Marcos da Cornualha

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
"Rei Mars da Cornualha", ilustração de Howard Pyle (1905).

Marcos ou Mars da Cornualha é um rei lendário da Cornualha e personagem no Ciclo Arturiano da literatura medieval. Especificamente, Marcos é o marido de Isolda, que ao apaixonar-se por Tristão desencadeia uma história trágica que foi motivo de muitas versões literárias desde a Idade Média até a atualidade.[1]

Lenda e literatura[editar | editar código-fonte]

O personagem aparece cedo na literatura galesa medieval. Por exemplo, há uma Tríade galesa que se refere a Drystan (Tristão) como alguém que cuida dos porcos de March (Marcos) e se comunica com Essylt (Isolda).[2] A lenda aparece mais desenvolvida a partir do século XI, em obras francesas e alemãs, na qual Marcos é retratado como irmão de Brancaflor, mãe de Tristão, sendo portanto tio do cavaleiro.[2] Segundo a versão básica da história, Tristão vai à Irlanda para trazer Isolda à Cornualha, onde a bela mulher desposará seu tio. No caminho, porém, Tristão e Isolda bebem acidentalmente uma poção mágica que faz com que os dois se apaixonem perdidamente um pelo outro. Apesar disso, Isolda se casa com Marcos, levando os dois amantes a uma vida difícil, ao tentar realizar seus desejos amorosos sem despertar suspeitas na corte.[1]

Historicidade[editar | editar código-fonte]

Há evidência de que o rei Marcos poderia estar inspirado num nobre galês real, chamado March filho de Meirchyawn. Na Vida de Paulino de Gales, escrita no século IX, Marcos é relacionado com Cunomorus, que reinou na Cornualha no século VI.[2] O nome Cunomorus também aparece numa incrição da chamada "Pedra de Tristão", localizada em Fowey, Cornualha. Uma das leituras possíveis da inscrição, muito deteriorada e abreviada, seria: "DRUSTANUS HIC IACIT CVNOMORI FILIVS", ou seja, "Drustanus jaz aqui, filho de Cunomorus".[2][3]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Tristan and Isolt no Projeto Camelot da Universidade de Rochester
  2. a b c d Mark no Projeto Camelot da Universidade de Rochester
  3. Pedra de Tristão na Celtic Inscribed Stones Project da University College London