Marina Pisklakova-Parker

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Marina Pisklakova-Parker
Marina Pisklakova-Parker
Alma mater
  • Russian Presidential Academy of National Economy and Public Administration
  • Russian Presidential Academy of National Economy and Public Administration
  • Instituto de Aviação de Moscou
Ocupação ativista, escritora

Marina Pisklakova-Parker é uma ativista pelos direitos da mulher e autora russa. Ela é a primeira pessoa a criar um centro para mulheres em crise, o Centro Nacional para Prevenção da Violência - ANNA, visando ajudar vítimas de violência doméstica na Rússia.[1][2][3][4]

Educação e carreira[editar | editar código-fonte]

Pisklakova estudou engenharia aeronáutica no Instituto de Aviação de Moscou. Ela obteve o grau de doutora em Sociologia na Academia Presidencial Russa de Economia Nacional e Administração Pública. Enquanto conduzia pesquisa no Instituto de Estudos Socioeconômicos da População, ela recebeu uma resposta a uma pesquisa de uma mulher que descrevia maus tratos pelo seu marido. Pisklakova ficou perturbada e acionou o diretor do Centro, que disse tratar-se de um caso de violência doméstica, um termo estrangeiro que não tinha tradução na Rússia.[5]

Não muito tempo depois, enquanto acompanhava seu filho à escola, Pisklakova aproximou-se de uma mulher que tinha o rosto machucado e inchado. Ela lhe perguntou sobre isso, mas a mulher se recusou a responder. Alguns dias depois, a mulher telefonou a Pisklakova e lhe disse que seu marido lhe batera com o salto do sapato por ela não prender rapidamente um botão que lhe caíra do casaco. Pisklakova pediu à mulher que deixasse seu marido, mas ela respondeu que não tinha para onde ir.[5][6][7]

Pisklakova decidiu chamar a polícia para comunicar o caso. As autoridades responderam que era um assunto privado e que não poderiam interferir. Pisklakova pesquisou agências e descobriu que não havia instituições para ajudar vítimas de violência doméstica na Rússia. Ela assumiu o problema e contatou o responsável por um centro para mulheres em crise na Suécia. O diretor orientou Pisklakova sobre como criar o primeiro centro para mulheres em crise na Rússia.[5][6]

ANNA[editar | editar código-fonte]

Em 1993, Pisklakova fundou o ANNA (Centro Nacional para Prevenção da Violência), uma hotline para as mulheres reportarem abuso doméstico e receber assistência. Pisklakova formou a agência sozinha, e era a única supervisionando o telefone. Ela encontrou oposição, tendo sido acusada de agravar os problemas, como ficou evidente no seu primeiro caso, quando o policial aconselhou o marido a bater em sua mulher em silêncio.[5][7][8]

Pisklakova recebeu recursos adicionais seis meses depois. Ela contratou psicólogos e advogados e alugou um espaço para disponibilizar abrigo para as vítimas. Ela forneceu treinamento para quem quisesse trabalhar como conselheiro e para os interessados em criar centros para mulheres em crise. Quando a organização cresceu, eles começaram a trabalhar com a polícia.[5][7]

Em 1997, Pisklakova iniciou um programa para treinar advogados para conduzir casos de violência doméstica. Ela também fez lobby para criar legislação que reconhecesse as facetas da violência doméstica, como o controle econômico, a violência psicológica e a violência sexual marital.[9][1][10][5][7]

O ANNA possui mais de 40 agências por toda a Rússia, que trabalham com mais de 150 organizações para combater a violência baseada no gênero.[11][4]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Odynova, Alexandra. «Domestic abuse isn't a crime in Russia. One survivor says "the police don't help."». www.cbsnews.com. CBS Interactive Inc. Consultado em 14 dezembro 2020 
  2. «Russian women stuck in virus lockdown hell as abuse surges». The Japan Times. 24 Maio 2020. Consultado em 14 dezembro 2020 
  3. Nemtsova, Anna (2 Setembro 2010). «Domestic Violence Pervades Russian Homes». Newsweek (em inglês). NEWSWEEK DIGITAL LLC. Consultado em 14 dezembro 2020 
  4. a b «Marina Pisklakova-Parker (0000-0003-3551-1807)». ORCID (em inglês). Consultado em 14 dezembro 2020 
  5. a b c d e f «Marina Pisklakova | Speak Truth to Power». Speak Truth to Power. Discovery Education. Consultado em 14 dezembro 2020 
  6. a b Monaghan, Jennifer (9 Maio 2015). «Domestic violence in Russia: Optimism as country faces up to the». The Independent (em inglês). Consultado em 14 dezembro 2020 
  7. a b c d «Speak Truth to Power | Marina Pisklakova». Consultado em 14 dezembro 2020 
  8. «Marina Pisklakova-Parker – Every Woman Treaty» (em inglês). Consultado em 9 de fevereiro de 2021 
  9. Manuilova, Anastasia (24 Novembro 2017). «Nine Months After New Domestic Violence Law, Russian Women Still Struggle». The Moscow Times (em inglês). Consultado em 14 dezembro 2020 
  10. «"I Could Kill You and No One Would Stop Me"». Human Rights Watch (em inglês). 25 outubro 2018. Consultado em 14 dezembro 2020 
  11. Studer, Camille (23 Setembro 2020). «The Istanbul Convention and the global fight to end violence against women : where do we stand? -». Azickia. Consultado em 14 dezembro 2020