Oração de São Miguel Arcanjo

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Miguel Arcanjo, de Guido Reni, Santa Maria della Concezione, Roma, 1636.

A Oração de São Miguel Arcanjo geralmente se refere a uma oração católica específica ao arcanjo Miguel, dentre as várias orações existentes que lhe são dirigidas. Isso se enquadra no âmbito das orações sobre guerra espiritual. De 1886 a 1964, esta oração foi recitada após a missa baixa na Igreja Católica, embora não tenha sido incorporada ao texto ou às rubricas da missa. Outras orações a São Miguel também foram oficialmente aprovadas e impressas em cartões de oração.[1] Oração a São Miguel Arcanjo do papa Leão XIII:

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate; sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Que Deus manifeste o seu poder sobre ele, eis a nossa humilde súplica. E vós, Príncipe da Milícia Celeste, com o poder que Deus vos conferiu, precipitai no inferno Satanás e os outros espíritos malignos, que andam pelo mundo tentando as almas. Amém.[2]

Contexto histórico[editar | editar código-fonte]

São Miguel lutando contra o dragão (miniatura do Livro de Horas de Étienne Chevalier)

A ameaça à Igreja na época, era a campanha do governo italiano contra os Estados Papais.[3] O texto de 1890 foi composto e publicado vinte anos depois da captura de Roma ter privado o Papa do último vestígio da sua soberania temporal. A residência papal no Palácio do Quirinal foi convertida na do rei Vítor Emanuel II da Itália.

Nas Orações Leoninas[editar | editar código-fonte]

Em 1886, o Papa Leão XIII acrescentou uma Oração a São Miguel às Orações leoninas,[4] que ele havia ordenado que fossem rezadas após a Missa baixa, dois anos antes.[5]


Sancte Míchael Archángele,
defénde nos in próelio;
contra nequítiam et insídias diáboli esto praesídium.
Imperet illi Deus, súpplices deprecámur,
tuque, Prínceps milítiae caeléstis,
Sátanam aliósque spíritus malígnos,
qui ad perditiónem animárum pervagántur in mundo,
divína virtúte, in inférnum detrúde.
Amen.[6]

São Miguel Arcanjo,
defendei-nos no combate;
sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demônio!
Ordene-lhe Deus, instantemente o suplicamos,
e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina,
precipitai ao inferno satanás e todos os espíritos malignos
que andam pelo mundo para perder as almas.
Amém.[4]

As palavras iniciais da oração são semelhantes ao verso Aleluia para as festas de São Miguel, de 8 de maio e 29 de setembro no Missal Romano da época, que dizia:[7]

Sancte Michael,
defende nos in proelio
ut non pereamus
in tremendo iudicio.

São Miguel,
defendei-nos no combate;
para que não pereçamos
no terrível julgamento.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Symonds, Kevin J. (2015). Pope Leo XIII and the Prayer to St. Michael: An Historical and Theological Examination. Boonville (Nova Iorque): Preserving Christian Publications. ISBN 978-0-9840139-6-8 «Foreword | Chapter One» (prévia de livro). Cópia arquivada em 8 de julho de 2018 
  2. «São Miguel Arcanjo». vaticannews.va. Consultado em 31 de março de 2024 
  3. Feuerherd, Peter (19 de abril de 2021). «St. Michael the Archangel is back». America 
  4. a b «Esta é a verdadeira história da oração a são Miguel Arcanjo do papa Leão XIII». Agência Católica de Informação. 29 de setembro de 2023. Consultado em 6 de maio de 2024 
  5. Iam inde ab anno (PDF). Decreto (em latim). 1884. [S.l.]: Acta Sanctae Sedis. 6 de janeiro de 1884. pp. 239–240. Sagrada Congregação de Ritos 
  6. «Holy See Press Office Communiqué». press.vatican.va. Consultado em 30 de setembro de 2018 
  7. Abbey of Solesmes. The Liber Usualis 1961. [S.l.: s.n.] 1655 páginas 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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