Muira Ubi
Muira Ubi | |
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Nascimento | 1510 Igarassu |
Morte | 1558 Olinda |
Progenitores |
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Cônjuge | Jerônimo de Albuquerque |
Filho(a)(s) | Beatriz de Albuquerque, Jerônimo de Albuquerque Maranhão, Catarina de Albuquerque, Joana de Albuquerque |
Muira Ubi (Igarassu, 1510 — Olinda, 1558) e batizada Maria do Espírito Santo Arcoverde, foi uma mulher indígena da etnia tabajara, nativa das terras que viriam a ser conhecidas como Capitania de Pernambuco, atualmente Brasil.[1][2]
Biografia[editar | editar código-fonte]
Muira Ubi foi filha do cacique Uirá Ubi, conhecido como chefe tupi Arcoverde, do povo Tindara (ou Tindarana) da etnia Tabajara, habitante da região hoje conhecida como o estado de Pernambuco no Brasil.[3] Ficou conhecida na história do Brasil por ter salvado a vida de Jerônimo de Albuquerque, um administrador colonial português.[4]
Após lutar contra os índios Tabajaras, Jerônimo de Albuquerque levou um flechada e perdeu um dos olhos, o que lhe rendeu, a partir de então, o apelido de "o torto".[2] Estando sob cárcere e condenado à morte, ele foi salvo por Muira Ubi, que teria se apaixonado por ele. Intercendendo junto a seu pai, ela solicitou que Jerônimo fosse poupado. A partir daquele momento, Muira e Jerônimo mantiveram uma relação amorosa por longo tempo.[1] O casamento entre os dois assegurou uma situção de paz entre os índios tabajaras e os colonizadores portugueses.[5]
Batismo[editar | editar código-fonte]
Batizada, Muira Ubi recebeu o nome de Maria do Espírito Santo Arcoverde em homenagem à festa de Pentecostes, que se celebrava no dia de seu batismo.[6]
Descendência[editar | editar código-fonte]
Da união com Jerônimo de Albuquerque nasceram oito filhos, entre eles Jerônimo de Albuquerque Maranhão, que expulsou os franceses do Maranhão (e por isso anexou Maranhão ao seu nome) e Catarina de Albuquerque, que se casou com o fidalgo florentinoFilippo Cavalcanti.[7][8] Da Linhagem de Filippo e Catarina descende o primeiro cardel na América Latina, Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, mais conhecido como Cardeal Arcoverde.[9]
Sumário de progênitos[editar | editar código-fonte]
- Manuel de Albuquerque, primogênito; Ancestral patrilinear do 2° Presidente do Brasil, Floriano Peixoto.
- André de Albuquerque, alcaide-mor da Capitania da Paraíba;
- Isabel de Albuquerque;
- Antonia de Albuquerque;
- Joana de Albuquerque;
- Brites de Albuquerque, que casou como comerciando germânico Sebald Linz von Dorndorf.
- Catarina de Albuquerque (1540-1614), que casou com Fillippo Cavalcanti. Ancestral matrilinear do Ministro português Marquês de Pombal.
- Jerônimo de Albuquerque Maranhão (1548-1624), conquistador da Capitania do Maranhão.[10][11]
Referências
- ↑ a b Elisa Frühauf Garcia (2020). "As Mulheres Indígenas na Formação do Brasil: Historiografia, agências nativas e símbolos nacionais". In: Elisa Frühauf Garcia & Georgina dos Santos (Orgs.), Mulheres do mundo Atlântico: Gênero e condição feminina da época moderna à contemporaneidade (1o ed, p. 27–46). Fino Traço.
- ↑ a b MEIRA, Jean Paul Gouveia. “Merecedores de toda honra’: a trajetória da família indígena Arcoverde nos espaços de poder do Império Ultramarino Português (1636-1706)”, Revista de História, 6, 1-2, pp.20-31, (2017).
- ↑ Maranhão, Mário Severo de A. (1969). «Os Albuquerque Maranhão». Revista de História. 39 (79): 204
- ↑ Cândido Pinheiro Koren de Lima. Albuquerque, a Herança de Jerônimo, o Torto (Fundação Gilberto Freyre, 2015). [S.l.: s.n.]
- ↑ Geyza Kelly Alves da Silva (2008). "Teia de alianças, lealdade e dependência: Tabajaras e Potiguaras aliados/aldeados na Capitania de Pernambuco". Clio. Revista de Pesquisa Histórica, n. 25-2, p. 187-214.
- ↑ Albuquerque, Ulysses Lins de (2016). Três Ribeiras. [S.l.]: Cepe. 22 páginas
- ↑ Moya, Salvador (1963). Revista Genealógica Latina n. 9/10. [S.l.]: Instituto Genealógico Brasileiro. 231 páginas
- ↑ Doria, Francisco Antonio (2003). Acciaiolis, Madeira e Brasil, I. [S.l.]: Bingen. 22 páginas
- ↑ Redação (29 de abril de 1930). Disponível em Hemeroteca digital da Biblioteca Nacional do Brasil. «O Primeiro Cardeal da Igreja Brasileira». Rio de Janeiro. O Cruzeiro (nº 77, ano 2): pág. 4-6 (6-8)
- ↑ «Albuquerques». Projeto Áquila Griffo-UFRJ.
- ↑ Borges da Fonseca, A. J. V. (1935). Nobiliarquia Pernambucana