Matias de Albuquerque, Conde de Alegrete
Matias de Albuquerque, Conde de Alegrete | |
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Retrato de Matias de Albuquerque, por Feliciano de Almeida (Galleria degli Uffizi, Florença) | |
Governador-geral do Brasil[1] | |
Período | 1624–1625 |
Antecessor(a) | Diogo de Mendonça Furtado |
Sucessor(a) | Francisco de Moura Rolim |
Dados pessoais | |
Nascimento | 1580 Olinda, Brasil Colônia |
Morte | 1647 (67 anos) Lisboa, Reino de Portugal |
Progenitores | Pai: Jorge de Albuquerque Coelho |
Matias de Albuquerque, primeiro e único Conde de Alegrete (Olinda, c. 1580 – Lisboa, 9 de junho de 1647), foi um administrador colonial e militar superior luso-brasileiro. Foi Governador da Capitania de Pernambuco e Governador-geral do Brasil (o primeiro nascido na colônia).[1] Era neto de Duarte Coelho, o primeiro donatário da Capitania de Pernambuco, e primo de Matias de Albuquerque, 15.º vice-rei da Índia.
O rei D. João IV atribui-lhe o título de Conde de Alegrete por ter derrotado os espanhóis na Batalha do Montijo em 1644.
Biografia[editar | editar código-fonte]
No exercício do governo da capitania de Pernambuco, quando da primeira das Invasões holandesas do Brasil (1624–1625), à capital do Estado do Brasil, Salvador, foi designado interinamente pela Câmara (então refugiada na vila da Vitória, na Capitania do Espírito Santo) para o cargo de Governador-Geral do Estado do Brasil, diante da captura e deportação do seu antecessor, D. Diogo de Mendonça Furtado (1621–1624).[carece de fontes]
Assim que foi informado da nomeação, pretendeu partir imediatamente em socorro da capital ocupada. Atendendo a conselhos, permaneceu em Olinda, de onde enviou expressivos reforços para a guerrilha sediada no arraial do rio Vermelho e no Recôncavo.
Em fins de 1625 nomeou seu sucessor, Francisco de Moura Rolim (1625–1627). Chamado à Corte, diante dos rumores da preparação de uma grande expedição holandesa para invadir o nordeste do Brasil, foi nomeado Visitador e fortificador das capitanias do Norte, retornando em fins de 1629 ao Brasil com os pouquíssimos recursos que lhe foram disponibilizados para o encargo.
Assim mesmo, enfrentou em fevereiro de 1630 a segunda das invasões holandesas, em Olinda e Recife, sendo forçado a recuar diante da superioridade dos atacantes. Incendiou os armazéns do porto do Recife, impedindo o saque do açúcar pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais (WIC). Reorganizou a defesa luso-espanhola a partir do Arraial Velho do Bom Jesus, a meia-distância entre Olinda e Recife, confinando os agressores ao perímetro urbano daquela povoação e vila até 1634.
Após o cerco e destruição do Arraial do Bom Jesus, foi forçado a recuar com suas forças para a Capitania da Bahia. De passagem por Alagoas, reconquistou temporariamente Porto Calvo, capturando na ocasião Domingos Fernandes Calabar, que julgou e sentenciou à morte por enforcamento, pelo crime de traição.
Intimado a retornar a Portugal, foi responsabilizado pela perda de Pernambuco e detido no Castelo de São Jorge.
Libertado com a Restauração da independência em 1640, foi designado, no contexto da Guerra da Restauração, governador das armas para o Alentejo, onde complementou as defesas da Praça-forte de Olivença, da praça de Elvas e da praça de Campo Maior.[2]
Ao vencer a batalha do Montijo contra os espanhóis (1644) confirmou os seus méritos de militar (general), sendo recompensado com o título de 1.º conde de Alegrete. Acerca desse feito, em 26 de maio, junto ao Montijo, assim teria exortado os soldados portugueses ao combate:
- "No sucesso de hoje, consiste a conservação de nossas vidas, a liberdade da nossa Pátria e a opinião da nossa monarquia... A pelejar, valorosos portugueses, que o inimigo vem chegando! A pelejar, que é o mesmo que mandar-vos a vencer!" (Luís de Meneses. História de Portugal Restaurado.)
Foi o único possuidor do título condal, que perdeu em 1646, vindo a falecer pouco depois, no ano seguinte (1647).
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- ALBUQUERQUE, Maria Cristina Cavalcanti de. Matias: romance. Recife: Edições Bagaço, 2012. ISBN 9788537309681
- VIANNA, Hélio. Matias de Albuquerque: biografia. Rio de Janeiro: Faculdade Nacional de Filosofia, 1944. 80p. mapa.
- Fontan, Ivonilton Alves (2020). Da Descoberta ao Império - Os Governantes que o Brasil Esqueceu. Teresópolis, RJ: Clube de Autores
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Matias de Albuquerque, em Infopédia, Porto Editora, 2003-2013, (Consult. 2013-01-25).
- Matias de Albuquerque (General do exército) 1590-1647, netsaber, biografias
- Matias de Albuquerque em Brasilhis
- Livro ficcionaliza vida de Matias de Albuquerque
Precedido por Jerónimo Fragoso de Albuquerque |
Governador do Pará 1619 |
Sucedido por Custódio Valente |
Precedido por João Paes Barreto |
Governador de Pernambuco 1620 — 1627 |
Sucedido por André Dias de França |
Precedido por Diogo de Mendonça Furtado |
Governador-geral do Brasil 1624 — 1625 |
Sucedido por Francisco de Moura Rolim |
- Nascidos em 1580
- Mortos em 1647
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