Método de Baermann-Moraes

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O Método de Baermann-Moraes em coprologia é um método de análise parasitológica de fezes. É um método que detecta larvas vivas, através de hidrotropismo e termotropismo positivo.

Usualmente utilizado para detectar principalmente larvas de Strongyloides stercoralis, podendo observar larvas de ancilostomídeos. Para diferenciar as larvas pode-se utilizar coloração pelo lugol. Quando coradas, é possível observar em lavas de Strongyloides o vestíbulo bucal curto na região anterior e o primórdio genital na região posterior do corpo do parasito. Larvas de ancilostomídeos possuem vestíbulo bucal comprido e não possuem primórdio genital visível.' [1]

Aparelho de Baermann[editar | editar código-fonte]

O aparelho de Baermann consiste em um funil de vidro suspenso por uma haste. Um tubo de borracha, acoplado à parte inferior do funil, é obstruído com um grampo. Uma peneira (abertura de 250 μm), ou duas camadas de gaze, são colocados na parte mais larga do funil, que foi parcialmente preenchido com água, e duas camadas de gaze são colocadas sobre a peneira. [2]

Etapas[editar | editar código-fonte]

  1. Pesar 10 g de fezes;
  2. As fezes são colocadas no centro de uma peneira (150 μm). (De forma alternativa, colocar as fezes em uma camada dupla de gaze que é dobrada para formar uma bolsa e é fechada com um elástico ou barbante. Colocar um palito para coquetel ou bastão sob o elástico ou barbante e suspender a bolsa no funil);
  3. Preencher lentamente o funil com água morna até que as fezes estejam imersas;
  4. Deixar o aparelho à temperatura ambiente durante a noite, período durante o qual as larvas irão migrar para fora das fezes e através da peneira para sedimentarem no colo do funil;
  5. Liberar o grampo da borracha e coletar a água no colo do funil para exame microscópico;
  6. Examinar o sedimento retirando alguns milímetros e deixando sedimentar por 30 min;
  7. De forma alternativa, 5 a 10 mℓ podem ser retirados, colocados em um tubo de centrifugação e centrifugados a 1.500 rpm por 2 min;
  8. Sifonar o sobrenadante e transferir o sedimento para uma lâmina de microscópio;
  9. As gotas sobre a lâmina podem ser examinadas sem uma lamínula, para avaliar a presença de larvas móveis;

Uma adaptação simples do método descrito anteriormente é suspender as fezes envoltas em gaze em uma taça preenchida com água e deixar em repouso durante a noite. As larvas deixarão as fezes, migrarão através da gaze e se assentarão no fundo da taça. Após sifonar o sobrenadante, o sedimento é examinado em baixa magnificação no microscópio.[2]

Notas e referências

  1. NEVES. David Pereira. Parasitologia Humana. 10.ed. São Paulo:Atheneu, 2000.
  2. a b TAYLOR, M. A.; COOP, R. L.; WALL, R. L. Parasitologia veterinária. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
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