Mad Maria (livro)

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 Nota: Para a minissérie brasileira da rede Globo, veja Mad Maria.
Mad Maria
Autor(es) Márcio Souza
Idioma Língua portuguesa
País  Brasil
Gênero Romance histórico
Editora Civilização Brasileira, Instituto Moreira Salles e Record
Lançamento 1980
Cronologia
Galvez o Imperador do Acre
Tem Piranha no Pirarucu

Mad Maria, escrito em 1980, é um livro do escritor brasileiro Márcio Souza[1] e a narrativa transcorre no interior da Amazônia e relata a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, entre 1907 e 1912. O projeto liderado pelo empreendedor americano Percival Farquhar tinham o objetivo de construir uma estrada que pudesse competir com o Canal do Panamá.

Enredo[editar | editar código-fonte]

O livro relata os episódios mais macabros e inacreditáveis dos registros históricos da construção da ferrovia focando-se num período de três meses, Márcio Souza força o leitor a confrontar o inferno. A ferrovia Madeira-Mamoré integraria uma região rica em látex na Bolívia com a Amazônia, mas encontrou obstáculos descomunais: 19 cataratas, 227 milhas de pântanos e desfiladeiros, centenas de cobras e escorpiões, a exuberância da floresta amazônica além da malária. As obras inacabadas deixaram um saldo de 3,6 mil homens mortos, 30 mil hospitalizados e uma fortuna em dólares desperdiçada na selva. O engenheiro inglês Stephan Collier comandava com mãos de ferro a construção da ferrovia, liderando um enorme grupo de homens de todo o mundo, indispostos entre si, no meio de uma floresta selvagem, ameaçados por toda a sorte de infortúnios

Indo contra os interesses do seu idealizador, Farquhar, estava o ministro Juvenal de Castro, amigo pessoal do então presidente da República, o marechal Hermes da Fonseca. Planejando derrubar o ministro e tirá-lo do seu caminho, Farquhar descobre o romance extra-conjugal de Castro com a jovem Luísa, e tira proveito desse segredo.

Adaptação para TV[editar | editar código-fonte]

Mad Maria é uma minissérie brasileira produzida e exibida pela Rede Globo e pelo Canal Futura entre 25 de janeiro e 25 de março de 2005 em 35 capítulos. Escrita por Benedito Ruy Barbosa, com direção de Ricardo Waddington, baseada no romance homônimo de Márcio de Souza. A minissérie foi gravada nas cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim, no Estado de Rondônia na Região Norte e as cenas finais rodadas na cidade de Passa Quatro, em Minas Gerais.

Críticas[editar | editar código-fonte]

Segundo o crítico literário Divino Lindria do Nascimento: "Embora hiperbólico, Mad Maria é já o romance canonizado que resgata o trágico episódio de nossa história no qual, às custas de milhares de mortes, se tentou levar à selva a modernidade dos trilhos."[2]

Para Cesar Augusto de Araujo Arraes da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência: "O autor Márcio Souza utiliza em sua obra um recurso impressionante de narração ao unir fatos históricos e questões sociais que se desenvolvem ao longo da trama de maneira cativante e ao mesmo tempo crítica tornando-a assim, riquíssima fonte de conhecimentos histórico-sociais, literários, e culturais, apresentando também os prejuízos e mazelas que este empreendimento deixou como legado à região da Amazônica."[3]

Flavio R. Cavalcanti afirma que "Márcio Souza atribui a esta luta eleitoral a origem de uma hostilidade do governo do Marechal Hermes contra o “Sindicato Farquhar” - inúmeros empreendimentos comprados ou iniciados pelo empresário norteamericano com capitais de investidores europeus. Havia a suspeita de que Farquhar tivesse financiado a “campanha civilista” de Rui Barbosa, e por isso o novo governo, do Marechal Hermes, estaria colocando todo tipo de dificuldades aos seus negócios."[4]

"A ironia amarga de Márcio Souza germina diretamente do coração das trevas." The New York Tikmes Book Review[5]

"Epopéia às avessas, romance notável de um Márcio Souza crescentemente mestre de seu ofício e transbordante de talento, Mad Maria é um faroeste à medida brasileira: sem ilusões, vigilante e pontiagudo como uma flecha na noite escura." Folha de S.Paulo[6]

Edições[editar | editar código-fonte]

O livro foi lançado em 1980 pela editora Civilização Brasileira. Em 2005 foi reimpresso na coleção "Cadernos de Literatura Brasileira" do Instituto Moreira Salles.[7] Atualmente é publicado pela editora Record.[6]

Referências