Manuel, Príncipe de Portugal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Manuel
Príncipe herdeiro de Portugal
Nascimento 1 de novembro de 1531
  Castelo de Alvito, Alvito, Beja, Portugal
Morte 14 de abril de 1537 (5 anos)
  Paço de São Francisco, Évora, Portugal
Sepultado em Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa, Portugal
Casa Avis
Pai João III de Portugal
Mãe Catarina de Áustria
Religião Catolicismo Romano

D. Manuel de Portugal (Alvito, 1 de novembro de 1531 - Évora, 14 de abril de 1537), foi um Infante de Portugal e depois Príncipe herdeiro de Portugal, quinto filho do rei João III de Portugal e de Catarina de Áustria.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nasceu no Castelo de Alvito, onde então se encontrava a Corte, a 1 de novembro de 1531. Foi-lhe posto o nome de Manuel, em homenagem ao avô paterno, o rei Manuel I. Por ter nascido com débil saúde e muito fraco, foi baptizado logo à nascença por perigo de vida e oficialmente onze dias depois, pelo capelão-mor e bispo de Lamego Fernando de Meneses Coutinho e Vasconcelos. Levou-o à pia baptismal o infante Luís, seu tio. Foram encarregues das insígnias o infante Fernando, também seu tio, que levava o saleiro, Teodósio I, 5.º duque de Bragança, que levava a oferta e o círio pascal e Rodrigo de Melo, 1.º marquês de Ferreira, que levava a fogaça.[1][2][3]

Tendo em conta o prematuro falecimento do seu irmão mais velho, o príncipe Afonso e o facto de ocupar o lugar de princesa herdeira a sua irmã Maria Manuela, enquanto varão, Manuel foi jurado Príncipe herdeiro de Portugal a 13 de junho de 1535, em Évora. Naquele dia, o rei assistiu com toda a Corte a uma missa pontifical, presidida pelo bispo de Lamego, que crismou de seguida o príncipe Manuel e a sua tia, a infanta Maria.[1][3]

A cerimónia de juramento foi descrita pormenorizadamente por Francisco de Andrada e, posteriormente, por António Caetano de Sousa. Naquele ato esteve presente todo o clero, nobreza e povo. Além dos monarcas e das infantas Maria e Maria Manuela, estiveram presentes o duque de Bragança, que serviu de Condestável, o núncio do Papa, o embaixador de Castela, as damas e moços fidalgos, o conde de Vimioso, que foi mordomo-mor do príncipe, o Cardeal Afonso e os infantes Luís, Henrique e Duarte, seus tios, o secretário António Carneiro, Francisco de Melo, mestre em Teologia, Gonçalo Vaz, procurador da cidade de Lisboa e doutor em Leis, Guiomar Coutinho, o marquês de Ferreira e os condes de Portalegre, Feira, Prado, Castanheira e Vidigueira, os procuradores do conde de Linhares, os procurados dos prelados ausentes, os bispos de Coimbra, Viseu, Silves, Guarda e outros.[1]

Faleceu no Paço de São Francisco, em Évora, a 14 de abril de 1537, com apenas 5 anos de idade, três meses após a morte do seu irmão Dinis e estando a sua mãe grávida de outro irmão, o infante João Manuel. Foi sepultado no Mosteiro dos Jerónimos. Por sua morte, o título de príncipe herdeiro recaiu sobre o seu irmão mais novo, o infante Filipe.[1][3]

Jaz no mesmo túmulo onde repousa o irmão João Manuel, podendo ler-se o seguinte epitáfio em latim: «Hîc partitur lethi Joannes vulnera Princeps, Et puer, & Princeps, proh dolor! Emmanuel Joannes uno multos haerede reliquit, Unos pro multis namque Sebastus erat.»[1]

Referências

  1. a b c d e f Sousa, António Caetano de (1735–1749). Historia genealogica da Casa Real Portugueza (PDF). III. Lisboa: [s.n.] pp. 535–538, 554–555 
  2. Andrada, Francisco de (1613). «73 - 2.ª parte». Cronica do muyto alto e muito poderoso Rey destes Reynos de Portugal Dom Ioão o III. deste nome. Lisboa: [s.n.] p. 105 verso 
  3. a b c Barbosa, José (1727). Catalogo chronologico, historico, genealogico, e critico, das rainhas de Portugal, e seus filhos,. Lisboa: Officina de Joseph Antonio da Sylva, impressor da Academia Real. p. 402 

Precedido por
Maria Manuela

Príncipe herdeiro de Portugal

13 de junho de 1535 - 14 de abril de 1537
Sucedido por
Filipe