Marquise Branca

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Marquise em 1928 - Acervo Biblioteca Nacional
Biblioteca Nacional - 1928

Albertina Brasileiro (Triunfo, 6 de dezembro de 1910 - Rio de Janeiro, 22 de maio de 1965), conhecida pelo nome artístico de Marquise Branca, foi uma atriz e vedete brasileira, criadora da primeira companhia de teatro de Juazeiro do Norte.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Sua família mudou-se para o Cariri por volta de 1915 e mantinha uma pensão no centro de Juazeiro do Norte. Em 1927, sua irmã, Irma Brasileiro, casou-se com o ator Aloísio Campelo, integrante da Companhia de Teatro Conceição Ferreira, que fazia uma temporada na região. Quando a trupe deixou a cidade, Albertina acompanhou a irmã e o cunhado, adotando o pseudônimo de Marquise Branca.

Estreou nos palcos em Iguatu, apresentando-se em seguida em Fortaleza, com a companhia do Teatro Glória. Casou-se em 1928 com o espanhol Affonso Moreira, seu companheiro de palco. Em 1929, o casal se uniu a Carlita Moreira para formar o Trio Marquise Branca, que excursionou pelo Maranhão e outros estados do Norte e Nordeste. Apresentou-se também em outros países da América do Sul, chegando a se estabelecer em Buenos Aires.

Na década de 1940, depois de se separar do marido, com quem tivera três filhos (Alberto, Affonsito e Norma), sua carreira entrou em declínio. Tentou uma retomada integrando o elenco da Rádio Tamandaré, do Recife, chegando a receber homenagens de novas companhias de teatro e de artistas em começo de carreira. Criou a Companhia Wilson Valença-Marquise Branca, de breve duração.

Morreu em 1965, no Rio de Janeiro, sendo sepultada no Cemitério São João Batista.[2]

Estilo e legado[editar | editar código-fonte]

Sua trupe apresentava sainetes (breves peças musicada, explorando o humor e temas sentimentais). Os personagens eram tipos populares e a ação sempre condensada e direta.[3] Numa atitude considerada ousada para a época, Marquise Branca apresentava-se no palco mostrando as pernas e dançando de forma sensual.[4][5][6]

Em sua homenagem, a cidade de Juazeiro do Norte inaugurou em 2003 o Teatro Municipal Marquise Branca.[7]

Referências

  1. ALMEIDA, Vitória Gomes; MARTINS, Gracy Kelli. Caminhos do patrimônio: Cartografia das instituições de memória em Juazeiro do Norte. Conferência sobre Tecnologia, Cultura e Memória. UFPE, 2015
  2. Marquise Branca, a vedette do Juazeiro. Cariri Das Antigas, 27 de julho de 2018
  3. FERRAZ, Ledson. Um Teatro Quase Esquecido – Painel das Décadas de 1930 e 1940 no Recife. P. 99
  4. MELO-RODRIGUES, Hugo de et. al. A participação feminina na história do teatro juazeirense: Algumas mulheres. In: Anais do IV Simpósio Internacional Padre Cícero: E... Onde está ele?. Juazeiro do Norte, 17 a 21 de Novembro de 2014. Universidade Regional do Cariri (Ed.) – Crato - CE, 2017. P. 317
  5. BARBOSA, Maria Lucivania de Lima. Encenadoras do Cariri em múltiplas funções - Trajetos possíveis para a atuação polifônica no teatro de grupo. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte- UFRN como requisito parcial para obtenção do grau de Mestra. Natal, 2018. P. 85
  6. OLIVEIRA, Ângela Maria Macêdo de. Imagens dissonantes? A família teresinense: entre prescrições católicas e práticas culturais na década de 1950. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Piauí como requisito parcial para obtenção do grau de Mestra. Teresina, 2009. P. 81
  7. Teatro Marquise Branca celebra 15 anos de apoio à arte cênica. Diário do Nordeste, 3 de agosto de 20-18