Modelo de prova

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Bruna Tenório já foi manequim de prova da Dolce&Gabbana

Modelo de prova ou manequim de prova [nota 1] é a pessoa utilizada como modelo por um estilista ou fabricante de roupas para que o caimento, o corte e a aparência visual do desenho de uma roupa sejam checados em um ser humano real, o qual deve representar a média das clientes de tal fabricante.[1][2]

Características[editar | editar código-fonte]

Para ser selecionada como manequim de prova, a pessoa terá que ter determinados requisitos físicos específicos buscados por estilistas e fabricantes, tais como altura, circunferência de busto-cintura-quadril, braços e extensão da perna, dos ombros e uma miríade de outras medidas antropométricas requeridas pelo tipo de vestimenta a ser confeccionada.[1] O modelo de provas age efetivamente como um manequim vivo, e em geral os vários tamanhos de corte de uma roupa são testados em vários modelos de prova para verificar se os padrões correspondem fielmente aos diferentes tipos e formas encontrados no corpo humano, a fim de atingir uma gama maior de consumidores. Algumas confecções de grife no Brasil limitam sua numeração aos consumidores mais esguios, com números de vestimenta até o 44.[1]

Para além de apenas vestir a roupa para que esta seja avaliada por um perito no assunto, o modelo de provas pode ter um papel fundamental no processo de feitura do produto ao opinar sobre a aparência, o material e o caimento destes em seu corpo, dando ao designer um feedback objetivo e necessário, tendo como ponto de vista quem vai usá-lo, e confirmando (ou negando) se as intenções do designer realmente atingiram seus objetivos.

Mercado[editar | editar código-fonte]

Estilistas da alta-costura escolhem em geral uma única modelo, cujas medidas se encaixam perfeitamente no que demanda a indústria da moda (alta, supermagra e esbelta), para que ela seja o padrão de suas produções.[2] Essa manequim de prova vira o modelo que a grife utiliza para finalizar sua coleção, obrigando conseqüentemente todas as outras modelos que desfilarão a coleção a ter medidas bem semelhantes às suas para que as roupas vistam bem e uniformemente.

No mercado da moda de larga escala as exigências são mais brandas, possibilitando que moças a partir de 1,65 metro possam trabalhar como modelo na área, pois o fator decisivo mesmo são as medidas do corpo (coxa, quadril, cintura, busto e braço) e não a altura. Embora as medidas consideradas ideais para a moda jovem sejam 64cm de cintura, 94cm de quadril e um busto com 84cm, em virtude da grande variedade das formas humanas, as grifes de moda têm contratado modelos de prova com físicos cada vez mais variado, inclusive modelos plus size.[3]

Exemplos de medidas-padrão[editar | editar código-fonte]

No Homem[editar | editar código-fonte]

As medidas-padrão para modelos de prova homens são baseadas no tamanho médio da população masculina de determinada região ou país. Estudos antropométricos realizados em 2013 pelo Senai e pelo Cetiqt revelaram que os tamanhos das roupas do brasileiro não refletem o biótipo a população do país, sendo portanto um padrão de medidas importado do exterior (as roupas têm 6cm a mais na altura e 6cm a menos no quadril).[4]

Medidas-padrão do modelo de prova masculino da Europa ocidental:

P (pequeno, tamanho 44–46)
  • Altura: 175–179cm
  • Busto: 89–93cm
  • Cintura: 74–79cm
  • Quadril: 90–96cm
M (médio, tamanho 48–50)
  • Altura: 177–181cm
  • Busto: 97–101cm
  • Cintura: 84–89cm
  • Quadril: 96–102cm
G (grande, tamanho 52–54)
  • Altura: 179–183cm
  • Busto: 105–109cm
  • Cintura: 94–99cm
  • Quadril: 102–108cm

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Termo originário do inglês fitting model, fit model ou ainda fitting girl.

Referências

  1. a b c MOHERDAUÍ, Bel (7 de agosto de 2002). Você é assim?. [S.l.]: Revista Veja, edição 1763, Ed. Abril Cultural. pp. 74–75 
  2. a b CLEMENTS, Kirstie (5 de julho de 2013). «Former Vogue editor: The truth about size zero». The Guardian (em inglês). Consultado em 19 de junho de 2014 
  3. Amorim, Victoria (11 de junho de 2014). «Quer ser modelo plus size? Saiba quais são as exigências desse mercado e a rotina profissional». Lifestyle – Vírgula. Consultado em 29 de junho de 2015 
  4. DINIZ, Pedro (8 de dezembro de 2013). «Estudo inédito revela que homem brasileiro é mais baixo do que roupas vendidas em grife». Jornal Folha de S.Paulo. Consultado em 29 de junho de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]