Marujada de São Benedito

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Marujada de São Benedito
Características
Classificação celebração
evento
Data/Ano 1798
Localização
Mapa
GPS 1°3'25.396"S, 46°45'59.05"W Edit this on Wikidata
[ Editar Wikidata ]
[ Editar infocaixa ]

A Festividade do Glorioso São Benedito de Bragança, juntamente com a Marujada de São Benedito, constituem-se em um festejo popular cultural e religioso brasileiro, celebrado anualmente no mês de dezembro desde 1798 em homenagem a São Benedito, no município brasileiro de Bragança (Estado do Pará),[1][2] sendo promovida pela Paróquia de Nossa Senhora do Rosário (da Diocese de Bragança) e pela Irmandade da Marujada de São Benedito de Bragança. Segundo dados do 24ª Subgrupamento de Bombeiros em Bragança, em 2023, o número de participantes na procissão de 26 de dezembro ultrapassou 160 mil pessoas[3]. É considerada a maior manifestação cultural e religiosa da região bragantina.[2]

A festividade é demarcada por uma influência matriarcal (comandada pela maruja escolhida dentre as demais).[4] Na festa ocorrem almoços, novenas, leilão, missas e procissão solene.[4] Mas o ponto alto são as celebrações de 26 de dezembro, data em que se realiza a Marujada como dança e a parte solene da festividade com missa e com a procissão.[5] E também é marcada por várias apresentações da Marujada, sendo no dia 18 de dezembro, dia 25 de dezembro (dia de Natal), 26 de dezembro (dia de São Benedito) e dia 1º de janeiro (dia da Paz).[5][6]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A festividade dedicada a São Benedito acontece entre 18 e 26 de dezembro, com o acréscimo do dia 1º de janeiro[7], promovida pela Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, pela Irmandade da Marujada de São Benedito de Bragança e por uma Diretoria Executiva. O ciclo de São Benedito se inicia anualmente no mês de abril, quando as Comitivas de Esmolação de São Benedito[7] são enviadas à peregrinação por diversas casas de devotos e populares, realizando ladainhas e folias cantadas, recebendo donativos e promovendo a divulgação da festividade. Essas comitivas percorrem três regiões diferentes, sendo Praias, Campos e Colônias.[5] Esta manifestação religiosa surgiu na região no período em que os negros eram escravizados (década de 1790), sendo boa parte desses negros oriundos da lavoura e do trabalho doméstico na então Vila de Bragança[8].

Os marujos e marujas ensaiam para a grande festa no barracão, inaugurado no dia 25 de dezembro de 1962 e construído na administração do então procurador Raimundo Arsênio Pinheiro, junto com senador Lobão da Silveira e outras pessoas.[9]

Marujada de São Benedito de Bragança (PA), em 26.12.2008.

Na festividade destaca-se a Marujada como sua principal manifestação cultural, sendo folguedo constituído em maioria por mulheres, que dançam no Teatro Museu e no barracão e participam da procissão pela cidade,[1] no dia 26 de dezembro em homenagem ao Santo, finalizando a festividade. Nesta procissão, uma imagem é levada pelos devotos num itinerário que percorre cerca de 4 quilômetros, retornando ao largo da Igreja de São Benedito[10]. Geralmente as marujas utilizam blusa branca, faixa de fita vermelha, uma rosa de tecido, saia rodada comprida vermelha ou branca e chapéu enfeitado com fitas e plumas. Os marujos vestem blusa e calça brancas, com chapéu de palha revestido com tecido e uma rosa vermelha.[1]

Na alvorada de 18 de dezembro, ocorre a abertura da festividade em frente à Igreja de São Benedito, no município de Bragança.[11] Nos dias anteriores, as comitivas chegam na cidade com os três grupos de rezadores que peregrinam com suas imagens do santo por quase oito meses pelas casas da região bragantina[12].

Também fazem parte dos festejos em dezembro, a Cavalhada, os almoços de Juízes, o leilão, as apresentações culturais e solene procissão. Na procissão é usada uma réplica da imagem original de São Benedito. No Teatro Museu da e no Barracão da Marujada ocorrem os ensaios do grupo de marujas e marujos, preparando-se para as apresentações oficiais de 25 e 26 de dezembro.

A organização da festa é dividida pela Igreja Católica e pela entidade Irmandade da Marujada de São Benedito. A Marujada em Bragança é diferente da Marujada que ocorre na região nordeste do Brasil, pois esta remete a Nau Catarineta.[2]

Danças[editar | editar código-fonte]

Durante a celebração, sete tipos de danças são executadas, além do xote bragantino, também se dança: roda, retumbão, chorado, mazurca, valsa, bagre e,[1][13] a contra-dança.[13]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d Gomes, Pedro Henrique (9 de julho de 2017). «Festa de São Benedito: a tradicional marujada de Bragança (PA)». Correio Braziliense 
  2. a b c «Teatro Museu da Marujada é reinaugurado em Bragança». O Liberal. Consultado em 28 de dezembro de 2023 
  3. Pimentel, Dilson (26 de dezembro de 2023). «Marujada: em homenagem a São Benedito, fiéis saem às ruas de Bragança nesta terça-feira». Consultado em 8 de maio de 2024 
  4. a b «Galeria - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». IPHAN. Consultado em 16 de abril de 2024 
  5. a b c Bersa, Aline (3 de janeiro de 2023). «A festividade de São Benedito em Bragança e a tradição da Marujada». programa É do Pará, rede Globo. Consultado em 15 de abril de 2024 
  6. «Programação da 223° Festividade do Glorioso São Benedito de Bragança do Pará 2021». Diocese de Bragança-Pará. Consultado em 15 de abril de 2024 
  7. a b NONATO DA SILVA, Dário Benedito Rodrigues. Os Donos de São Benedito: convenções e rebeldias na luta entre o catolicismo tradicional e devocional na cultura de Bragança, século XX. (Dissertação). Programa de Pós-Graduação em História. Belém: UFPA, 2006.
  8. Oliveira, Luciana de Fátima (2008). Projetos de consolidação de um território: da vila de Souza do Caeté à vila de Bragança: 1740 - 1760 (PDF). [S.l.]: Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Goiás (UFGO) 
  9. Inventário Nacional de Referências Culturais da Marujada (INRC Marujada - Região Bragantina, Pará, Amazônia) / [ Coordenação: Maria Roseane Corrêa Pinto Lima]. Bragança: UFPA, 2021. 301 p. : il., 30cm.
  10. RODRIGUES, Dário Benedito. São Benedito no banco dos réus : alianças e conflitos no catolicismo em Bragança (PA), no século XX. (Tese) Programa de Pós-Graduação em História. Belém: UFPA, 2022.
  11. «História da Igreja de São Benedito em Bragança». Blog do Prof. Dário Benedito Rodrigues. 3 de setembro de 2011. Consultado em 8 de maio de 2024 
  12. Rodrigues, Dário Benedito (14 de abril de 2012). «Esmolação de São Benedito de 2012 começa». Consultado em 8 de maio de 2024 
  13. a b «Marujada em Bragança: evento religioso movimenta a cidade paraense na passagem de ano». Portal Amazônia. Consultado em 15 de abril de 2024 

Veja também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Ícone de esboço Este artigo sobre música é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.