O Rei de Amarelo

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The King in Yellow
O Rei de Amarelo
O Rei de Amarelo
Capa da edição original (1895)
Autor(es) Robert W. Chambers
País Estados Unidos
Gênero decadentismo, horror, sobrenatural
Editor F. Tennyson Neely
Lançamento 1895
Páginas 316
Edição portuguesa
Tradução Anton Stark (2019)
Nuno Franco (2020)
Edição brasileira
Tradução Edmundo Barreiros
Editora Editora Intrínseca
Lançamento 19/04/2014
Páginas 380

O Rei de Amarelo (The King in Yellow no original) é um livro de 1895 escrito por Robert W. Chambers e que consiste em uma coletânea de nove contos e um poema baseados em uma fictícia peça de teatro que enlouquece todos que a leem até o fim.

O livro foi uma das inspirações do escritor H. P. Lovecraft, autor de O Chamado de Cthulhu[1] e da primeira temporada da série de televisão True Detective.[2]

Contos[editar | editar código-fonte]

As primeiras quatro histórias do livro são conectadas vagamente por três elementos:

  • Uma peça em livro intitulada O Rei de Amarelo
  • Uma entidade sobrenatural misteriosa e gótica conhecida como Rei de Amarelo
  • Um estranho símbolo chamado Emblema Amarelo

Esses contos iniciais possuem um tom macabro e giram em torno de personagens que muitas vezes são artistas ou decadentes, habitantes do demi-monde.

O primeiro e quarto contos, "O Reparador de Reputações" e "O Emblema Amarelo", se passam em uma América futura imaginada pelo autor, enquanto a segunda e terceira histórias, "A Máscara" e "No Pátio do Dragão", se passam em Paris, sendo assombradas pelo tema "Você já encontrou o Emblema Amarelo?"

O personagem titular macabro desaparece gradualmente nas histórias seguintes, e as últimas três são ficções românticas mais similares às obras posteriores de Chambers, ainda que referenciem os contos iniciais pela ambientação parisiense e pelos personagens artistas.

Lista de contos[editar | editar código-fonte]

Ilustração de Tessie em "O Emblema Amarelo", de uma edição de 1902 do livro.

Os contos no livro, em ordem, são:

  • "O Reparador de Reputações" – uma história de egoísmo e paranoia que carrega a imagem e temas do título do livro.
  • "A Máscara" – uma história onírica de arte, amor e ciência misteriosa.
  • "No Pátio do Dragão" – um homem é perseguido por um sinistro organista de igreja que quer a sua alma.
  • "O Emblema Amarelo" – um artista se inquieta por causa do sinistro guarda do pátio de uma igreja que se parece com um verme de caixão.
  • "A Demoiselle d'Ys" – uma história romântica de viagem no tempo.
  • "O Paraíso do Profeta" – uma sequência de incôngruos poemas em prosa que se desenvolvem no estilo e tema de uma citação da peça O Rei de Amarelo que introduz "A Máscara".
  • "A Rua dos Quatro Ventos" – um conto atmosférico de um artista em Paris que é conduzido até o quarto de uma vizinha por um gato; a história termina com um toque trágico.
  • "A Rua da Primeira Bomba" – uma história de guerra que se passa durante o Cerco de Paris de 1870.
  • "A Rua de Nossa Senhora dos Campos" – boêmios americanos românticos em Paris.
  • "Rue Barrée" – boêmios americanos românticos em Paris, com um final discordante que reflete jocosamente parte do tom da primeira história.

Versões em língua portuguesa[editar | editar código-fonte]

Em 2014 foi publicado no Brasil pela editora Intrínseca em uma edição comentada pelo escritor e jornalista Carlos Orsi.[3][4][5]

Em 2015, a Editora Draco lançou no Brasil o romance gráfico O Rei Amarelo em quadrinhos, uma antologia baseada nos contos de Chambers.[6]

Em 2019, a Imaginauta lançou em Portugal Contos do Rei de Amarelo 124 Pgs., reunindo os contos de Robert W. Chambers sobre o Rei de Amarelo e de Ambrose Bierce sobre Carcosa; Tradução de Anton Stark e Ilustrações de João Pinto.

Em 2020, a E-Primatur lançou em Portugal O Rei de Amarelo 336 Pgs., com introdução de David Tibet; Tradução de Nuno Franco.

A peça chamada O Rei de Amarelo[editar | editar código-fonte]

A peça fictícia O Rei de Amarelo tem pelo menos dois atos e pelo menos três personagens: Cassilda, Camilla e "o Estranho", que pode ou não ser o personagem titular.

A coleção de histórias de Chambers utiliza excertos de algumas seções da peça para introduzir o livro como um todo, ou histórias individuais. Por exemplo, "A Canção de Cassilda" vem do Ato 1, Cena 2 da peça:[7]

Ao longo da orla irrompe a turva torrente,
Os sóis gêmeos quedam ao lago silente,
E essas sombras jocosas
Se assomam em Carcosa.

Estranhas são as estrelas escuras ao léu
E as noites que estranhas luas singram o céu,
Mas mais estranha se mostra
A perdida Carcosa.

Que a canção das Híades de voz fortuita
Vinda donde os andrajos do Rei se agitam,
Feneça auspiciosa
Na indistinta Carcosa.

Nos versos da vida, minha voz se esvaiu,
E que morras muda, feito pranto senil
Definhando na umbrosa
E perdida Carcosa.

Referências

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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The King in Yellow no Wikisource em inglês.

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