Operação Viriato

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Operação Viriato foi uma operação militar portuguesa, levada a cabo em 1961, durante a Guerra Colonial Portuguesa.[1][2]

Rio Lifune/Ponte de Anapasso[editar | editar código-fonte]

A fronteira do Reino de Nambuangongo[editar | editar código-fonte]

A UPA havia-se instalado no chamado "Reino de Nambuangongo", cuja fronteira Sul era definida pelo Rio Lifune, depois de destruída a ponte sobre o mesmo rio, em Anapasso. O aparecimento nos meios internacionais da notícia da existência do Reino de Nambuangongo, provocou em Luanda e Lisboa grande perturbação ao nível mais alto do poder político. Em consequência o Comando Chefe ordenou a imediata ocupação de Nambuangongo e os estrategas começaram a delinear as tácticas e as manobras operacionais, no sentido de conseguir o desiderato do poder político. Foi assim estabelecido um plano de ocupação de Nambuangongo, (Operação Viriato), que seria conseguida do seguinte modo: Três forças autónomas avançariam sobre Nambuangongo por Três itinerários convergentes naquela povoação: A primeira, Batalhão de Caçadores (BC) 114, com base na região de Caxito/Mabubas, avançaria por Anapasso, Quicabo, Balacende, Quissacala, Beira Baixa, Bela Vista, Onzo, Nambuangongo; a segunda, BC 96, com base em Úcua e contornando a célebre Pedra Verde, avançaria por Pedra Boa, Quibaxe, Quitexe, Mucondo, Muchaluando, Onzo, Nanbuangongo; a terceira, Companhia de Caçadores (CC) 158, com base na região de Ambriz, avançaria na direcção nascente por Zala, Onzo, Nambuangongo.

No dia quatro de Julho de 1961, o 3.º Pelotão da CC 115, estacionada no Caxito, recebe a missão de explorar/abrir o itinerário até ao Rio Lifune, garantindo segurança ao Tenente António Varela, Engenheiro (e mais tarde Comandante) da Companhia de Sapadores 123, que, em Anapasso, avaliaria do estado e danos sofridos pela ponte ali existente, elaborando o projecto para a sua recuperação, pois era uma obra essencial para o atravessamento do rio Lifune e progressão para norte na direcção de Quicabo-Nambuangongo. O Rio Lifune era mesmo considerado pelos "terroristas", como então se chamava aos combatentes independentistas da UPA, a fronteira Sul do "Reino de Nambuangongo".

Depois de um percurso de 15 a 20 km por uma picada inexplorada, cheia de abatises, de pequeno porte pelo facto de a mata naquela zona ser tipo savana, chegados a Anapasso, foi encontrada a procurada ponte com o tramo central do tabuleiro caído, cortando completamente a possibilidade de passagem de viaturas entre as margens do rio.

À entrada da ponte , na margem esquerda, segundo fontes da altura, estava colocada uma grande tabuleta em madeira, dizendo o seguinte: Reino de Nambuangongo - Daqui para diante não passa pé de branco - Tudo o que passa morre. Enquanto o Tenente Engenheiro procedia ao estudo da ponte e lhe era garantida a segurança, uma parte da força explorou os arredores, nomeadamente a Fazenda Maria Amélia, em Anapasso, localizada junto à ponte, e que era essencialmente constituída por um imenso pomar de laranjeiras ao longo do Rio Lifune, na margem esquerda.

  1. OPERAÇÃO VIRIATO A conquista de Nambuangongo Angola 1961, consultado em 23-03-2020.
  2. «Angola - Operação Viriato». Ultramar.terraweb. Consultado em 23 de março de 2020