Os Sertões (carnaval)

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Os Sertões foi o enredo da Em Cima da Hora para o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro no carnaval de 1976[1]. Apesar do samba-enredo ser considerado um dos melhores da história do carnaval carioca[2][3], a escola terminou em 13º lugar e foi rebaixada[4].

O enredo[editar | editar código-fonte]

Sebastião Souza de Oliveira e Dirceu Quintanilha adaptaram para o carnaval o livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, que conta a história da Guerra dos Canudos.

Assim como o livro, o desfile foi concebido em três partes: "A Terra", sobre o sertão da Bahia; "O Homem", sobre as características do sertanejo; e "A Guerra", relatando o conflito propriamente dito. A essas três partes, os carnavalescos acrescentaram uma quarta, "A Paz", um epílogo sobre a bravura dos jagunços de Canudos[5].

Samba-enredo[editar | editar código-fonte]

A composição de Edeor de Paula foi interpretada na avenida por Nando e Baianinho[5].

Entre os cantores que regravaram o samba estão Mestre Marçal e Dudu Nobre[6].

Problemas[editar | editar código-fonte]

O enredo, exaltando os rebeldes de Canudos, chamou a atenção da ditadura militar. A Em Cima da Hora destoava de escolas como a Beija-Flor, que em 1974 e 1975 desfilara com enredos favoráveis ao regime. Em consequência, elementos do desfile foram proibidos de deixar o barracão e chegar à avenida[7]. Como se não bastasse, uma forte chuva destruiu quase tudo o que sobrou das alegorias, poupando apenas o carro abre-alas[8].

Na apuração, a escola terminou em 13º lugar, com 77 pontos, rebaixada para o Grupo de Acesso ao lado de Lins Imperial (11º), Unidos de Lucas (12º) e Tupy de Brás de Pina (14º)[9].

Ficha técnica[editar | editar código-fonte]

  • Resultado: 13ª colocada no Grupo 1
  • Enredo: Sebastião Souza de Oliveira e Dirceu Quintanilha
  • Carnavalescos: Sebastião Souza de Oliveira e Luiz Paulo
  • Presidente: Francisco dos Santos (Chiquinho)
  • Diretor de Carnaval: Dirceu Quintanilha
  • Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Estandília e Itinho
  • Contingente: 2.200 Componentes em 67 Alas[5]

Reedição[editar | editar código-fonte]

Os Sertões foi reeditado no desfile de carnaval de 2014[10]. A escola ficou em 13º lugar na Série A.

Referências

  1. COSTA, Haroldo. Política e religiões no carnaval. Irmãos Vitale, 2007. Página 170
  2. Histórias Brasileiras: “O maior épico brasileiro”. Ouro de Tolo, 25 de fevereiro de 2014
  3. Conheça sambas-enredo que fizeram história no Carnaval do Rio. Veja, 16 de fevereiro de 2018
  4. Oliveira, José Luiz de. Pequena história do carnaval carioca: de suas origens aos dias atuais. Encontros – Ano 10 – Número 18 – 1º semestre 2012. Página 79
  5. a b c Em Cima da Hora - Carnaval de 1976 - Os Sertões. Galeria do samba
  6. Os Sertões – Em Cima da Hora 1976. Sambrasil
  7. CARVALHO, Carlos. O samba que se aprende na escola. Samba Rio carnaval, 2012. Página 7
  8. Dona de ‘Os Sertões’, Em Cima da Hora faz 50 anos. Carnavalesco, 18 de abril de 2011
  9. Carnaval 1976. Apoteose
  10. A redenção de uma obra-prima. O Globo, 30 de janeiro de 2014