Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo
Cônsul da República Romana
Consulado 393 a.C.
391 a.C. (trib.)
388 a.C. (trib.)
383 a.C. (trib.)
381 a.C. (trib.)

Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo (em latim: Lucius Lucretius Tricipitinus Flavus) foi um político da gente Lucrécia nos primeiros anos da República Romana eleito cônsul sufecto em 393 a.C. no lugar de Lúcio Valério Potito, que abdicou, e junto com Sérvio Sulpício Camerino. Foi também tribuno consular por cinco vezes, em 391, 388, 383 e 381 a.C.

Segundo Plutarco, era geralmente o primeiro senador a falar, uma honra que transformar-se-ia no privilégio conhecido como "príncipe do senado", que não existia na época de Lucrécio[1][2].

Consulado (493 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 393 a.C., o consulado foi restaurado depois de quinze anos de tribunatos consulares. Foram eleitos Lúcio Valério e Públio Cornélio Malugilense, mas eles abdicaram e deixaram espaço para dois cônsules sufectos, Lúcio Lucrécio e Sérvio Sulpício[3][4]. A Lúcio Lucrécio coube a liderança da campanha militar contra os équos, que haviam ocupado a colônia romana de Vitellia. A cidade foi facilmente conquistada.

Em Roma se discutia acaloradamente a proposta dos tribunos da plebe de repopular Veios com plebeus e senadores romanos. A luta foi dura, mas, ao final, a proposta de lei foi derrotada na assembleia por apenas um voto em mais de uma centúria[5].

Para aplacar as reclamações da plebe, ainda infeliz com a divisão dos espólios de Veios, o Senado promulgou um decreto que entregava sete acres da terra de Veios para cada plebeu[5].

Primeiro tribunato consular (391 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Cerco de Clúsio

Lúcio Lucrécio foi eleito tribuno consular pela última vez em 391 a.C. com Caio Emílio Mamercino, Sérvio Sulpício Camerino, Lúcio Emílio Mamercino, Agripa Fúrio Fuso e Lúcio Fúrio Medulino[6]. A Lúcio Lucrécio e a Caio Emílio coube a campanha contra os volsínios e a Agripa Fúrio e a Sérvio Sulpício, a contra os sapienatos, interrompida por causa da epidemia que se abateu sobre Roma.

Os romanos conseguiram vencer facilmente os volsínios durante a primeira e única batalha campal da campanha e começaram a arrasar o território inimigo, ao fim da qual os volsínios obtiveram uma trégua de vinte anos em troca do quanto fora roubado dos romanos no ano anterior e o pagamento do valor devido aos soldados romanos para o ano corrente. Os sapienatos, depois de saberem da rendição de seus aliados, se retiraram, deixando seu próprio território indefeso aos raides romanos.

Foi durante este tribunato que Marco Fúrio Camilo foi acusado pelo tribuno da plebe Lúcio Apuleio de ter distribuído de modo injusto o butim conseguido depois da captura de Veios, decidiu se exilar voluntariamente em Ardea.

No entanto, os galos sênones (em latim: galli senoni), liderados por Breno, cercaram Clúsio, que enviou embaixadores à Roma para pedir ajuda[6].

Segundo tribunato consular (388 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 388 a.C., foi eleito novamente, desta vez com Tito Quíncio Cincinato Capitolino, Lúcio Júlio Julo, Quinto Servílio Fidenato, Lúcio Aquilino Corvo e Sérvio Sulpício Rufo[7].

Os tribunos lideraram os romanos em uma série de raides contra o territórios dos équos e de Tarquínia, onde atacaram Cortuosa e Contenebra, que foram saqueadas[7].

Enquanto isso, em Roma, os tribunos da plebe tentaram levantar a discussão sobre a subdivisão dos Pântanos Pontinos, capturados dos volscos no ano anterior[8].

Terceiro tribunato consular (383 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 383 a.C., foi eleito pela terceira vez, com Sérvio Sulpício Rufo, Lúcio Emílio Mamercino, Aulo Mânlio Capitolino, Lúcio Valério Publícola e Marco Trebônio[9].

Em Roma chegaram diversas notícias de revoltas, dos sobreviventes volscos, dos prenestinos, outra entre os habitantes de Lanúvio, contra os quais foi declarada a guerra, mas que não pôde ser travada naquele ano por conta de mais uma epidemia e da fome resultante que se abateu sobre Roma[9].

Quarto tribunato consular (381 a.C.)[editar | editar código-fonte]

Em 381 a.C., foi eleito pela última vez, com Marco Fúrio Camilo, Lúcio Postúmio Albino Regilense, Aulo Postúmio Albino Regilense, Lúcio Fúrio Medulino Fuso e Marco Fábio Ambusto[10].

Lúcio Fúrio e Marco Fúrio Camilo cuidaram da guerra contra os volscos, que haviam ocupado Satrico, o que levou à declaração de guerra contra a cidade aliada de Túsculo[11].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Cônsul da República Romana
Precedido por:
Marco Fúrio Camilo III

com Lúcio Fúrio Medulino VI
com Caio Emílio Mamercino
com Lúcio Valério Publícola
com Espúrio Postúmio Albino Regilense
com Públio Cornélio Cipião II

Lúcio Valério Potito
393 a.C.

com Públio Cornélio Maluginense
com Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo (suf.)
com Sérvio Sulpício Camerino (suf.)

Sucedido por:
Lúcio Valério Potito II

com Marco Mânlio Capitolino

Tribuno consular da República Romana
Precedido por:
Lúcio Valério Potito II

com Marco Mânlio Capitolino

Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo
391 a.C.

com Lúcio Fúrio Medulino VII
com Sérvio Sulpício Camerino
com Lúcio Emílio Mamercino
com Agripa Fúrio Fuso
com Caio Emílio Mamercino II

Sucedido por:
Quinto Fábio Ambusto

com Quinto Sulpício Longo
com Cesão Fábio Ambusto IV
com Quinto Servílio Fidenato IV
com Numério Fábio Ambusto
com Públio Cornélio Maluginense II

Precedido por:
Lúcio Valério Publícola II

com Lúcio Vergínio Tricosto
com Públio Cornélio I
com Aulo Mânlio Capitolino
com Lúcio Emílio Mamercino II
com Lúcio Postúmio Albino Regilense

Tito Quíncio Cincinato Capitolino
388 a.C.

com Lúcio Júlio Julo
com Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo II
com Quinto Servílio Fidenato V
com Lúcio Aquilino Corvo
com Sérvio Sulpício Rufo

Sucedido por:
Lúcio Papírio Cursor

com Lúcio Emílio Mamercino III
com Lúcio Valério Publícola III
com Licínio Menênio Lanato
com Cneu Sérgio Fidenato Cosso

Precedido por:
Sérvio Cornélio Maluginense II

com Públio Valério Potito Publícola II
com Marco Fúrio Camilo V
com Sérvio Sulpício Rufo II
com Caio Papírio Crasso
com Tito Quíncio Cincinato Capitolino II (III?)

Sérvio Sulpício Rufo III
383 a.C.

com Lúcio Emílio Mamercino IV
com Aulo Mânlio Capitolino III
com Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo III
com Lúcio Valério Publícola IV
com Marco Trebônio

Sucedido por:
Lúcio Papírio Crasso

com Espúrio Papírio Crasso
com Caio Sulpício Camerino
com Sérvio Cornélio Maluginense III
com Quinto Servílio Fidenato
com Lúcio Emílio Mamercino V

Precedido por:
Caio Sulpício Camerino

com Lúcio Papírio Crasso
com Espúrio Papírio Crasso
com Sérvio Cornélio Maluginense III
com Quinto Servílio Fidenato
com Lúcio Emílio Mamercino V

Lúcio Fúrio Medulino Fuso
381 a.C.

com Marco Fúrio Camilo VI
com Lúcio Lucrécio Tricipitino Flavo IV
com Aulo Postúmio Albino Regilense
com Marco Fábio Ambusto
com Lúcio Postúmio Albino Regilense II

Sucedido por:
Sérvio Cornélio Maluginense IV

com Lúcio Valério Publícola V
com Cneu Sérgio Fidenato Cosso III
com Licínio Menênio Lanato II
com Públio Valério Potito Publícola III
com Lúcio Papírio Crasso ou Mugilano
com Cneu Sérgio Fidenato Cosso
com Tibério Papírio Crasso

Referências

  1. Lívio, Ab Urbe Condita v. 29, 32, vi. 4, 21, 22.
  2. Plutarco, Vidas Paralelas, "Camillus," 32.
  3. Broughton 1951, p. 91.
  4. Lívio, Ab Urbe condita V, 3, 29.
  5. a b Lívio, Ab Urbe condita V, 3, 30.
  6. a b Lívio, Ab Urbe Condita V, 3, 32.
  7. a b Lívio, Ab Urbe Condita VI, 4.
  8. Lívio, Ab Urbe Condita VI, 5.
  9. a b Lívio, Ab Urbe Condita VI, 2, 21.
  10. Lívio, Ab Urbe Condita VI, 3, 22.
  11. Lívio, Ab Urbe Condita VI, 3, 22-26.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • T. Robert S., Broughton (1951). The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I, número XV. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas