Manuel Beckman

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Manuel Beckman
Nascimento 1630
Morte 1686
Cidadania Brasil
Ocupação político
Causa da morte forca

Manuel Beckman foi um senhor de engenho e revolucionário português radicado no Brasil. É considerado por alguns autores como um "protomártir" da Independência, muito antes da figura de Tiradentes. O sobrenome Beckman, de origem germânica, é frequentemente grafado em sua forma aportuguesada, Bequimão.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de pai alemão e mãe portuguesa, que ainda muito jovem viera para a região, veio a tornar-se senhor de engenho na região do rio Mearim, no Estado do Maranhão, com o irmão Thomas, advogado.

Manuel foi vereador da Câmara Municipal de São Luís. Os registros da Inquisição de Lisboa referem um inquérito sobre os irmãos Beckman (Manuel e Thomas), acusados de judaísmo (IAN/TT, IL – CP, livro 255, f. 52 (1675)). Manuel teria sido deportado, por dois anos, para o Forte de Santo Antônio de Gurupá.

Os irmãos envolveram-se nas divergências entre proprietários locais e religiosos da Companhia de Jesus, com relação à escravização do indígena, culminando, na noite de 24 de fevereiro de 1684, durante as festividades de Nosso Senhor dos Passos, numa violenta reação contra o estanco (monopólio) da Companhia Geral de Comércio do Maranhão, envolvendo de sessenta a oitenta dos chamados "homens-bons" da região.

A revolta foi debelada no ano seguinte, com a chegada de tropas sob o comando do tenente-general Gomes Freire de Andrade a São Luís (15 de maio). Gomes Freire expediu ordem de prisão contra Manuel Beckman, que fugira, oferecendo por sua captura o cargo de Capitão das Ordenanças. Para obtê-lo, Lázaro de Melo, afilhado e protegido de Manuel, traiu o padrinho e entregou-o preso. Entretanto, empossado no cargo, os seus comandados repudiaram-lhe o gesto vil, recusando-se a obedecer-lhe as ordens. Queixando-se disso ao governador, afirma-se que Gomes Freire, governador do Maranhão, ter-lhe-ia respondido:

"Nada tenho que fazer. O que o governo prometeu, cumpriu. Obrigar os subordinados a aceitar o seu comando está fora dos poderes do governo, ou melhor, já não é de minha alçada. Faça por ser obedecido."

Apontados como líderes da revolta, Manuel Beckman e Jorge de Sampaio de Carvalho receberam como sentença a morte pela forca. Os demais envolvidos foram condenados à prisão perpétua. A execução pública de Beckman e de Sampaio ocorreu em 2 de novembro de 1685 (10 de novembro, segundo outras fontes), na chamada praia do Armazém.

Tendo os bens dos Beckman sido sequestrados e ido a hasta pública, Gomes Freire arrematou-os todos e devolveu-os à viúva e filhas do revoltoso.

Na Avenida Beira-mar, fica a Praça Manuel Beckman (Praça 15 de Novembro), com a Pirâmide de Beckman, obelisco construído em 1910, em homenagem ao líder da revolta colonial de 1684. A pirâmide teria sido erguida aproveitando a base do pedestal do antigo Pelourinho de São Luís, de 1815, sendo assim o monumento mais antigo da capital.[1]

A Assembleia Legislativa do Maranhão fica localizada no Palácio Manuel Beckman.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • LISBOA, J. Francisco. Crônica do Brasil colonial: apontamentos para a história do Maranhão. Petrópolis: Vozes, 1976.

Referências