Lourenço da Silva de Mendonça

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Lourenço da Silva de Mendonça (1620-1698) nasceu na região das Pedras de Pungo e Ndongo, Reino de Ndongo[1] (Atual província de Malanje, Angola). Era príncipe da família real que controlava a região, cuja origem pertencia à etnia Mbundu.[1] O tio, ao suceder ao trono real, se recusou a continuar a vassalagem do reino ao Império Português, que exigia uma contribuição anual de 100 escravos. Após a quebra do pacto, eclode a guerra em 1671. No mesmo ano, acaba-se o conflito com a extinção do reino e exílio de Mendonça ao Brasil.[1]

Junto com 3 irmãos, o príncipe chega a Salvador, capital da colônia. Foi a Lisboa em 1681. Em seguida, foi a Madri em 1682, onde tornou-se procurador-geral da Confraria da Nossa Senhora, Estrela dos negros, uma sociedade laica de caridade no Brasil e na África portuguesa.[2] Lourenço, alegando ser descendente dos reis do Congo e da Angola, viajou a Roma em 1684 para protestar ao Papa contra a escravidão. Suas petições, que apresentaram um relato em primeira mão das crueldades infligidas pela escravidão,[3] apoiadas pelos missionários capuchinhos, convenceram à Sagrada Congregação para a Propagação da Fé e levaram diretamente à condenação da escravidão no dia 20 de março de 1686 pelo Papa Inocente XI .[4]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c martinsajunior (12 de março de 2019). «Lourenço da Silva Mendonça: O primeiro ativista antiescravista?». Modern Marronage? (em inglês). Consultado em 20 de setembro de 2019 
  2. Mullett, Michael A. (1999) The Catholic Reformation. p. 194.
  3. Gray, Richard. (1997) "The Kongo Kingdom and the Papacy". History Today. 47: 44. OCLC 86379560.
  4. Hastings, Adrian. (1996) The Church in Africa: 1450-1950. p. 125. OCLC 44954750.