Marlyse Meyer

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Marlyse Meyer
Nascimento 1924
São Paulo
Morte 19 de julho de 2010
Cidadania Brasil
Alma mater
Ocupação professora, crítica literária, escritora
Empregador(a) Universidade de São Paulo, Universidade Estadual de Campinas

Marlyse Madeleine Meyer (São Paulo, 7 de agosto de 1924 — São Paulo, 19 de julho de 2010) foi uma professora, ensaista e crítica literária brasileira.[1] Iniciou a carreira universitária como especialista da literatura francesa do século XVIII e do autor Marivaux. Dedicou-se ao estudo da cultura popular,[1] como os folhetins,[2] os almanaques,[3] e a literatura de cordel.[4] Ganhou o Prêmio Jabuti em 1997, na categoria ensaio, com Folhetim, uma história.[5]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Meyer nasceu em São Paulo,[6] filha de pais franceses.[7] Ela se tornou estudante da Universidade de São Paulo, graduando-se em Letras em 1946 e doutorando-se em 1961,[8][7] defendendo a tese As surpresas do amor - a convenção no teatro de Marivaux (tendo como orientador Alfred Bonzon).[9][10]

Casou-se com João Alberto Meyer, físico polonês naturalizado brasileiro, mais conhecido como Jean Meyer.[11] Ela lecionou literatura e cultura brasileira na Faculdade de Letras de Veneza (1955-1956) e na Universidade de Sorbonne (1960-1974).[12] Na França, ela e o marido deram abrigo a vários brasileiros exilados pela ditadura,[13] entre eles José Leite Lopes.[10]

Meyer voltou para o Brasil em 1975, ensinando na Unicamp e na USP, onde idealizou o grupo de pesquisas Instituto de Altos e Baixos Estudos.[10][14]

Traduziu para o francês os livros Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Hollanda, e Minha Vida de Menina, de Helena Morley.[10]

Meyer foi diretora do Centro de Estudos do Memorial da América Latina entre 1999 e 2001.[13] Em abril de 2009 ela se tornou professora emérita da USP.[15]

Em 19 de julho de 2010, aos 85 anos, morreu após sofrer parada cardíaca.[16] No ano seguinte, a biblioteca do Instituto de Estudos Brasileiros recebeu cerca de 4500 livros e revistas que faziam parte do acervo de Meyer.[17]

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Autores de cordel (Abril Cultural, 1980)
  • Redescobrindo o Brasil: a festa na política (com Maria Lucia Montes) (TAQ, 1985)
  • Pirineus, caiçaras — deambulações literárias (Unicamp, 1991)
  • Maria Padilha e toda sua quadrilha (Duas Cidades, 1993)
  • Surpresas do amor: a conversação no teatro de Marivaux (Edusp, 1993)
  • Caminhos do imaginário no Brasil (Edusp, 1993)
  • Folhetim, uma história (Companhia das Letras, 1997)
  • As mil faces de um herói canalha (UFRJ, 1998)
  • Do Almanak aos almanaques (org.) (Ateliê Editorial, 2001)

Referências

  1. a b «Folha.com - Livraria da Folha - Morre professora e crítica literária Marlyse Meyer, vencedora do Jabuti em 1997 - 19/07/2010». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 13 de julho de 2018. Cópia arquivada em 17 de setembro de 2021 
  2. «Folhetim, uma história - Marlyse Meyer - Grupo Companhia das Letras». www.companhiadasletras.com.br. Consultado em 7 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 7 de agosto de 2023 
  3. Meyer, Marlyse (2001). «Do almanak aos almanaques». Consultado em 7 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 7 de agosto de 2023 
  4. «IBGE | Biblioteca | Detalhes | Autores de cordel». biblioteca.ibge.gov.br. Consultado em 8 de agosto de 2023 
  5. «Premiados do Ano | 65º Prêmio Jabuti». www.premiojabuti.com.br. Consultado em 7 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 23 de abril de 2023 
  6. «Grupo Companhia das Letras». www.companhiadasletras.com.br. Consultado em 8 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 7 de agosto de 2023 
  7. a b Adorno, Sergio (10 de julho de 2023). «Saudades do Brasil». O Público e o Privado (44): 114. ISSN 2238-5169. doi:10.52521/21.8420. Consultado em 8 de agosto de 2023 
  8. «Currículo do SIstema de Currículos Lattes (Marlyse Madeleine Meyer)». buscatextual.cnpq.br. Consultado em 8 de agosto de 2023 
  9. Arêas, Vilma; Banks-Leite, Luci (dezembro de 2009). «Entrevista com Marlyse Meyer». Pro-Posições: 233–242. ISSN 1980-6248. doi:10.1590/S0103-73072009000300015. Consultado em 8 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2023 
  10. a b c d «Heloisa Buarque de Hollanda entrevista Marlyse Meyer». Revista Z Cultural. 8 de junho de 2011. Consultado em 8 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 7 de fevereiro de 2023 
  11. Albergaria, Danilo. «O físico que construía pontes». revistapesquisa.fapesp.br. Consultado em 7 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 7 de agosto de 2023 
  12. Adorno, Sergio (10 de julho de 2023). «Saudades do Brasil». O Público e o Privado (44): 117. ISSN 2238-5169. doi:10.52521/21.8420. Consultado em 7 de agosto de 2023 
  13. a b «Morre a intelectual Marlyse Meyer, ex-diretora do Centro Brasileiro de Estudos da América Latina». Memorial da América Latina. 19 de julho de 2010. Consultado em 7 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 7 de agosto de 2023 
  14. Dias, Maurício Santana. «Folha de S.Paulo - As mil faces do romance (com foto) - 02/08/98». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 8 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2023 
  15. Bergamo, Mônica. «Folha de S.Paulo - Mônica Bergamo - 18/04/2009». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 7 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 26 de janeiro de 2021 
  16. Almeida, Marco Rodrigo. «Folha de S.Paulo - Marlyse Madeleine Meyer (1924-2010): A mulher que sabia demais - 20/07/2010». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 7 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 8 de agosto de 2023 
  17. «Biblioteca do IEB recebe acervo da professora Marlyse Meyer – USP – Universidade de São Paulo». www5.usp.br. Consultado em 7 de agosto de 2023. Cópia arquivada em 7 de agosto de 2023