Mermeroes

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Mermeroes
Morte 555
Mtsqueta
Nacionalidade
Império Sassânida
Ocupação General
Religião Zoroastrismo
Dracma de Cavades I (r. 488–496; 499–531)

Mermeroes (em grego: Μερμερόης; romaniz.:Mermeróes; m. 555), conhecido como Mir-Miroe (Mihr-Mihroe)[1] ou Sapor Razi (Xapur Razi)[2] em persa, foi um general do século VI e um dos principais comandantes das guerras bizantino-sassânidas da época. Sob o Cavades I (r. 488–496; 499–531), participou na Guerra Ibérica, liderando, em 530, tropas contra as províncias armênias do Império Bizantino e, em 531, sitiado, ao lado de Canaranges, a fortaleza de Martirópolis.

Sob Cosroes I (r. 531–579), foi um dos comandantes da Guerra Lázica. Em 542, atacou a fortaleza bizantina de Dara e em 548, aliviou a fortaleza de Petra, em Lázica, que estava sob cerco bizantino-laze. Em 551, lançou ataques em Lázica, capturando as fortalezas de Sarapanis e Escanda e cercando a capital Arqueópolis. Em 551/552, lançou novos ataques e em 554 conquistou a fortaleza de Télefis. Faleceu no ano seguinte em Mtsqueta.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nada se sabe sobre seus primeiros anos, mas é registrado como idoso cerca de 555. Aparece pela primeira vez em 530, durante a Guerra Ibérica, quando liderou um exército de 30 000 homens numa invasão às províncias armênias do Império Bizantino. Porém, foi derrotado próximo de Satala pelos generais Sitas e Doroteu e então retirou-se.[3] No verão de 531, após a estreita vitória persa em Calínico e uma série de reveses menores na Armênia e Mesopotâmia Superior, o Cavades I (r. 488–496; 499–531) enviou-o com Aspebedes e Canaranges para capturar a fortaleza de Martirópolis. Eles sitiaram a cidade, mas após receberem notícias da morte do xá, e com suas tropas sofrendo pelo frio do inverno, concluíram uma trégua e retiraram-se para território persa.[4][5]

Dracma de Cosroes I (r. 531–579)
Lázica na Antiguidade Tardia

Em 542, após o fim da trégua em 540, foi enviado por Cosroes I (r. 531–579) contra a fortaleza de Dara, mas, segundo Coripo, foi derrotado e capturado pelo comandante do forte, João Troglita.[6] Reaparece em 548, quando foi enviado como chefe de grande exército para aliviar a fortaleza de Petra em Lázica, que estava sob cerco de uma força combinada bizantino-laze. Como Dagisteu, o comandante imperial, havia negligenciado salvo-guardar as passagens das montanhas com homens suficientes, Mermeroes foi capaz de mover-se em Lázica, afastando-se dos destacamentos bizantinos. Ele aliviou o cerco de Petra e reforçou sua guarnição, mas faltando suprimentos para seu exército, foi forçado a se retirar para Dúbio na Armênia, deixando para trás cerca de 3 000 homens guarnecendo Petra e mais 5 000 sob Fabrizo para manter a rota de suprimento aberta.[4][7]

Estas forças foram derrotadas no ano seguinte pelos lazes e bizantinos, e o novo comandante bizantino, Bessas, liderou um cerco em Petra. Na primavera de 551, Mermeroes marchou para aliviar a fortaleza mais uma vez, mas antes de poder fazer isto, ela caiu às tropas de Bessas. Ele então virou-se em direção a capital laze, Arqueópolis, capturando os fortes de Sarapanis e Escanda no processo. Liderou cerco em Arqueópolis, mas foi repelido. Como seu exército sofrendo de falta de suprimentos, abandonou o cerco e foi para oeste, à fértil província de Moqueresis, que fez sua base de operações.[8] No inverno subsequente de 551/552, fortaleceu seu controle sobre Lázica Oriental (incluindo a região de Suânia), enquanto sua proposta de paz com o rei Gubazes II (r. 541–555) falhou. Reforçado com mercenários recrutados entre os sabires, em 552 atacou as fortalezas de Arqueópolis, Tzíbile, e um terceiro forte não nomeado, mas foi novamente repelido e obrigado se a retirar para Moqueresis.[4][9]

Em 554, através de um ardil, foi bem sucedido em desalojar os bizantinos de Télefis, a posição mais avançada deles, causando uma retirada geral junto do rio Fásis. Contudo, não os perseguiu nem pressionou sua vantagem, devido a falta de suprimentos de seu exército. Após fortalecer seus fortes, retornou para Moqueresis. Lá, adoeceu e retirou-se à Ibéria. Morreu de sua doença em Mtsqueta no verão de 555.[3][10]

Referências

  1. Greatrex 2002, p. 91.
  2. Pourshariati 2008, p. 268.
  3. a b Greatrex 2002, p. 91.
  4. a b c Martindale 1992, p. 884.
  5. Greatrex 2002, p. 94-95.
  6. Greatrex 2002, p. 111-112.
  7. Greatrex 2002, p. 117.
  8. Greatrex 2002, p. 119.
  9. Greatrex 2002, p. 120.
  10. Martindale 1992, p. 884-885.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Greatrex, Geoffrey; Lieu, Samuel N. C. (2002). The Roman Eastern Frontier and the Persian Wars (Part II, 363–630 AD). Londres: Routledge. ISBN 0-415-14687-9 
  • Martindale, John R.; Jones, Arnold Hugh Martin; Morris, John (1992). «Mermeroes». The Prosopography of the Later Roman Empire - Volume III, AD 527–641. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press. ISBN 0-521-20160-8 
  • Pourshariati, Parvaneh (2008). Decline and Fall of the Sasanian Empire: The Sasanian-Parthian Confederacy and the Arab Conquest of Iran. Nova Iorque: IB Tauris & Co Ltd. ISBN 978-1-84511-645-3