Línguas vascónicas

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 Nota: Para a língua viva falada no País Basco, veja Língua basca.

As línguas vascónicas (português europeu) ou línguas vascônicas (português brasileiro) (do latim tardio vasconĭce) são uma família linguística putativa que inclui o atual basco.

O conceito está frequentemente ligado à hipótese controversa do chamado substrato vascónico de Theo Vennemann, que especulou que os antepassados dos bascos espalharam-se pela Europa no fim da última Idade do gelo, quando os Cro-Magnon entraram na Europa e deixaram vestígios nas línguas europeias modernas. Como outras hipóteses que procuram relacionar o basco com outras línguas, essa teoria é rejeitada pela maioria dos linguistas.[1]

Os proponentes da família linguística vascónica alegam que o basco e o extinto aquitano são parentes próximos ou que as variantes modernas do basco são línguas distintas e não dialetos. Estas noções contradizem as perspetivas convencionais segundo as quais o aquitano é antepassado do basco que descende de um hipotético protobasco e que as variantes de basco são dialetos com vários graus de inteligibilidade mútua.[2] Esta perspetiva convencional é defendida por académicos como Koldo Zuazo, Koldo Mitxelena e Larry Trask. Esse último afirmou «no entanto, a diversificação não deve ser exagerada, como tem sido feito frequentemente na literatura: os dialetos são impressionantemente congruentes nos seus fundamentos e diferem sobretudo em vocabulário e em algumas poucas regras fonológicas de baixo nível».[3]

A única língua extinta que é amplamente reconhecida como aparentada com a linguística basca é o aquitano, que atualmente é considerada ancestral do basco. Trask afirma que o aquitano é de tal forma relacionada com o basco que se pode considerar para efeitos práticos que ela é mais ou menos ancestral direta do basco.[3]

Foram feitas várias tentativas de ligar outras línguas, modernas ou extintas, ao grupo linguístico vascónico, como o ibérico, a língua falada pelos cântabros e outras. Nenhuma dessas teorias logrou fornecer dados convincentes e são rejeitadas pela generalidade dos linguistas de basco.[3]

Notas e referências[editar | editar código-fonte]

  1. Baldi; Page, B. Richard (2006), «Review Europa Vasconica-Europa Semitica Theo Vennemann» (PDF), Elsevier, Lingua (em inglês) (116): 2183–2220, consultado em 3 de agosto de 2015 
  2. Pagola (1984), RM Euskalkiz Euskalki (em basco), Governo basco 
  3. a b c Trask, Larry (1997), The History of Basque, ISBN 9780415131162 (em inglês), Psychology Press, consultado em 3 de agosto de 2015