Max Dvořák

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Max Dvořák
Max Dvořák
Retrat de Max Dvořák
Nascimento 24 de junho de 1874
Roudnice nad Labem
Morte 8 de fevereiro de 1921 (46 anos)
Hrušovany nad Jevišovkou, Hrušovany nad Jevišovkou Castle
Cidadania Áustria
Progenitores
  • Max Dvořák
Ocupação historiador de arte, historiador, escritor, professor universitário, professor, arquivista, teórico da arte
Empregador(a) Universidade de Viena

Max Dvořák (4 de Junho de 1874, Roudnice nad Labem (Raudnitz) - 8 de Fevereiro de 1921, Hrušovany nad Jevišovkou (Grußbach) próximo a Znojmo) foi um historiador da Arte austríaco nascido tcheco. Lecionou História da Arte na Universidade de Viena e foi um dos mais destacados membros da Escola Vienense de História da Arte (Wiener Schule der Kunstgeschichte)[1].

Juventude e Educação[editar | editar código-fonte]

Dvořák nasceu em 4 de junho de 1874 em Roudnice nad Labem, na Boêmia, filho de um arquivista e bibliotecário.

Estudou na Universidade de Praga e também na de Viena. Em 1897, completou uma tese de doutorado em História no Institut für Österreichische Geschichtsforschung, em Viena. Tendo ficado fortemente impressionado pelo seu professor e historiador de arte Franz Wickhoff, concentrou sua atenção nesta área e escreveu sua Tese de Habilitação (Habilitationsschrift) sobre os Manuscritos boêmios dos séculos XIII e XIV iluminados por Johannes von Neumarkt, defendida em 1901[2].

Careira[editar | editar código-fonte]

Em 1902, Dvořák foi nomeado professor de História da Arte na Universidade de Viena. Após a morte de Aloïs Riegl em 1905 se tornou, com a ajuda de Julius von Schlosser, curador de monumentos públicos na Áustria. Em 1909, foi nomeado professor titular de História da Arte na Universidade de Viena, o que causou alguns problemas entre os nacionalistas da Faculdade de Arte, devido à sua origem tcheca. Após esses conflitos, Josef Strzygowski montou seu próprio instituto de História da Arte dentro da mesma universidade, conhecido como "Wiener Institut", o resultou em Dvořák e Strzygowski lecionando em dois "centros" diferentes na mesma instituição[3][4][5].

Dvořák foi um dos principais representantes da Escola Vienense de História da Arte, sendo sua contribuição mais importante o conceito de História da Arte como História das Ideias, publicada em seu livro de 1924, Kunstgeschichte als Geistesgeschichte. Em 1905, sucedeu Riegl como curador geral da Comissão Central Imperial de Preservação de Monumentos Artísticos e Históricos, atualmente a Bundesdenkmalamt. À frente da instituição, promoveu o restauro e recuperação de  muitos tesouros artísticos austríacos após a Primeira Guerra Mundial. Também deu prosseguimento à publicação do Anuário Histórico-Artístico da Comissão Central de Preservação de Monumentos Artísticos e Históricos (Kunstgeschichtliches Jahrbuch der Zentralkommission für die Erhaltung der Kunst- und historischen Denkmale) e, em 1907, estabeleceu um inventário de monumentos austríacos e húngaros (Österreichische Kunsttopographie). Também em 1907, criou o primeiro catálogo completo das Coleções Lobkowicz. Em 1916 publicou seu trabalho fulcral, Catecismo da preservação de monumentos (Katechismus der Denkmalpflege), no qual foi capaz estabelecer um amplo protocolo sobre as preocupações de proteção de monumentos[1].

Vida pessoal e morte[editar | editar código-fonte]

Dvořák faleceu após sofrer um acidente vascular cerebral, em 8 de fevereiro de 1921, quando realizava uma visita a seu amigo, conde Khuen von Belasi, no Castelo Emmahof, perto de Hrušovany nad Jevišovkou, na Morávia do Sul. Ele deixou viúva e dois filhos[6]. Foi sepultado no cemitério de Grußbach bei Znaim, em Hrušovany, em um jazigo honorário[1][7].

Legado[editar | editar código-fonte]

Dvořák influenciou vários historiadores da arte, entre eles Frederick Antal, Otto Benesch, Dagobert Frey, Guido Kaschnitz von Weinberg, Emil Kaufmann, Ludwig Münz, Karl Maria Swoboda, Hans Tietze e Lionello Venturi. De acordo com Matthew Rampley, "em muitos aspectos, sua escrita atua como um termômetro de muitas das tensões da vida intelectual do início do século XX", lançando "luz importante sobre a situação sociocultural que produziu discursos históricos da arte nas primeiras décadas do século XX"[1][8]. Seus arquivos fazem parte do acervo da Universidade de Viena[9].

Em 1921, o austríaco Adolf Loos projetou um mausoléu para Dvořák que permaneceu sem ser construído[10][11] mas teve, contudo, uma versão reduzida de autoria do arquiteto britânico Sam Jacob erguida em 2016, como uma instalação temporária, no Cemitério de Highgate, em Londres[12].

Principais obras[editar | editar código-fonte]

  • "Die Illuminatoren des Johann von Neumarkt". Jahrbuch der Kunsthistorischen Sammlungen des Allerhöchsten Kaiserhauses, Viena, vol. 21, 1901, p. 35-127. DOI https://doi.org/10.11588/diglit.5948.4
  • "Das Rätsel der Kunst der Brüder van Eyck". Jahrbuch der Kunsthistorischen Sammlungen des Allerhöchsten Kaiserhauses, Viena, vol. 24, 1904, p. 167-323. DOI https://doi.org/10.11588/diglit.5914.8
  • "Von Manes zu Švabinský". Die graphischen Künste, vol. 27, 1904, p. 29-52. DOI https://doi.org/10.11588/diglit.4236.5
  • Katechismus der Denkmalpflege. Viena: Verlag von Julius Bard, 1916.
  • "Sollen die deutschen Kunsthistoriker sich zu einer Fachgenossenschaft zusammenschließen?". Kunstchronik, n. 28, 1917, p. 369-371. DOI https://doi.org/10.11588/diglit.6187.123
  • Idealismus und Naturalismus in der gotischen Skulptur und Malerei. Munique: Oldenbourg, 1918. DOI https://doi.org/10.11588/diglit.44912
  • Oskar Kokoschka: Variationen über ein Thema. Viena: Richard Lányi, 1921.
  • "Ein Stillleben des Bueckelaer oder Betrachtungen über die Entstehung der neuzeitigen Kabinettmalerei". Jahrbuch der Kunsthistorischen Sammlungen in Wien, vol. 36, 1923, p. 1-14. DOI https://doi.org/10.11588/diglit.6171.2
  • Kunstgeschichte als Geistesgeschichte: Studien zur abendländischen Kunstentwicklung. Munique: R. Piper, 1924.
  • Geschichte der italienischen Kunst im Zeitalter der Renaissance, 2 Vol. (1927-1928)
  • Gesammelte Aufsätze zur Kunstgeschichte. Organizado por Karl Maria Swoboda e Johannes Wilde. Munique: Piper, 1929.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d Dictionary of Art Historians. Acessado em julho de 2023.
  2. Dvořák, Max. "Die Illuminatoren des Johann von Neumarkt". In Jahrbuch der Kunsthistorischen Sammlungen des Allerhöchsten Kaiserhauses, vol. 21, 1901, p. 35-127. DOI https://doi.org/10.11588/diglit.5948.4
  3. "Department of Art History". Universität Wien. Acessado em julho de 2023.
  4. Gombrich, Ernst Hans. Topics of Our Time: Twentieth-Century Issues in Learning and in Art. Berkeley and Los Angeles: University of California Press, 1991, p. 14.
  5. Frodl-Kraft, Eva. "Eine Aporie und der Versuch ihrer Deutung: Josef Strzygowski, Julius von Schlosser". Wiener Jahrbuch für Kunstgeschichte, Viena, vol. 42, 1989, p. 7-52. DOI https://doi.org/10.7767/wjk.1989.42.1.7
  6. "Kleine Chronik: ... Verbleiben des Kunsthistorikers Professor Dvorak in Wien". Neue Freie Presse, Morgenblatt, n. 20277, 9 fev. 1921, p. 5. Acessado em julho de 2023.
  7. Rokyta, Hugo. Die böhmischen Länder: Handbuch der Denkmäler und Gedenkstätten europäischer Kulturbeziehungen in den Böhmischen Ländern - Volume on Mähren und Schlesien. 2ª ed. Praga: Vitalis-Buchverlag, 1997, p. 46.
  8. Rampley, Matthew. "Max Dvorák: Art History and the Crisis of Modernity". Art History, vol. 26, n. 2, 2003, p. 214–237. DOI https://doi.org/10.1111/j.0141-6790.2003.02602010.x
  9. "Department of Art History". Universität Wien. Acessado em julho de 2023.
  10. Masheck, Joseph. Adolf Loos: The Art of Architecture. Londres: I.B.Tauris, 2013, p. 254. ISBN 978-1-78076-423-8.
  11. Tournikiotis, Panayotis. Adolf Loos. Princeton: Princeton Architectural Press, 1994, p. 19. ISBN 978-1-87827-180-8.
  12. Marrs, Colin. "Sam Jacob recreates unbuilt Loos' tomb in Highgate Cemetery". Architects Journal, 16 set. 2016. Acessado em julho de 2023.