Mariana Osório de Castro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Mariana Osório de Castro
Nascimento 15 de junho de 1842
Lisboa
Morte 17 de novembro de 1917 (75 anos)
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Progenitores
  • José Osório de Castro Cabral de Albuquerque
  • Ana Doroteia Moore Quintius
Cônjuge João Baptista de Castro
Filho(a)(s) Ana de Castro Osório, João Osório de Castro, Alberto Osório de Castro
Ocupação ativista pelos direitos das mulheres

Mariana Adelaide Osório de Castro Cabral de Alburquerque Moor Quintins (São Jorge de Arroios, Lisboa, 15 de junho de 1842 - Lisboa, 17 de novembro de 1917) foi uma feminista portuguesa.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascida a 15 de junho de 1842, em São Jorge de Arroios, Lisboa, Mariana Osório de Castro era filha de José Osório Cabral de Alburquerque, tenente-general e governador de Macau, e de Ana Doroteia Rosa Moor Kintins de nacionalidade neerlandesa.[2]

Casou-se com João Baptista de Castro, um reputado bibliófilo, notário e magistrado, natural de Eucísia (Alfândega da Fé), com o qual teve quatro filhos: a escritora e sufragista Ana de Castro Osório (1872-1925), o juiz e poeta Alberto Osório de Castro (1868-1946), o juiz e escritor João Osório de Castro (1869-1939), e o comandante e presidente da Liga dos Combatentes da Grande Guerra Jerónimo Osório de Castro (1871-1935).[3]

Após casar-se viveu durante 22 anos em Mangualde, onde o seu esposo exercia então o cargo de oficial de Registro da Propriedade.

A partir de 1911, sendo o seu marido nomeado juiz em Lisboa,[4] fixou-se na capital portuguesa, passando a sua residência a ser conhecida como um centro de actividades e discussões políticas e sociais através das iniciativas da sua filha Ana de Castro Osório, que se havia tornado num das figuras mais respeitadas e influentes da Primeira República Portuguesa e da primeira onda do Feminismo em Portugal.[5]

Apoiante das iniciativas da sua filha, Mariana Osório de Castro tornou-se então militante da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas (LRMP) e, posteriormente, da Associação de Propaganda Feminista (APF), desde a sua fundação, ganhando um papel de relevo na gestão e divulgação da associação feminista, sobretudo após a morte de Carolina Beatriz Ângelo e durante o período em que Ana de Castro Osório e Elzira Dantas Machado viajaram para o Brasil. Pelas suas ações foi eleita presidente da APF em 1912.

Em 1915 aderiu à Comissão Feminina "Pela Pátria", tendo trabalhado na angariação de roupa e mantimentos para os soldados portugueses destacados durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1916 foi eleita membro do Conselho de Supervisão. Durante o mesmo período, aderiu à iniciativa Obra Maternal, gerida por Inês da Conceição Conde e Maria Veleda, e tornou-se também membro da Cruzada das Mulheres Portuguesas.[1]


Morreu a 17 de novembro de 1917, aos 75 anos. No seu funeral, o elogio fúnebre foi realizado por Maria Benedita Mouzinho de Albuquerque Pinho, com quem tinha colaborado no comité directivo da revista A Mulher e a Criança, entre 1909-1910.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c «"Tudo o que sei, e nada sei, é para partilhar"». Ruas com história. 8 de março de 2018. Consultado em 10 de junho de 2021 
  2. Santos, Isaú (1997). Macau e o Oriente: no Arquivo Histório Ultramarino. [S.l.]: Instituto Cultural de Macau 
  3. «"Dicionário no Feminino, Séculos XIX-XX" Pág. 752 e 753». ISBN 9722413686 9789722413688 Verifique |isbn= (ajuda) 
  4. «Diploma de nomeação passado a João Baptista de Castro para o lugar de juiz de direito de Lisboa - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 27 de julho de 2022 
  5. «Un puente entre España y Portugal: Carmen de Burgos y su amistad con Ana de Castro Osório»