Madonna e sexualidade

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Madonna aos 53 anos no palco da MDNA Tour em 2012

A cantora e compositora estadunidense Madonna é considerada um ícone sexual e definida por um autor como o principal símbolo sexual da era pós-moderna. Muitos consideram a sexualidade de Madonna como um dos pontos focais de sua carreira. O Dicionário de Inglês da Oxford de (2010) creditou sua imagem como um símbolo sexual como fonte de seu estrelato internacional. Suas demonstrações sexuais atraíram inúmeras análises de estudiosos, sexólogos, feministas, e outros autores. Devido ao uso constante de conteúdo sexual explícito, seus vídeos enfrentaram censura da MTV, bem como suas apresentações e outros projetos foram censurados por diferentes entidades.

Interesse da crítica[editar | editar código-fonte]

[...] descartar Madonna como 'apenas mais um símbolo sexual' é não entender seu imenso apelo [...]

Sara Mills citando um comentário sobre Madonna (1994).[1]

Madonna tem sido referida como um ícone sexual ou símbolo sexual; a série American Masters, assim como outras, sugerem que Madonna continua a ser um ícone sexual à medida que "envelhece".[2] O Dicionário de Inglês da Oxford (2010) creditou sua imagem como um símbolo sexual como fonte de seu estrelato internacional.[3] Em geral, frequentemente é sugerido que o status de Madonna foi produzido em grande parte pela maneira com que ela deliberadamente fez uso de imagens de sexualidade.[4] O educador Ray B. Browne, em seu livro Laws of Our Fathers: Popular Culture and the U.S. Constitution (1986), escreveu que Madonna é chamada de "aquela coisa mais singular, um símbolo sexual".[5] Um artigo de 1989 da Adweek's Marketing Week explicou que "ao contrário de outros símbolos sexuais, Madonna nunca é a vítima"; eles lembraram que outros "símbolos sexuais", como Marilyn Monroe, foram considerados "figuras trágicas".[6] No livro The Thirty Years' Wars (1996), Andrew Kopkind considerou Madonna como "o principal símbolo sexual da década" (anos 1990).[7] O autor Stuart Jeffries, em seu livro Everything, All the Time, Everywhere: How We Became Postmodern (2021), considerou Madonna o principal símbolo sexual da era pós-moderna, e diferente de Monroe, que ele definiu como o principal símbolo sexual da era moderna.[8]

Atenção da imprensa e do público[editar | editar código-fonte]

O físico Stephen Hawking brincou: "Vendi mais livros sobre física do que Madonna sobre sexo" (c. 1989[9]

No livro Record Collecting for Girls (2011), Courtney Smith documentou que a maioria das pessoas associa Madonna a sexo.[10] No final dos anos 1980, o físico Stephen Hawking comentou brincando: "Eu vendi mais livros sobre física do que Madonna sobre sexo".[9] Essa percepção da imagem de Madonna foi mais forte na década de 1990. A Enciclopédia Hutchinson de 1996 a define como uma "cantora e atriz pop estadunidense que se apresenta no palco e em vídeos com uma sexualidade exagerada".[11] No livro Profiles of Female Genius (1994), o autor Gene Landrum descreve que a energia libidinal e a sexualidade de Madonna se tornaram sua maior atração para a mídia e "tornou-se o ponto focal de toda sua carreira".[12] Na década de 1990, o biógrafo Mark Bego resumiu:[13]

Desde sua chegada à cena há dez anos, Madonna se tornou tão sinônimo de sexo (e publicidade) que pode ser difícil lembrar que ela começou como um fenômeno musical.

A historiadora Andrea Stuart citou a manchete de um tabloide, onde Madonna foi chamada de "devoradora de homens" e como "ela usou o sexo para chegar ao topo".[14] Nesse sentido, o autor Adam Sexton chamou alguns artigos da imprensa de "moralismo assustador", condenando que "ao ler artigos sobre Madonna, você pode ter a ideia de que era hábito dos jornalistas do pop se casar com a primeira pessoa com quem dormiram".[15] No compêndio The Madonna Connection (1993), os estudiosos até escreveram que "não é nenhuma surpresa, então, que os rumores de que Madonna tenha testado positivo para HIV tenham sido incrivelmente persistentes".[16] Eles escreveram que certos segmentos de nossa cultura encontram conforto em identificá-la como portadora do vírus da AIDS—uma doença percebida por alguns como uma punição por comportamento imoral—e tornar Madonna HIV positivo estabelece sua culpa moral e fornece sua contenção final, a morte.[16]

Referências

  1. Mills, Sara (1994). Gendering the Reader [Dando Gênero ao Leitor] (em inglês) ilustrada ed. Reino Unido: Harvester Wheatsheaf. p. 72. ISBN 9780745011301. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  2. «How Madonna May Have Been Influenced by Mae West» [Como Madonna Pode Ter Sido Influenciada por Mae West]. American Masters (em inglês). PBS. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  3. Stevenson, Angus (2010). Oxford Dictionary of English [Dicionário de Inglês da Oxford🔗 (em inglês) 1ª ed. Reino Unido: Oxford University Press. p. 1063. ISBN 9780199571123. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  4. Ward, Glenn (27 de maio de 2011). Discover Postmodernism: Flash [Descubra o Pós-modernismo: Rápido] (em inglês) 1ª ed. Reino Unido: John Murray Press. ISBN 9781444141269. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  5. Browne, Ray Broadus (1986). Laws of Our Fathers: Popular Culture and the U.S. Constitution [Leis de Nossos Pais: Cultura Popular e a Constituição dos E.U.A.] (em inglês) ilustrada ed. EUA: Popular Press. p. 191. ISBN 9780879723385. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  6. Lippert, Barbara (1989). «Week Critique» [Crítica da Semana]. Adweek's Marketing Week (em inglês). 30. Nova Iorque, EUA: A/S/M Communications. p. 7. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  7. Kopkind, Andrew (17 de novembro de 1996). The Thirty Years' Wars: Dispatches and Diversions of a Radical Journalist, 1965-1994 [As Guerras dos Trinta Anos: Despachos e Desvios de um Jornalista Radical, 1965-1994] (em inglês) revisada ed. EUA: Verso. p. 503. ISBN 9781859840962. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  8. Jeffries, Stuart (26 de outubro de 2021). Everything, All the Time, Everywhere: How We Became Postmodern [Tudo, o Tempo todo, em Todo Lugar: Como Nos Tornamos Pós-modernos] (em inglês) 1ª ed. EUA: Verso. p. 175. ISBN 9781788738224. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  9. a b Gross, Alan G. (2018). The Scientific Sublime: Popular Science Unravels the Mysteries of the Universe [O Sublime Científico: A Ciência Popular Desvenda os Mistérios do Universo] (em inglês) ilustrada ed. Reino Unido: Oxford University Press. p. 113. ISBN 9780190637774. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  10. Smith, Courtney E. (2011). Record Collecting For Girls: Unleashing Your Inner Music Nerd, One Album at a Time [Coleção de Discos Para Meninas: Liberando Sua Nerd Musical Interior, Im Álbum de Cada Vez] (em inglês) ilustrada ed. Boston, EUA: Houghton Mifflin Harcourt. p. 119. ISBN 9780547502250. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  11. Guilbert, Georges-Claude (2 de outubro de 2015). Madonna as Postmodern Myth: How One Star's Self-Construction Rewrites Sex, Gender, Hollywood and the American Dream [Madonna como Mito Pós-moderno: Como a Autoconstrução de Uma Estrela Reescreve Sexo, Gênero, Hollywood e o Sonho Americano] (em inglês) ilustrada ed. Jefferson, EUA: McFarland. p. 182. ISBN 9780786480715. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  12. Landrum, Gene N. (1994). Profiles of Female Genius: Thirteen Creative Women who Changed the World [Perfis de Mulheres Geniais: Treze Mulheres Criativas que Mudaram o Mundo] (em inglês) ilustrada ed. Nova Iorque, EUA: Prometheus Books. p. 274–275. ISBN 9780879758929. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  13. Paglia, Camille (31 de agosto de 2011). Vamps & Tramps: New Essays [Vamps & Vadias: Novos Ensaios] (em inglês) 1ª ed. EUA: Vintage Books. p. 370. ISBN 9780307765567. Consultado em 3 de dezembro de 2022 
  14. Stuart, Andrea (1996). Showgirls [Coristas] (em inglês). Londres, Inglaterra: Jonathan Cape. p. 216. ISBN 9780224036153. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  15. Sexton, Adam (1993). Desperately Seeking Madonna: In Search of the Meaning of the World's Most Famous Woman [Procurando Madonna Desesperadamente: Em Busca do Significado da Mulher Mais Famosa do Mundo] (em inglês) ilustrada ed. Nova Iorque, EUA: Dell Publishing. p. 34. ISBN 9780385306881. Consultado em 4 de dezembro de 2022 
  16. a b Schwichtenberg, Cathy (1993). The Madonna Connection: Representational Politics, Subcultural Identities, And Cultural Theory [A Conexão Madonna: Política Representativa, Identidades Subculturais e Teoria Cultural] (em inglês) ilustrada ed. Boulder, EUA: Westview Press. p. 19. ISBN 9780813313962. Consultado em 4 de dezembro de 2022