Nicolas Behr

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Nicolas Behr
Nicolas Behr
Behr em 2015
Nascimento 5 de agosto de 1958 (65 anos)
Cuiabá, Mato Grosso
Residência Brasília
Género literário Poesia marginal
Movimento literário Pós-modernismo
Página oficial
http://www.nicolasbehr.com.br/index.php

Nicolas Behr (Cuiabá, 5 de agosto de 1958)[1] é um poeta brasileiro, geralmente associado à geração mimeógrafo e à poesia marginal.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de alemães,[2] estudou o primário com padres jesuítas, em Diamantino (MT), onde os pais eram fazendeiros. Mudou-se para Brasília em 1974.

Em 1977, lançou Iogurte com farinha — seu primeiro feito em mimeógrafo, com 8.000 cópias vendidas de mão em mão pelos bares e outros locais públicos da Capital Federal, tornando-se uma das principais vozes da Poesia Marginal, ao lado de Chacal e Chico Alvim. Em 1978, organizou a antologia Grande Circular: poemas com sabor bem Brasília, que contava com poemas seus e também de Luís Sóter, Tetê Catalão, Luís Martins da Silva, Paulo Tovar e Climério Ferreira.[3]

Em agosto de 1978, após ter escrito Grande circular, Caroço de goiaba e Chá com porrada, foi preso e processado pelo DOPS por "porte de material pornográfico", sendo julgado e absolvido no ano seguinte.

Entre 15 de agosto de 1978 a 30 de março de 1979, impedido de publicar por ordem judicial, escreveu poemas em telhas frescas, depois queimadas, série esta denominada O que me der na telha.

Daí até 1980 publicou 10 livrinhos mimeografados. A partir desse ano passou a trabalhar como redator em agências de publicidade. Em 1982 ajudou a fundar o MOVE – Movimento Ecológico de Brasília, a primeira ONG ambientalista da Capital Federal. Em 1986, abandonou a publicidade para trabalhar na FUNATURA - Fundação Pró-Natureza, onde ficou até 1990, dedicando-se, desde então, profissionalmente, ao seu antigo hobby: produção de espécies nativas do cerrado. Biólogo, é co-autor do livro “ Palmeiras no Brasil” e sócio- proprietário da Pau-Brasilia Viveiro Eco.loja.

A partir de 1993, voltou a publicar seus livros de poesia, com “Porque Construí Braxília”. É casado, desde 1986, com Alcina Ramalho e tem três filhos: Erik, Klaus e Max. Teve o seu perfil biográfico traçado pelo jornalista Carlos Marcelo no livro “ Nicolas Behr – Eu Engoli Brasília”, publicado em 2004. A jornalista Gilda Furiati defendeu tese de mestrado no Instituto de Letras da Universidade de Brasília em 2007 sob o título: “Brasília na poesia de Nicolas Behr: idealização, utopia e crítica”, editada em livro pela Editora UnB em 2012. Em 2008 seu livro “Laranja Seleta – poesia escolhida – 1977 – 2007 “ pela Língua Geral, foi finalista do Prêmio Portugal Telecom de Literatura. “Do fenômeno poético à experiência urbana: (por) uma poesia de Nicolas Behr”, dissertaçao de mestrado apresentada por Laíse Ribas Bastos na Universidade Federal de Santa Catarina, em 2009. No ano seguinte a cineasta Danyella Proença dirigiu o filme “Braxília”, (17 minutos ) um ensaio sobre a relação do poeta e sua cidade, ganhador do Prêmio Especial do Juri, no 43º. Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Em 1987, morou em Washington DC, EUA[carece de fontes?], vindo a trabalhar na FUNATURA – Fundação Pró-Natureza de 1988 a 1990. A partir daí passou a dedicar-se à produção e comercialização de mudas, seu antigo “ hobby”, sendo pioneiro na produção de mudas de espécies nativas dos cerrados, especializando-se em palmeiras e em frutas e árvores raras.

Obra publicada[editar | editar código-fonte]

Livrinhos (mimeografia)[editar | editar código-fonte]

  • Iogurte com Farinha – Agosto de 1977
  • Grande Circular – Junho de 1978
  • Caroço de Goiaba – Julho de 1978
  • Chá com Porrada – Julho de 1978
  • Bagaço – Maio de 1979
  • Com a Boca na Botija – Junho de 1979
  • Parto do Dia – Julho de 1979
  • Elevador de Serviço – agosto de 1979
  • Põe sia nisso! – agosto de 1979
  • Entre Quadras – agosto de 1979
  • Brasiléia Desvairada – setembro de 1979
  • Saída de Emergência – setembro de 1979
  • Kruh – outubro de 1979
  • 303F415 – julho de 1980
  • L2 Noves Fora W3 – novembro de 1980

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Porque Construi Braxília – 1993
  • Beijo de Hiena – 1993
  • Pelas Lanchonetes dos Casais Felizes – 1994
  • Segredo Secreto – 1996
  • Estranhos Fenômenos – 1997 (ant.)
  • Palmeiras no Brasil: nativas e exóticas - 1997. (co-autor)
  • Viver Deveria Bastar – 2001
  • Umbigo – 2001
  • Poesília – poesia pau-brasilia - 2002
  • Menino Diamantino, Brasília, LGE, 2003.
  • Peregrino do Estranho - 2004.
  • Braxília revisitada - vol. 1 - 2004.
  • Restos vitais (coletânea) - 2005.
  • Braxília revisitada - vol. 2 - 2005.
  • Iniciação à dendrolatria - 2005.
  • Laranja seleta, Editora Língua Geral, 2007.
  • Beije-me - 2009.
  • La Brasilíada (espanhol) - 2009.
  • O bagaço da laranja - 2009. (ant.)
  • Brasilíada - 2010.
  • A lenda do Menino Lambari - 2012.
  • Meio seio, Editora Língua Geral, 2012.
  • Brasífra-me - 2013.
  • BrasíliA-Z cidade-palavra - 2014
  • A teus pilotis - 2014.
  • Brasilyrik - 2015. (ant.) Traduzido por Timo Berger.

Participação em filmes[editar | editar código-fonte]

Braxília (17 min.) - Danyella Proença, 2010.

Babilônia Norte (15 mim.) - Renan Montenegro, 2013.

Brasília, Vida Depois do Design (88 min) - Bart Simpson, 2019.

Referências

  1. Valadares, Napoleão (2012). Dicionário de escritores de Brasília. Brasília: André Quicé. p. 51 
  2. Rodrigues, Gizella (30 de março de 2020). «Nicolas Behr: um poeta e sua musa». Agência Brasília. Consultado em 2 de julho de 2022 
  3. Mousinho, Ronaldo Alves (2002). Literatura de Homero à contemporaneidade : enfoque histórico, teórico e prático. Brasília: Ideal. OCLC 685132825 

Leitura adicional[editar | editar código-fonte]

  • Eu engoli Brasília, Vol. I da Coleção Brasilienses, de Carlos Marcelo, Brasília, 2004.
  • Menino Diamantino 2ª Edição, Nicolas Behr, Edição do autor, Brasília, 2012.
  • BrasíliA-Z - cidade-palavra, Nicolas Behr, Edição do autor, Brasília, 2014.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]