Massacre de Tillia

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O Massacre de Tillia ocorreu em 21 de março de 2021 no Níger, no contexto da Guerra do Sahel.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Responsável em 2019 por numerosos ataques mortais na região das três fronteiras, o Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS) sofreu pesados reveses em 2020 contra as forças francesas da Operação Barkhane, mas também contra o Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos, e parece enfraquecido.[1] No entanto, no início de 2021, a organização lançou novos ataques de grande envergadura na fronteira entre o Mali e o Níger.[1] Em 4 de março de 2021, cerca de dez milicianos tuaregues do Movimento para a Salvação de Azauade (MSA) foram mortos no sudeste do Mali.[1] Em 15 de março, 33 soldados malineses perderam a vida em um ataque ao campo militar de Tessit.[1] No mesmo dia, 66 civis foram massacrados no Níger nas proximidades de Darey-Daye, perto de Bani-Bangou.[1]

Desenvolvimento[editar | editar código-fonte]

Em 21 de março, seis dias após o massacre de Darey-Daye, homens armados atacaram os vilarejos de Intazayene, Bakorat e Wistane, bem como os acampamentos circundantes, na comuna de Tillia, localizada na região de Tahoua.[2][3] Segundo declarações à AFP por uma autoridade local eleita, os agressores se deslocaram em motocicletas e atiraram em “tudo o que se movia”.[2]

As vítimas dos massacres são tuaregues e o ataque teria sido cometido pelo Estado Islâmico no Grande Saara.[4]

Para o jornalista da France 24 Wassim Nasr, embora não reivindicado, o ataque foi certamente perpetrado pelo EIGS: "O Estado Islâmico pretendia recolher o zakat, seu imposto, sobre os tuaregues e seus rebanhos, mas estes se opuseram. Além disso, acusaram os aldeões de terem colaborado com outro grupo rival, o Grupo de Apoio ao Islã e aos Muçulmanos (GSIM), uma subsidiária da Al-Qaeda. A organização jihadista, portanto, respondeu com esses massacres. [...] Sempre ocorrem assassinatos de civis na área. Estes, estão abandonados à própria sorte pelos Estados ausentes e pelas comunidades, originalmente nem um pouco preocupados com a jihad, veem-se obrigados, para sobreviver, a escolher seu acampamento entre as duas organizações jihadistas que estão tentando ganhar influência na região".[1]

Perdas humanas[editar | editar código-fonte]

Na noite de 22 de março, o governo do Níger anunciou um total de 137 mortos.[2][5] O porta-voz do governo, Zakaria Abdourahamane, declarou: "A essa altura, visando sistematicamente as populações civis, esses bandidos armados estão dando mais um passo à frente no horror e na barbárie."[2]. Um luto nacional de três dias foi decretado.[5].

Ver também[editar | editar código-fonte]

Videografia[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f Laurence Desjoyaux, Massacres au Niger : peut-on éviter une guerre sans fin ?, La Vie, 25 de março de 2021.
  2. a b c d Niger : les attaques de dimanche ont fait au moins 137 morts, selon le gouvernement, France 24 com AFP, 22 de março de 2021.
  3. Niger: près de 60 morts dans une attaque à Tillia au nord-ouest du pays RFI, 22 de março de 2021.
  4. Célian Macé, Au Niger, l’escalade macabre de l’Etat islamique, Libération, 22 de março de 2021.
  5. a b Niger: nouveau deuil national après le massacre de Tillia, RFI, 23 de março de 2021.
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Massacre de Tillia».