Monumento 1 de San Martín Pajapan

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nem toda a arte monumetal olmeca estava associada a cidades ou aldeias - o monumento 1 de San Martín Pajapan foi descoberto no cimo de um vulcão dormente.

O Monumento 1 de San Martín Pajapan é uma grande escultura de basalto olmeca encontrada no cume do vulcão San Martín Pajapan, nos Montes Tuxtlas do estado mexicano de Veracruz. É notável pela sua localização original e pela sua iconografia olmeca.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Provavelmente esculpida durante os período formativo inicial, antes de 1000 a.C., a estátua de 1,4 metros de altura mostra um jovem senhor agachado. Apanhado no acto de levantar uma grande barra cerimonial, a sua mão direita encontra-se sob uma das extremidades e a esquerda sobre a outra. Pensa-se que esta pose, quase idêntica à dos "gémeos" de El Azuzul, representa um governante ou xamã (ou ambos) durante o ritual de levantar a Árvore do Mundo Mesoamericana ou axis mundi, um acto que estabelece o centro do mundo e que liga o plano terreno com os mundos acima e abaixo.[1]

O jovem senhor enverga um enorme toucado, cuja frente está coberta com o que parece ser uma máscara.[2] A máscara mostra a cabeça dividida, os olhos amendoados, e a característica boca voltada para baixo do jaguar-homem sobrenatural, implicando que o humano havia-se tornado, ou agia sob a autoridade e/ou protecção do sobrenatural.

Para trás ao longo dos lados do toucado fluem plumas. Da sua parte superior, rebenta vegetação - talvez milho. A máscara foi identificada com sendo do deus da chuva olmeca[3] e a iconografia e localização da estátua reflectem a generalizada crença mesoamericana nas montanhas como habitações dos deuses.[4]

Descoberta arqueológica[editar | editar código-fonte]

Localização original do Monumento 1 de San Martín de Pajapan no contexto da área nuclear olmeca.

A escultura foi inicialmente identificada pelo topógrafo Ismael Loya em 1897 e redescoberta por Frans Blom e Oliver La Farge na sua expedição de 1925.[5] Situada numa plataforma na sela entre os dois picos mais altos da orla da cratera do vulcão,[6] foi encontrada rodeada de oferendas de vasilhas partidas, oferendas de jade, e numerosos outros objectos, datando desde tempos antigos até ao século XX, indicando que havia sido objecto de veneração durante milénios.[7] Estas oferendas e a própria estátua serviram para identificar o cume de San Martín Pajapan como uma paisagem sagrada.[4]

Em 1929, Marshall Seville do Museum of the American Indian de Nova Iorque, associou a estátua com outros artefactos em várias colecções, baseando-se em semelhanças estilísticas e numa iconografia comum. Uma vez que era inverosímil que a estátua tivesse sido movida após a sua colocação original, Seville propôs que este estilo artístico "olmeca" tinha tido origem no sul de Veracruz.[8]

Encontra-se actualmente em exposição no Museo de Antropologia de Xalapa em Veracruz.

Notas

  1. Pool, p. 118-119 and 143.
  2. Diehl, p. 123, ou Markham & Markham, p. 20.
  3. Markham e Markham, p. 20.
  4. a b Pool, p. 123.
  5. Blom e La Farge.
  6. Blom e La Farge, p. 46.
  7. Diehl, p. 81.
  8. Coe, p. 42.

Referências[editar | editar código-fonte]

  • America's First Civilization, Discovering the Olmec. [S.l.]: Van Nostrand. 1968  Texto "Coe, Michael D." ignorado (ajuda)
  • Blom, Frans;La Farge; Oliver (1926) Tribes and Temples: A Record of the Expedition to Middle America Conducted by the Tulane University of Louisiana in 1925, Tulane University, ISBN 0-939238-02-0
  • Diehl, Richard A. (2004). The Olmecs: America's First Civilization. London: Thames and Hudson. ISBN 0-500-02119-8 
  • Markman, Roberta H. and Peter T. Markham (1989). Masks of the Spirit: Image and Metaphor in Mesoamerica. Berkeley: University of California Press 
  • Pool, Christopher A. (2007). Olmec Archaeology and Early Mesoamerica. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-78882-3 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]