Nina Grieg

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Nina Grieg
Nina Grieg
Nina Grieg, cerca de 1934
Nascimento Nina Hagerup
24 de novembro de 1845
Bergen, Noruega
Morte 3 de dezembro de 1935 (90 anos)
Copenhague, Dinamarca
Nacionalidade dinamarquesa
norueguesa
Progenitores Mãe: Louise Adeline Werligh Falck
Pai: Herman Didrik Hagerup
Cônjuge Edvard Grieg (c. 1867; v. 1907)
Filho(a)(s) Alexandra (1868–1869)
Ocupação soprano lírico, pianista, professora de canto

Nina Grieg (nascida Hagerup; Bergen, 24 de novembro de 1845Copenhague, 3 de dezembro de 1935) foi uma soprano lírico, pianista e professora de canto dinamarco-norueguesa.[1][2][3]

Início de vida e família[editar | editar código-fonte]

Nina Hagerup nasceu em 24 de novembro de 1845 em Bergen, Noruega. Era filha do controlador de malte Herman Didrik Hagerup, e de Louise Adeline Werligh Falck, atriz de ascendência dinamarquesa. Também era neta do escrivão diocesano Edvard Hagerup.[2][1]

Durante a infância, costumava participar de eventos culturais de sua cidade natal, incluindo as sociedades musicais de sua tia Gesine Grieg, renomada pianista e mãe de Edvard Grieg.[3]

Aos oito anos de idade, mudou-se com seus pais para a Dinamarca, onde passou a receber aulas de canto e piano. Iniciou sua carreira como cantora em 1864, e ficou noiva do compositor norueguês Edvard Grieg no mesmo ano.

Era prima de primeiro grau de Edvard Grieg, com quem casou-se em 11 de junho de 1867. No ano seguinte, em 10 de abril de 1868, o casal deu à luz a filha, Alexandra, que morreu aos 18 meses de idade, devido à encefalite ou meningite.[2][3]

Carreira[editar | editar código-fonte]

Tornou-se conhecida como intérprete e pianista das composições de seu marido, o qual acompanhou em diversas turnês na Europa. As apresentações, geralmente, recebiam críticas positivas, principalmente de seu marido, que considerava a esposa a melhor intérprete de suas composições.[2][4]

O casal realizou performances para as famílias reais norueguesa e sueca, para o príncipe de Gales e, além disso, para a rainha Vitória do Reino Unido e alguns membros de sua corte.[3] No entanto, um dos cortesãos de Vitória chamou seu canto de "passée".[5]

Foi também muito solicitada como professora de canto, principalmente pelo dom de transmitir aos alunos as intenções do compositor em suas composições, e também por sua excelente interpretação.[2][3]

Seu marido não queria que ela atuasse de forma independente como cantora, expressando pesar por essa atitude em seus últimos anos.[2][3]

Se destacou como solista em Elias de Felix Mendelssohn na orquestra Musikselskabet Harmonien, posteriormente conhecida como Orquestra Filarmônica de Bergen, em 1866.[3] Também apresentou-se com outros compositores noruegueses, entre os quais Halfdan Kjerulf, Rikard Nordraak, Agathe Backer Grøndahl e Christian Sinding.[3] O compositor inglês Frederick Delius dedicou dois conjuntos de canções a ela nos anos de 1888 a 1890.[4]

Nina Grieg nunca gravou profissionalmente, mas duas gravações amadoras feitas em cilindros fonográficos foram preservadas (em péssimas condições) e publicadas pelo selo Simax.

Anos posteriores e morte[editar | editar código-fonte]

Após a morte de seu marido, em 1907, mudou-se novamente para a Dinamarca, dessa vez com sua irmã mais velha Antonie Hagerup. Em Copenhague, ela frequentou uma igreja unitarista.[2]

Em 1919, devido à problemas financeiros causados pela Primeira Guerra Mundial, vendeu sua antiga residência em Bergen, Trouldhagen, para o cônsul Joachim Grieg. Os móveis e outros objetos foram leiloados e o túmulo de seu marido e a casa dos compositores também foram removidos.[2][3] Anos depois, em 1928, após todos os itens da casa serem recuperados, a antiga residência do casal, Trouldhagen, tornou-se um museu, dedicado à preservação das informações sobre a vida e obra de Edvard Grieg.[2][6]

Nos últimos anos de sua vida, Nina Grieg, que sofria de problemas de visão por muito tempo, ficou quase cega. Também sofria de uma doença renal.[3]

Nina Grieg morreu em 3 de dezembro de 1935, aos 90 anos, em Copenhague, Dinamarca. Ela foi cremada e suas cinzas foram colocadas junto às cinzas de seu marido em uma tumba na montanha próxima à Troldhaugen, em Bergen, onde o casal compartilhou uma casa durante a maior parte de seus anos de casados.[2][3][6]

Referências

  1. a b «Grieg, Nina». Social Networks and Archival Context. Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  2. a b c d e f g h i j Haavet, Inger Elisabeth (25 de fevereiro de 2020). «Nina Grieg». Norsk biografisk leksikon (em norueguês bokmål). Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  3. a b c d e f g h i j k Haselmann, Lena. «Nina Grieg». MUGI (em alemão). Consultado em 5 de janeiro de 2022 
  4. a b Foster, Beryl (2007). The Songs of Edvard Grieg (em inglês). [S.l.]: Boydell Press 
  5. Mallet, Marie; Mallet, Victor (1968). Life with Queen Victoria; Marie Mallet's letters from court, 1887-1901. Internet Archive. [S.l.]: Boston, Houghton Mifflin 
  6. a b «About Trouldhagen». Edvard Grieg Museum Troldhaugen. Consultado em 5 de janeiro de 2022