Nutrição comportamental

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A nutrição comportamental é uma abordagem científica e inovadora que tem como missão clínica a defesa de um foco biopsicosociocultural da alimentação, e como missão de comunicação, defender não apenas que seja responsável e ética, mas também positiva e inclusiva.[1]

A nutrição comportamental ao defender conjuntamente, na prática, os aspectos fisiológicos, sociais, culturais e emocionais da alimentação em contraposição a um foco biologicista da nutrição, tem objetivo de que a atuação do nutricionista mais humanizada e empática, para real promoção da mudança de comportamento alimentar.[2][3]

O termo foi cunhado e a abordagem proposta pelo Instituto Nutrição Comportamental — marca registrada.[4]

Premissas e pilares[editar | editar código-fonte]

A abordagem nutrição comportamental é inclusiva, ou seja, todos nutricionistas podem somas às suas práticas e conhecimentos, as premissas e modelos e estratégias da abordagem para ampliar sua atuação.[2] Defende uma orientação nutricional biopsicosocial e individualizada, que não se baseia em uma “dieta prescritiva e mandatória”, ressaltando a importância de comportamentos saudáveis e para uma saúde global.[2]Neste sentido, foca em reconhecer e respeitar o espaço de cada alimento em uma alimentação saudável, tendo como base a frequência, a quantidade e o contexto;

As premissas da abordagem nutrição comportamental são: [2][4]

  • Ser inclusiva, no qual qualquer profissional (independentemente de sua “filosofia” de trabalho atual, formação e área de atuação) possa encontrar novidades e subsídios para a sua prática em nutrição.
  • Ampliar o modo de atuação do nutricionista, com uso de estratégias que não são aprendidas na graduação – nem mesmo nos cursos de especialização existentes no país.
  • Acreditar que todos os alimentos podem ter espaço em uma alimentação saudável, respeitadas as questões de quantidade e frequência; e também que a discussão deve ser sempre contextualizada na história do indivíduo, levando em conta a forma de orientá-lo para uma vida mais saudável, contemplando os aspectos fisiológicos, culturais, sociais e emocionais da alimentação.
  • Manter a abordagem biopsicossocial e defender uma comunicação e orientação nutricional que não se baseia em uma “dieta”; que peso não é um comportamento e, portanto, não deve ser o foco de um tratamento ou aconselhamento nutricional (pode ser uma consequência); que saúde depende de comportamentos saudáveis e não de um determinado peso apenas; e que pessoas de todos os tamanhos podem ser saudáveis.

Os pilares da abordagem nutrição comportamental são: [2][3][5]

  • educação sobre a ineficácia e consequências das dietas restritivas, com necessidade de olhar ampliado e individualizado;
  • orientação individualizada COM o paciente e não PARA ele, respeitando a proposta de clínica ampliada e compartilhada, e não uma orientação prescritiva fechada;
  • defesa do prazer em comer, e um comer que respeite todos os fatores e determinantes envolvidos e o contexto: para quem, quando, onde, como, porque?;
  • (re)aprendizado do comer respeitando os sinais internos de fome, apetite e saciedade — em seus aspectos fisiológicos e hedônicos.

Importância[editar | editar código-fonte]

A abordagem nutrição comportamental objetiva a promoção de comportamentos saudáveis, entendendo os mesmo de forma ampla e com fundamentação teórico científica. Defende que os antecedentes e consequentes do comportamento alimentar — PORQUE e COMO se come — são tão importantes quanto o QUE se come. Esta visão e atuação ampla, visam promover autonomia alimentar, ajudando no cuidado e não no controle dos pacientes.[2][5]

Além disso, abrange conceitos como “comer intuitivo” e “comer com atenção plena”, que se baseiam em criar uma relação afetiva e saudável com o ato de comer, englobando a falta de julgamento, a abertura e a curiosidade ao longo da vivência alimentar.[2]

Aplicação[editar | editar código-fonte]

A abordagem nutrição comportamental de ser utilizada com qualquer público, focando em suas premissas e respeitando as necessidades individuais. É diferencial no tratamento de obesidade, diabetes e outras DCNT e transtornos alimentares, mas também no atendimento de crianças e adolescentes, para praticantes de atividade física e no atendimento de empresas.[2][5]

Para todos os públicos que objetivam mudança de comportamento alimentar e melhorar a sua relação com a comida, a nutrição comportamental auxilia grandemente ampliando as possibilidades do nutricionista na promoção de comportamentos saudáveis.[5]

Referências

  1. Nutrição comportamental/ [organizadora] Marle Alvarenga... [et al.]. 2a ed.— Barueri, SP: Ed. Manole, 2019.
  2. a b c d e f g h Nutrição comportamental/ [organizadora] Marle Alvarenga... [et al.]. — Barueri, SP: Manole, 2015.
  3. a b Alvarenga, Marle (Dezembro de 2016). «Atendimento nutricional: o "olhar" da nutrição comportamental» (PDF). Contextos da Alimentação: Revista de Comportamento, Cultura e Sociedade - Vol. 5 nº1. Consultado em 13 de junho de 2018 
  4. a b «Instituto Nutrição Comportamental». Instituto Nutrição Comportamental. Consultado em 19 de junho de 2020 
  5. a b c d Alvarenga, Marle; et al. (2017). Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. São Paulo: Ed. Atheneu. pp. 1485–1496