O Táxi nº 9297

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O Táxi Nº 9297
Portugal
1927 •  pb •  80 min 
Gênero ficção (tragicomédia)
Direção Reinaldo Ferreira
Produção Repórter X Film, Lda
Produção executiva Reinaldo Ferreira
Roteiro Reinaldo Ferreira
Elenco Alves da Costa, Maria Emília Castelo Branco, Alberto Miranda
Direção de arte Pedro Santos
Companhia(s) produtora(s) Invicta Film, Lda
Distribuição Companhia Cinematográfica de Portugal
Lançamento Portugal 9 de Junho de 1927
(Estreia no Porto)
Idioma português

O Táxi Nº 9297 (1927) é um filme português em média-metragem de ficção do jornalista português Reinaldo Ferreira, Repórter-X, polémico e sensacionalista, com estilo oportunista conhecido como «reinaldismo».

O filme estreou na cidade portuguesa do Porto, no cinema Trindade a 9 de Junho e, na cidade de Lisboa no cinema Salão Foz – Olympia a 30 de Julho de 1927.

Sinopse[editar | editar código-fonte]

O adido militar americano tenente Hair é um jovem militar que, chegado a Lisboa, trava conhecimento com Arsénio de Castro, que se apresenta como «o homem de pior fama em Portugal». Ambos são convidados pelo extravagante milionário Horácio de Azevedo a passar uns dias na sua propriedade de Bretolho. Tomam um táxi com a matrícula 9297 no qual foi morta, um ano antes e em circunstâncias misteriosas, a actriz Raquel de Monteverde.

Em Bretolho, Hair descobre uma estranha fauna social que inclui um homossexual drogado, uma velha alucinada e Eva, dama de companhia, escrava e mártir nesse «hospital de loucos», filha da malograda Raquel. Hair sente-se por ela atraído e acaba por descobrir na cómoda do seu quarto jornais que relatam a morte sinistra de Raquel e de uma outra actriz, anos antes.

Eva, sentindo-se protegida pelo tenente Hair, dá-lhe um medalhão dentro do qual, diz ela, «encontrará o nome do meu tirano». Apesar de a jóia lhe ser roubada, Hair obstina-se em descobrir quem será o tal monstro. Félix do Amaral é assassinado a tiro. Eva, por desespero e vergonha, aceita fugir com Arsénio de Castro, apesar de amar o americano.

(Fonte: Fitas que Só Vistas, de José de Matos-Cruz, ed. Instituto Português de Cinema, 1978).

Enquadramento histórico[editar | editar código-fonte]

O Repórter-X, que escreveu História com notícias inventadas, também foi seduzido pelo cinema. Não pretendia fazer arte, em sua literatura explorava uma forma mais viva de expressão a seduzir para o inacreditável, quem pelo choque do inaudito, pelo consumo do escândalo sobrevivia à monotonia do quotidiano.

O gosto por imagens animadas cresceu na Espanha, como assistente de Aurélio Sidney, realizador e actor, desde que o seu folhetim «O Mistério da Rua Saraiva de Carvalho[1]» fora adaptado a cinema como O Homem dos Olhos Tortos (1918), um serial de nove partes de Leitão de Barros que não foi concluído. É em 1923 que consegue que um produtor espanhol financie um seu primeiro filme, em cinco partes: El Botones del Ritz (O Groom do Ritz), estreado em Lisboa no ano seguinte: uma história de polícias e ladrões, filme desaparecido. Finalmente funda em Lisboa, em 1927, a sua própria produtora: a Repórter X – Film e parte para nova aventura, a do táxi 9297.

Segue o folhetim dos jornais: o empresário Augusto Gomes, que vive com a actriz Maria Alves, apanha com ela um táxi depois de um espectáculo a dar uma longa volta para falarem de um assunto melindroso. Exaltam-se. Ele deita-lhe as mãos ao gasganete e ela vai-se. O motorista é obrigado a calar-se e o cadáver aparece depois em local que leva a crer que a mulher fora vítima de um assalto.

O assassino entretanto veste-se de luto, compra uma linda coroa de flores para a morta e vai ao enterro. Mostrando-se desolado, intima a polícia e os jornalistas a descobrir o criminoso. A ideia do filme baseia-se neste caso, que o próprio Reinaldo Ferreira investigara como jornalista. O filme é um sucesso.

Elenco[editar | editar código-fonte]

  • Alves da Costa (tenente Hair)
  • Maria Emília Castelo Branco (Raquel de Monteverde)
  • Alberto Miranda (Horácio de Azevedo)
  • Fernanda Alves da Costa (Eva)
  • Alexandre Amores (Arsénio de Castro)
  • Manuel Silva (Don Afonso)
  • Henrique de Albuquerque (Félix do Amaral)
  • Roberto Fernandes (Roberto Dinis)
  • Adriano Guimarães
  • Luis Magalhães
  • Antónia de Sousa (Isabel Rodrigues)
  • Dina Pereira

Fontes[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «O Mistério da Rua Saraiva de Carvalho, de Repórter X, - Pim! Edições». pim-edicoes.pt. Consultado em 10 de agosto de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]