Miriam Alves

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Miriam Alves
Nascimento 1952
São Paulo
Cidadania Brasil
Ocupação poetisa, escritora

Miriam Aparecida Alves (6 de novembro de 1952), é escritora, assistente social, professora, ativista e poetisa brasileira.[1] A base de seus trabalhos se deu através do viés da ancestralidade que demonstra através das suas narrativas orais e escritas.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Miriam Aparecida Alves nasceu em 6 de novembro de 1952 na cidade de São Paulo. A escritora começou a se dedicar as suas anotações aos onze anos e depois, aos dezoito, comprou a sua primeira máquina de escrever.[2] A princípio, a autora escrevia por prazer, colocando em suas narrativas tópicos os quais achava essencial no cotidiano. Mais tarde formou-se em Serviço Social pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU (1974-1978) e trabalhou como assistente social na cidade de São Paulo.[1] Posteriormente foi supervisora no Departamento de Estágio Supervisionado da mesma universidade (1981-1989) ministrando aulas e palestras.

Os seus escritos tratam de questões de raça, gênero, diáspora incluindo o padrão de beleza europeu no Brasil e o papel das mulheres na construção social.[3] Tais temas fazem com que a escritora esteja ativamente participante de eventos nacionais e internacionais envoltos aos temas desde o ano de 1980.

Viagens[editar | editar código-fonte]

Em 2010, ela viajou à escola de português em Middlebury College, onde deu aulas de cultura e literatura brasileira.[4] Devido à sua importância no Quilombhoje, foi convidada a participar como visitante especial na Universidade do Novo México. Também participou nos debates sobre literatura Afro-brasileira e feminismo na University of Texas, na University of Tennessee e na University of Illinois. Devido às suas viagens internacionais, ela foi publicada em antologias como Contemporary Afro-Brazilian Literary Movement nos Estados Unidos; Moving beyond boundaries: International dimension of Black women's writing na Inglaterra; e Schwarze poesie: Poesia Negra na Alemanha.[5]

AFROLIC. UFES, Vitória, novembro de 2023.

Em 1996, ela foi palestrante convidada na Conferência Internacional de Escritoras e Acadêmicas Caribenhas na Universidade Internacional da Flórida. Ela também deu uma palestra intitulada A Invisibilidade da Literatura Afro-feminina: de Carolina de Jesus a Nós (1997) no Latin American Speakers Symposium em Nova York.[1][6] Além disso, ela também apresentou seu obra chamada Resgate (1995) em Viena, Áustria, em novembro de 1995.[6]

Obras[editar | editar código-fonte]

Miriam Alves teve dificuldades em publicar a sua obra por causa da atmosfera fechada que o Brasil tinha em relação aos escritores Afro-brasileiros. As suas obras não apenas mostraram seu papel como ativista contra a divisão racial, mas também enfatizaram as experiências que ela enfrenta como mulher Afro-brasileira.[4]

Os seus poemas e contos foram incluídos em diversas antologias, incluindo Axé - Antologia Contemporânea da Poesia Negra Brasileira (1982), Razão da Chama (1986) e Moving beyond boundaries: International dimension of Black women's writing (1995). Seu trabalho também apareceu no jornal literária Callaloo.[1] Alves foi uma integrante de Quilombhoje, um grupo de escritores negros que publicou uma série de antologias chamadas Cadernos Negros de 1980 a 1989. Foi editora do volume bilíngue Enfim... Nos, Finally...Us (1995), que foi a primeira obra publicada por um Afro-brasileiro após Quarto de Despejo (1960) pela editora Three Continents Press. Este livro foi uma colaboração de poemas de dezoito escritoras Afro-brasileiras.[2] Editou também Escritoras Negras Brasileiras Contemporâneas e Contemporary Black Brazilian Women Writers, publicados em 1995.[2][7] Suas obras foram traduzidas para o Inglês e Alemão.[4]

Foram publicadas duas coletâneas da sua poesia: Momentos de busca (1983) e Estrelas no dedo (1985).[7][8] Momentos de Busca foi uma coletânea que reuniu todos os seus poemas, desde a adolescência até a atualidade.[6] As suas outras obras incluem: Mulheres Escritoras Brasileiras: Dupla Antologia de Poesia Brasileira-Inglesa, publicada em Colorado, EUA (1995) e Women Righting - Afro-Brazilian Women's Short Fiction (2005).

Ela também escreveu outras obras como o livro de ensaios BrasilAfro Autorrevelado (2010), a coletânea Mulher Mat(r)iz (2011) e, em colaboração com Arnaldo Xavier e Cuti (Luis Silva), a peça de teatro Terramara (1988).[5]

Romances

  • Bará na trilha do vento (2015);
  • Maréia (2019).

Contos

  • Mulher mat(r)iz (2011);
  • Juntar Pedaços (2021).

Poemas

  • Momento de buscas (1983);
  • Estrelas no dedo (1985);
  • Poemas Reunidos (2022).

Teoria

  • BrasilAfro Autorevelado (2010);
  • A escritora afro-brasileira: ativismo e arte literária (2016);
  • Miriam Alves Plural: teoria, ensaios críticos e depoimentos (2022).

Teatro

  • Terramara (1987);
  • Lvr`Aberto (2001).

Referências

  1. a b c d Oliveira, Emanuelle (2008). Writing Identity: The Politics of Contemporary Afro-Brazilian Literature. [S.l.]: Purdue University Press. pp. 218–19. ISBN 978-1557534859  Verifique o valor de |url-access=registration (ajuda)
  2. a b c Rowell, Charles H.; Alves, Miriam; Bruce, tr Willis (1 de novembro de 1995). «Miriam Alves». Callaloo. 18 (4): 802–804. ISSN 1080-6512. doi:10.1353/cal.1995.0138 
  3. Oliveira, Emanuelle (2007). Writing Identity: The Politics of Contemporary Afro-Brazilian Literature. [S.l.]: Purdue University Press. pp. 260. ISBN 978-1557534859 
  4. a b c Power, Beleza Black (26 de julho de 2016). «Série Leia Autores Negros | Miriam Alves». Beleza Black Power. Consultado em 12 de novembro de 2016 
  5. a b «Miriam Alves». Consultado em 2 de dezembro de 2016 
  6. a b c «Miriam Alves». Afro Negócios, Anúncios e Informação – Black Pages Brazil. Consultado em 3 de dezembro de 2016 
  7. a b Miller, Jane Eldridge (2001). Who's who in Contemporary Women's Writing. [S.l.: s.n.] ISBN 0415159806 
  8. Boyce Davies, Carole Elizabeth (2008). Encyclopedia of the African Diaspora: Origins, Experiences, and Culture [3 volumes]: Origins, Experiences, and Culture. [S.l.: s.n.] pp. 81–82. ISBN 978-1851097050