Michael Spindelegger

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Michael Spindelegger
Michael Spindelegger
Nascimento 21 de dezembro de 1959 (64 anos)
Mödling
Cidadania Áustria
Alma mater
Ocupação político, diplomata
Prêmios
  • Cavaleiro da Ordem do Santo Sepulcro
  • Grã-Cruz de Ouro por serviços à República da Áustria (2011)
  • Grand Officer of the Order of Honour for Services to the Republic of Austria (2004)
  • Comandante com Estrela da Ordem do Mérito da Hungria
Empregador(a) Governo Federal Austríaco, Universidade de Viena
Religião catolicismo

Michael Spindelegger (21 de dezembro de 1959) é um político austríaco. Ele serviu no gabinete do chanceler Werner Faymann como ministro das Relações Exteriores da Áustria de 2008 a 2013 e como ministro das Finanças de 2013 a 2014. Spindelegger também foi o líder do Partido Popular Austríaco (ÖVP) de 2011 a 2014. Em agosto de 2014, ele renunciou inesperadamente a todos os cargos políticos. Desde 2016, ele atua como Diretor Geral do Centro Internacional para o Desenvolvimento de Políticas de Migração (ICMPD), com sede em Viena.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Spindelegger nasceu em Mödling, Baixa Áustria. Seu pai Erich, um trabalhador ferroviário e líder sindical, foi prefeito de Hinterbrühl, um subúrbio de Viena, e representou o distrito de Mödling no Conselho Nacional do Parlamento austríaco.[1] Ele foi para a escola em Hinterbrühl (1965-1969) e para o ginásio em Mödling (1969-1977). De 1977 a 1978 serviu por um ano nas Forças Armadas austríacas, sendo treinado como oficial da reserva. A partir de 1978 estudou direito na Universidade de Viena e obteve o doutorado em direito em 1983.[2] Durante seus estudos, ele se juntou a uma fraternidade de estudantes católicos.[1][3] Spindelegger é casado e tem dois filhos.[4]

Carreira[editar | editar código-fonte]

De 1987 a 1990, trabalhou para o ministro da defesa austríaco, Robert Lichal, e entre 1990 e 1994 para várias empresas na Áustria e na Alemanha, incluindo a Siemens.[2]

De janeiro de 1995 a outubro de 1996, Spindelegger foi membro do Parlamento Europeu, onde atuou na Comissão de Assuntos Econômicos e Monetários e Política Industrial.[5]

A partir de 1991, Spindelegger foi vice-presidente da ala trabalhista de seu partido, a Associação Austríaca de Trabalhadores e Empregados (ÖAAB) e, a partir de 2009, presidente da organização. De janeiro de 2000 a janeiro de 2007 foi membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e de janeiro de 2002 a outubro de 2006 chefe da delegação austríaca.[2]

Em 30 de outubro de 2006, Spindelegger tornou-se segundo presidente do parlamento austríaco.[6] Ele ocupou este cargo até novembro de 2008.[2]

Ministro das Finanças da Áustria, 2013–2014[editar | editar código-fonte]

Entre 2008 e 2013, Spindelegger atuou como ministro das relações exteriores da Áustria. Em abril de 2011 ele também assumiu o cargo de vice-chanceler de Josef Pröll. Ele foi eleito presidente do partido ÖVP em maio de 2011.[7]

Em 2011, a polícia austríaca prendeu um ex-oficial soviético, Mikhail Golovatov, procurado na Lituânia por crimes de guerra. Golovatov foi libertado no dia seguinte. Spindelegger defendeu a decisão de libertar Golovatov afirmando que as informações da Lituânia eram muito vagas.[8] O ex-presidente estoniano Toomas Hendrik Ilves acusou Spindelegger de intervir pessoalmente no caso com a polícia de fronteira austríaca para agradar o governo russo.[9]

Como ministro dos negócios estrangeiros, Spindelegger trabalhou em estreita colaboração com organizações internacionais e contribuiu para o debate político durante a Terceira Cimeira UE-África em Trípoli. Depois de ser nomeado vice-chanceler, criou a Secretaria para a Integração, parte do Ministério do Interior, e nomeou Sebastian Kurz para o cargo. Nessa época, ele trabalhou em estreita colaboração com o Ministério do Interior em questões migração.[10]

Em 2013, o ritmo de retirada das tropas de paz austríacas após 39 anos de serviço de monitoramento nas Colinas de Golã (como parte da Força Observadora de Desengajamento das Nações Unidas) expôs divisões entre o Ministério da Defesa, liderado pelos social-democratas, e o Ministério das Relações Exteriores, liderado pelos conservadores, antes de as eleições nacionais daquele ano.[11]

Após as eleições nacionais de 2013, Spindelegger tornou-se Ministro das Finanças da Áustria no segundo gabinete de Faymann. Ele substituiu Maria Fekter.[12]

Sob a liderança de Spindelegger, a Áustria decidiu não deixar o Banco Hypo Alpe Adria falir; em vez disso, o governo criou um banco com 18 bilhões de euros (US$ 25 bilhões) em ativos do Hypo, enquanto pressionava sua província natal de Caríntia e os detentores de dívida a contribuir para os custos.[13]

Em julho de 2014, Spindelegger anunciou que seu colega conservador Johannes Hahn permaneceria membro da Comissão Europeia pela Áustria sob o presidente Jean-Claude Juncker.[14] Antes do anúncio, havia rumores de que o próprio Spindelegger se mudaria para a Comissão Europeia.[15]

Spindelegger renunciou no final de agosto de 2014 após disputas sobre a reforma tributária. Os sociais-democratas e alguns de seu partido pediram um novo imposto sob a riqueza, ao qual ele se opôs, dizendo que o foco deveria ser o corte da dívida nacional, que deveria atingir 80% do PIB até o final do ano.[16] Ele disse: "O caminho austríaco deve ser orientado para Berlim e não para Atenas". O ministro da Economia, Reinhold Mitterlehner, foi escolhido como o novo chefe do partido.[17][18]

Após política[editar | editar código-fonte]

Em 2015, Spindelegger atuou como diretor da Agência para a Modernização da Ucrânia (AMU). Desde 2016, ele atua como Secretário-Geral do Centro Internacional para o Desenvolvimento de Políticas de Migração em Viena.[19]

Em fevereiro de 2020, Spindelegger juntou-se a cerca de cinquenta ex-primeiros-ministros europeus e ministros das Relações Exteriores na assinatura de uma carta aberta publicada pelo jornal britânico The Guardian para condenar o plano de paz do presidente dos EUA, Donald Trump, no Oriente Médio, dizendo que criaria uma situação semelhante ao apartheid nas regiões ocupadas.[20]

Reconhecimentos[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Eric Culp (May 11, 2011), The quiet Austrian European Voice.
  2. a b c d «Dr. Michael Spindelegger - Curriculum Vitae». Federal Ministry for European and International Affairs (Austria). Consultado em 17 de dezembro de 2008. Arquivado do original em 22 de maio de 2011 
  3. Mayer, Thomas (31 de outubro de 2006). «Kopf des Tages: Michael Spindelegger». Der Standard (em alemão). Consultado em 17 de dezembro de 2008 
  4. «Michael Spindelegger im Porträt» (em alemão). ORF. 24 de novembro de 2008. Consultado em 17 de dezembro de 2008. Arquivado do original em 6 de julho de 2011 
  5. «Michael SPINDELEGGER». European Parliament. Consultado em 17 de dezembro de 2008 
  6. «Parliament: swearing-in of new Members of Parliament». Austrian Federal Chancellery. Consultado em 17 de dezembro de 2008. Arquivado do original em 25 de novembro de 2009 
  7. EFE, Da (13 de dezembro de 2013). «Jovem de 27 anos é o novo ministro das Relações Exteriores da Áustria». Mundo. Consultado em 1 de junho de 2022 
  8. «Baltic fury over Austria's release of ex-Soviet officer». BBC News (em inglês). 19 de julho de 2011. Consultado em 1 de junho de 2022 
  9. «Alexei Navalny and the West's Schröderizatsiya | CEPA». 5 de outubro de 2021 
  10. Director General International Centre for Migration Policy Development.
  11. Michael Shields (June 18, 2013), Austria may delay peacekeepers' withdrawal from Golan Reuters.
  12. James Shotter (December 12, 2013), Austria set for another grand coalition as parties announce deal Financial Times.
  13. Michael Shields and Angelika Gruber (March 14, 2014), Austria finally rules out letting lender Hypo go bust Reuters.
  14. Meet the Spindeleggers European Voice, February 19, 2014.
  15. Simon Taylor (July 2, 2014), Austria’s Hahn nominated for second Commission term European Voice.
  16. «Ministro sai por falta de acordo em tributação na Áustria». Exame. 26 de agosto de 2014. Consultado em 1 de junho de 2022 
  17. Lundeen, Nicole (26 de agosto de 2014). «Austrian Finance Minister Michael Spindelegger Quits in Tax-Reform Dispute». Wall Street Journal 
  18. «Austria's Faymann sees government coalition lasting». Reuters (em inglês). 26 de agosto de 2014. Consultado em 1 de junho de 2022 
  19. «Finanznachrichten - Börse & Wirtschaft aktuell». www.wallstreet-online.de. Consultado em 1 de junho de 2022 
  20. Grave concern about US plan to resolve Israel-Palestine conflict The Guardian, February 27, 2020.
  21. «EHRENZEICHEN FÜR VERDIENTE MANDATERiNNEN» (em alemão). Austrian Parliament. 4 de maio de 2004. Consultado em 18 de dezembro de 2008 
  22. «Reply to a parliamentary question about the Decoration of Honour» (PDF) (em alemão). p. 1639. Consultado em 2 de dezembro de 2012 
  23. «Reply to a parliamentary question about the Decoration of Honour» (PDF) (em alemão). p. 2015. Consultado em 2 de dezembro de 2012