Nova Acrópole

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Organização Internacional Nova Acrópole
Nova Acrópole
Tipo Organização Não Governamental
Fundação Buenos Aires, na Argentina, em 15 de julho de 1957 (66 anos)
Sede Bruxelas, na  Bélgica
Presidente Internacional Carlos Adelantado Puchal Espanha
Sítio oficial www.nova-acropole.org.br

Nova Acrópole (NA; nome oficial: Organización Internacional Nueva Acrópolis "OINA" - Organisation Internationale Nouvelle Acropole, association internationale sans but lucratif) é uma organização sem fins lucrativos presente em todo o mundo fundada em 1957 por Jorge Ángel Livraga Rizzi (falecido em 1991)[1] primeiro como uma escola de filosofia e mais tarde como uma organização internacional dedicada a estudos filosóficos e suas práticas. A organização está firmada na existência de uma filosofia universal, que estaria por trás de todas as religiões e movimentos esotéricos. Está registrada na Bélgica como uma organização internacional desde 1990, número 3/12-941/S.[2][3][4]

História[editar | editar código-fonte]

Foi fundada por Jorge Ángel Livraga Rizzi na Argentina em 1957 entre estudantes universitários e do secundário, com a provável colaboração de sua companheira Ada Dolores Albrecht. A partir da década de 1970, com o reconhecimento da associação como uma fundação de entidade pública pelas autoridades argentinas, começa a se espalhar por vários países da América do Sul, e em 1972 chegou a Europa. Em 1981 Ada Albrecht deixou a organização e fundou a Asociación Mundial Hastinapura.

Organização[editar | editar código-fonte]

Vista exterior do Solar Palmeiro, que atualmente abriga a Nova Acrópole Porto Alegre.

As 35 organizações nacionais da Nova Acrópole se agrupam na Organização Internacional Nova Acrópole (OINA), que ten a súa sede em Bruxelas.

O atual presidente internacional é Carlos Adelantado Puchal e segundo dados da organização há 16.000 membros ativos em mais de 50 países do mundo. Presente na Espanha desde 1972, na Galiza mantén sedes na Corunha e em Vigo.

Princípios Institucionais[editar | editar código-fonte]

Busto de Giordano Bruno na Avenida Bolivariana em Medelim, Colômbia.

Declara como princípios:

  1. Promover um Ideal de fraternidade internacional baseado no respeito à dignidade humana, mais além das diferenças raciais, de sexo, culturais, religiosas, sociais, etc.[5]
  2. Fomentar o amor à sabedoria por meio do estudo comparado de filosofias, religiões, ciências e artes, para promover o conhecimento do ser humano, das leis da Natureza e do Universo.
  3. Desenvolver o melhor do potencial humano, promovendo a realização do ser humano como indivíduo e sua integração na sociedade e na natureza, como elemento ativo e consciente para melhorar o mundo.

Além dos cursos regulares de filosofia, aulas e workshops, a organização também está envolvida em atividades sociais e filantrópicas,[6] como campanhas de arrecadação de alimentos, workshops de arte, limpeza de monumentos e parques,[7] e também em resgate de desabrigados.[8]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

A Nova Acrópole tem recebido críticas há várias décadas, em particular sobre seu suposto uso de estruturas e símbolos paramilitares, e a aparente influência de modelos fascistas sobre eles.[9][10]

A Comissão Francesa de Seitas (1995), bem como a comissão parlamentar belga, em 1997, registraram a Nova Acrópole como uma seita em seus países em uma lista negra, junto com outras 171 associações. No dia 27 de maio de 2005, a lista negra de seitas foi abandonada pelo governo francês.[11] Entretanto, Serge Blisko, diretor da Missão Interministerial Francesa para Monitorar e Combater Desvios de Seitas (MIVILUDES) disse à VICE em 2014 que "o governo francês ainda considera a Nova Acrópole como uma seita e permanece sob vigilância".[12]

A Nova Acrópole oficialmente condena o nazismo, racismo e extremismo político,[13][14] mas a organização já foi acusada de apoiar o neofascismo e o neonazismo.[15] O Professor Nicholas Goodrick-Clarke disse em 2003 que "a estrutura, organização e simbolismo da Nova Acrópole é claramente fruto de modelos fascistas".[16] De acordo com Jean-Marie Abgrall, "a Nova Acrópole pegou emprestado símbolos e ideias elitistas e arianas".[17]

A Sociedade Teosófica, da qual Livraga fazia parte antes de fundar a Nova Acrópole, nega oficialmente qualquer ligação com a Nova Acrópole, esclarecendo que Livraga foi expulso da organização devido ao seu "comportamento incorreto - confirmado pelas autoridades do seu país (Argentina)".[18][19]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Nova Acrópole BR - Quem Somos
  2. Moniteur nº 48, 9 de março de 1990, página 4489
  3. Nouvelle Acropole en Moniteur, desde 2003
  4. Nouvelle Acropole en Moniteur, desde 1990 breve 2002
  5. Nova Acrópole BR - Princípios Institucionais
  6. [1]
  7. Inside, Costa Rica (em inglês)
  8. OWIT, Perú (em espanhol)
  9. Holland, Clifton L. (2010). «New Acropolis Cultural Association». In: Melton, J. Gordon; Baumann, Martin. Religions of the World: A Comprehensive Encyclopedia of Beliefs and Practices 2nd ed. [S.l.]: ABC-CLIO. pp. 2066–2067. ISBN 9781598842036 
  10. Clarke, Peter B. (2006). «Spiritist and esoteric NRMs in Brazil and Argentina». New Religions in Global Perspective: A study of religious change in the modern world. [S.l.]: Routledge. p. 188. A more recent Spiritist movement of Argentinian origin is the New Acropolis movement founded in 1957, also in Buenos Aires, by Jorge Angel Livraga Rizzi (1886–1951). This politically conservative movement describes itself as a school of classical philosophy. New Acropolis teachings are based on such diverse sources as the Greek philosophy of Plato (428/27–347 BC), the Theosophical ideas developed by Madame Blavatsky (1831–91) (see Chapter 5) and those of René Guenon (1886–1951) on the theme of the philosophia perennis. One of this movement's main beliefs is in the advent of the Age of Aquarius, which, it warns, will give rise to great pain and suffering at the outset. Like the Escuela Cientifica Basilio the New Acropolis has also become an international movement with a presence in some fifty countries. 
  11. «Le Point – Actualité Politique, Monde, France, Économie, High-Tech, Culture». Le Point.fr (em francês). Consultado em 24 de agosto de 2023 
  12. Lee, Diego Legrand y Silvia (18 de fevereiro de 2014). «El hombre que escapó de Nueva Acrópolis». Vice (em espanhol). Consultado em 24 de agosto de 2023 
  13. «Frequently Asked Questions – New Acropolis» (em inglês). Consultado em 24 de agosto de 2023 
  14. «Assembly Resolutions – New Acropolis» (em inglês). Consultado em 24 de agosto de 2023 
  15. Ahrens, Jan Martínez (14 de fevereiro de 1997). «Un profesor de instituto enseña teorías racistas a menores». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582. Consultado em 24 de agosto de 2023 
  16. Goodrick-Clarke, Nicholas (2003). Black Sun: Aryan Cults, Esoteric Nazism, and the Politics of Identity. [S.l.]: New York University Press. ISBN 978-0814731550 
  17. Abgrall, Jean-Marie (1999). Soul Snatchers: The Mechanics of Cults. [S.l.]: Algora Publishing. ISBN 978-1892941046 
  18. «The Theosophical Society's Position on New Acropolis». 9 de junho de 2004. Consultado em 24 de agosto de 2023  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda)
  19. «Condena de Livraga, líder de Nueva Acrópolis, por posesión de un revólver (web de Pepe Rodríguez)». www.pepe-rodriguez.com. Consultado em 24 de agosto de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Nova Acrópole

Links Institucionais[editar | editar código-fonte]