. Unpublished dissertation University of Washington.
  • Dyer, A. M. 1998. The Turkic strata of Salar: An Oghuz in Chaghatay clothes? Turkic Languages 2, 49–83.

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Dwyer, Arienne M (2007). Salar: A Study in Inner Asian Language Contact Processes; Part 1: Phonology. [S.l.]: Harrassowitz Verlag. ISBN 3-447-04091-2 

Referências externas[editar | editar código-fonte]